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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Chico Caruso

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 23.07.2024
06.12.1949 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

[Sócrates], 03.06.1985
Chico Caruso
c.i.e.

Francisco Paulo Hespanha Caruso (São Paulo SP 1949). Caricaturista, ilustrador, chargista. Chico Caruso, irmão gêmeo do também caricaturista Paulo Caruso (1949), forma-se, em 1976, em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, porém não segue a carreira. Inicia-se como chargista e ilustrador, em...

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Biografia
Francisco Paulo Hespanha Caruso (São Paulo SP 1949). Caricaturista, ilustrador, chargista. Chico Caruso, irmão gêmeo do também caricaturista Paulo Caruso (1949), forma-se, em 1976, em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, porém não segue a carreira. Inicia-se como chargista e ilustrador, em 1968, quando publica seus primeiros desenhos no jornal Folha da Tarde, sobre temas que variam entre futebol, crônicas, horóscopo e política. Após o Ato Institucional número 5, AI-5, de 1968, Caruso pára de fazer charges políticas, só retomando o tema na revista universitária Balão, em 1972. Ainda no início da década de 1970, colabora com os jornais Opinião, Movimento e Gazeta Mercantil. Em 1976, é premiado no Salão de Humor de Piracicaba e convidado a fazer charges para a revista Isto É. No ano seguinte, vai para o Rio de Janeiro trabalhar no Jornal do Brasil, a convite do cartunista Lan (1925), após ver uma caricatura do general João Figueiredo (1918 - 1999), feita por Caruso, publicada num periódico paulista. Em 1980, lança o livro Natureza Morta e Outros Desenhos do Jornal do Brasil, editado pela Marco Zero, e Pablo Mon Amour, uma biografia em caricaturas do pintor Pablo Picasso (1881 - 1973), editada pela Funarte. Escreve a peça O Amigo da Onça, que tem, em 1988, encenação dirigida por Paulo Betti (1952). Com o irmão, forma a banda Muda Brasil Tancredo Jazz Band, com participações de Cláudio Paiva, Aroeira, Luis Fernando Veríssimo (1936), entre outros, que nos shows interpreta composições de cunho humorístico e com sátira política. Em 2002, lança o livro Era uma vez FH, compilação de desenhos publicados no jornal O Globo, entre 1994 e 2002, relacionados aos dois mandatos presidenciais de Fernando Henrique Cardoso (1931).

Comentário Crítico
O acabamento minucioso do desenho e a apreensão sintética e irônica das características principais dos personagens transformam Chico Caruso num dos mais populares caricaturistas políticos dos últimos 30 anos. Francisco Paulo Hespanha Caruso nasce em São Paulo, gêmeo univitelino do também caricaturista Paulo Caruso (1949). Por volta de 1968, dá início a sua carreira de ilustrador e chargista no jornal Folha da Tarde, para o qual faz a média de dez desenhos por dia, abrangendo temas variados como futebol, esporte e política. Com o Ato Institucional nº 5 - AI-5, as charges políticas são cortadas. Por isso, Caruso passa a ilustrar crônicas e matérias de menos importância.

Em 1972 retoma o fio da meada com a revista em quadrinhos Balão. O fanzine, editado por alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, entre eles os irmãos Caruso e Luis Gê, segue o estilo transgressor do quadrinista norte-americano Robert Crumb (1943), tornando-se um marco da história em quadrinhos underground nacional. Além dos editores, a revista revela artistas como Angeli (1956), Laerte e Kiko. Como lembra Laerte, "Chico tinha um apelo de chargista, desenhava os amigos nas histórias, o bar Riviera, as baladas...". Em 1972, Chico Caruso passa a colaborar com o jornal Opinião, e nos anos que se seguem publica suas charges e caricaturas em diversas publicações, como o semanário Movimento, A Gazeta Mercantil e a revista Isto É. Em 1976 forma-se em arquitetura pela FAU/USP e recebe o primeiro prêmio do 3º Salão de Humor de Piracicaba.

Por sua notável caricatura do presidente João Figueiredo (1918 - 1999), publicada em 1977, Chico Caruso é convidado a trabalhar como chargista político no Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro. Consolida a carreira na imprensa carioca com charges que formam uma crônica inspirada da história política recente do Brasil. Em 1984 passa para o jornal carioca O Globo, no qual, desde 1992 publica diariamente suas charges e caricaturas na primeira página. Caruso é precursor da charge animada para televisão. Já em 1982 colabora semanalmente para o noticiário televisivo Jornal da Globo, e atualmente suas charges podem ser vistas todos os dias no Jornal Nacional.

A partir dos anos 1980 Chico Caruso reúne seus desenhos em livros. O primeiro, Natureza Morta e Outros Desenhos, é lançado em 1980. No ano seguinte publica Pablo, Mon Amour, biografia em caricaturas do pintor espanhol Pablo Picasso (1881 - 1973). Muitas vezes Chico Caruso utiliza obras de arte famosas na construção de suas charges, como no caso da paródia à pintura Lição de Anatomia (1632), de Rembrandt van Rijn (1606 - 1669), em que os personagens principais são Fernando Collor e seu irmão Pedro, sob a observação de Itamar Franco e Lula, entre outros. Em 1985 forma uma banda com o irmão e Luis Fernando Verissimo (1936) para se apresentar no Salão de Humor de Piracicaba. Desde então vem se apresentando, com mais ou menos freqüência, em espetáculos pelo país. Faz incursão pelo teatro, com a peça O Amigo da Onça, encenada em 1988 com direção de Paulo Betti (1952). As mais recentes exposições de seus trabalhos, ambas em 2004, foram Vinte Anos de Chico Caruso no Globo e Lulalá Quadro a Quadro.

De uma geração imediatamente posterior à dos fundadores e colaboradores do jornal de humor O Pasquim, entre eles Henfil (1944 - 1988), Ziraldo (1932) e Jaguar (1932), a charge política de Chico Caruso caracteriza-se por um humor mais sutil, mas ainda assim contundente. Nas palavras de Millôr Fernandes (1923): "Seus desenhos e idéias podem ser entendidos em sua mensagem e apreciados plasticamente tanto pelo mais culto congressista quanto por sua empregada doméstica".

Obras 46

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Espetáculos 1

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Exposições 14

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Fontes de pesquisa 6

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  • CARUSO, Chico. O Brasil, de Collor a Itamar . Texto Millôr Fernandes. Poços de Caldas: Casa da Cultura de Poços de Caldas, 1993. , il. p&b color. C329b 1993
  • CARUSO, Chico. O Brasil, de Collor a Itamar. Texto Millôr Fernandes. Poços de Caldas: Casa da Cultura de Poços de Caldas, 1993. , il. p&b color.
  • FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999.
  • FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999. 741.5981 F6764c
  • LAGO, Pedro Corrêa do. Caricaturistas brasileiros: 1836-1999. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999.
  • LAGO, Pedro Corrêa do. Caricaturistas brasileiros: 1836-1999. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999. 741.5981 L1777c

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