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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Madeleine Colaço

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.04.2024
22.05.1907 Marrocos / a definir / Tanger
24.11.2001 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Madeleine Ribeiro Colaço (Tânger,  Marrocos, 1907 - Rio de Janeiro, RJ, 2001). Artista plástica e tapeceira. Aos 12 anos, muda-se para Paris, onde estuda no colégio Saint Marie de Neully, completando os estudos básicos em Londres. Por volta de 1925, retorna à cidade natal, onde se torna aprendiz na arte da tapeçaria na escola do Palácio de Kasba...

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Madeleine Ribeiro Colaço (Tânger,  Marrocos, 1907 - Rio de Janeiro, RJ, 2001). Artista plástica e tapeceira. Aos 12 anos, muda-se para Paris, onde estuda no colégio Saint Marie de Neully, completando os estudos básicos em Londres. Por volta de 1925, retorna à cidade natal, onde se torna aprendiz na arte da tapeçaria na escola do Palácio de Kasbah. Nos anos seguintes, em viagens para Inglaterra e França, estuda coleções de tapeçaria em diferentes museus.

Em 1928, muda-se para Lisboa, onde conhece e aprende a técnica tradicional do ponto de Arraiolos, desenvolvida desde o século XVI na pequena cidade com o mesmo nome. Transfere-se para o Brasil em 1940, fixando-se inicialmente em Petrópolis, Rio de Janeiro. Desenvolve a técnica que fica conhecida como "ponto brasileiro", tal como foi registrada no Centre Internacional de la Tapisserie Ancienne et Moderne [Centro Internacional da Tapeçaria Antiga e Moderna], em Lausanne, Suíça. Ainda na década de 1940, funda, na região do Espraiado, a Escola Thomaz Colaço, centro de ensino profissionalizante voltado à alfabetização e à formação de artesãs, que se mantém ativo até 1978.

Realiza sua primeira mostra individual em 1953, no Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro. Entre as décadas de 1960 e 1990, exibe suas obras no país e no exterior. De 1986 a 2000, expõe bienalmente na Galeria Jacques Ardies, em São Paulo. Em 1987, recebe do governo brasileiro a comenda da Ordem de Rio Branco.

Análise

A obra de Madeleine Colaço ocupa posição de destaque na história da tapeçaria no Brasil. E o impacto que a convivência com a natureza e a cultura brasileiras, desde a década de 1940, têm em seu trabalho é decisivo para a consolidação dessa posição. Isso porque, da técnica de bordado aos motivos e padrões ornamentais, as tapeçarias de Colaço incorporam aspectos característicos do país. No caso do "ponto brasileiro", assim batizado pela colecionadora francesa Marie Cuttoli (1879-1973), é o ritmo e a cadência do samba que são incorporados à técnica do bordado. Diz a artista: "Eu escutava um samba [...] quando percebi que o ato de bordar também poderia ter uma cadência, impor um ritmo à agulha1".

Os "sambas bordados" de Colaço, como têm sido chamados, tomam por base o ponto de Arraiolos, aprendido em Portugal, mas introduzem variações, incorporando o imprevisto e o aleatório. Ao invés de trabalhar sempre numa mesma direção, como é a norma no ponto português, a artista propõe um "modo livre e criativo de trabalhar com a agulha, sem qualquer direção pré-determinada2". Essa liberdade se estende a outros aspectos técnicos: a artista não produz cartões preparatórios, mas desenha os motivos diretamente na tela; escolhe materiais variados, desde lã e algodão a fios acrílicos e metálicos, realizando muitas vezes misturas ousadas de cores.

Os motivos inspiram-se principalmente na exuberância da fauna e flora brasileiras, mas também nas festas e em personagens populares, nos azulejos e na arquitetura das casas e igrejas coloniais. Estas últimas transformam-se em padrões geométricos que, aliados ao colorido, chegam por vezes a lembrar a pintura de Alfredo Volpi (1896-1988).

Notas

1. Apud KAC, Eduardo; FAGUNDES, Antonio Fernandes. Na cadência do 'samba bordado'. In: Madeleine Colaço. Rio de Janeiro: Index, 1988.

2. Idem.

Exposições 19

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Fontes de pesquisa 7

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