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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Célia Euvaldo

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.07.2024
1955 Brasil / São Paulo / São Paulo
Célia Euvaldo (São Paulo, São Paulo, 1955). Artista visual. Nome atuante na pintura da arte contemporânea brasileira, é conhecida por seus trabalhos voltados para a escala monocromática, por vezes inserindo alguma variação de cores em suas telas de grande formato. Com o uso de pinceladas firmes, que reforçam o traço do pincel, aliadas à geometri...

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Célia Euvaldo (São Paulo, São Paulo, 1955). Artista visual. Nome atuante na pintura da arte contemporânea brasileira, é conhecida por seus trabalhos voltados para a escala monocromática, por vezes inserindo alguma variação de cores em suas telas de grande formato. Com o uso de pinceladas firmes, que reforçam o traço do pincel, aliadas à geometria das formas, a produção da artista provoca uma compreensão sobre a interação entre a materialidade da tinta, o instrumento de pintura e a superfície que recebe essa camada de pigmento.

Formada em comunicação visual e com licenciatura em artes plásticas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a artista estuda pintura e gravura em Paris, no início da década de 1980, e, durante a estadia na capital francesa, participa do Salon de la Jeune Peinture [Salão de Pintura Jovem], sendo esta sua primeira exposição coletiva.

O início de sua produção é marcado por trabalhos monocromáticos, utilizando tintas preta e cinza em diferentes tipos de papel. As pinceladas contínuas com nanquim servem para investigar o tempo e a fluidez da tinta na superfície do papel. Traços que vão rareando quando chegam ao final assinalam a exploração da materialidade dos pigmentos e da percepção do tempo dos acontecimentos.

Seu corpo também é utilizado como peso e medida para seus trabalhos da década de 1990, construindo traços sinuosos em papéis de aproximadamente dois metros de comprimento dispostos no chão. Ao se debruçar sobre o papel branco e utilizar o peso e contorno do corpo para produzir pinceladas contínuas com tinta preta, o resultado são traços curvos que conversam com o desenho do corpo, dando forma à pintura.

Ao final de 1990, passa a utilizar a tela com chassi como suporte para compreender os limites dessa criação. Outra inovação é o emprego da vassoura como ferramenta de pintura para fazer traços contínuos, sinuosos, deixando aparente rastros de tela branca ao fundo. Com trabalhos não intitulados, a artista coloca em sua produção experimentações sobre a forma e a matéria, criando obras que dialogam entre si.

A partir de 2014, passa a experimentar consistências diferentes de tinta, valendo-se da tinta mais espessa preta, que é marca de seu trabalho, mas arriscando a experimentação com outros tipos de tinta mais diluídas, aguadas e coloridas. O preto segue marcante, mas, ao seu lado, há uma tonalidade contrastante, com uma tinta mais leve, conferindo ao trabalho pesos e modulações diferenciadas entre as composições. A fronteira entre as duas matérias, quase impregnando uma à outra, e a fricção entre essas margens é o que interessa à artista, reforçando o branco como sobra ativa no quadro, formando um elemento entre as duas cores, para que elas possam ter protagonismos e pesos diferentes.

Apresentada no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, Sobre Parede (2013) expande o trabalho da artista a outra escala, propondo uma intervenção site-specific nas paredes da sala da galeria. Para produzir em grande dimensão e conferir diferentes relevos à pintura, Euvaldo se vale de vassoura e rodo construídos especificamente para produzir a instalação como elementos para criar a pintura. Aliados à força de seu corpo, o rastro de tinta é feito até rarear, formando, assim, a composição que conversa com a arquitetura do espaço.

Com trânsito nacional e internacional, participa da 7ª Bienal Internacional de Pintura de Cuenca, no Equador (2001), e da 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul (2005). Realiza exposições individuais em museus e galerias como o Paço Imperial do Rio de Janeiro (em 1995, 1999 e 2015), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (em 2006) e a Galeria Raquel Arnaud (em 2013, 2014, 2023). Possui obras no acervo de grandes instituições brasileiras, como o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), a Pinacoteca de São Paulo (Pina_), o Museu do Estado do Pará (MEP), entre outras. Dedica-se também a trabalhos como tradutora de livros de não ficção, como do filósofo francês Frédéric Gros (1965), do crítico de arte estadunidense Hal Foster (1955).

Célia Euvaldo consolida o uso da tinta preta em suas produções em uma oposição e contrastes que conversam com o mundo contemporâneo. Faz uso de ferramentas não convencionais, como rodo e vassoura, para pintar em grande escala e produz obras em pintura e gravura. Interessa-se pela fluidez do pincel ao correr pelo papel ou tela, bem como pelo contraste entre a materialidade das tintas que são justapostas.

 

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