Marcos Coelho Benjamim
![Sem Título, s.d. [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/001718015013.jpg)
Sem Título
Marcos Coelho Benjamim
Metal e madeira
Texto
Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, Minas Gerais, 1952). Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista e cenógrafo. Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. No colégio, começa de forma autodidata a desenhar quadrinhos e, em 1971, passa a colaborar com charges e ilustrações em jornais mineiros. Entre 1971 e 1972, conhece, por intermédio de Manfredo de Souzanetto (1947), os artistas Lotus Lobo (1943) e Noviello (1929) e o colecionador Gilberto Chateaubriand, que adquire alguns de seus desenhos. Participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973. Em 1974, conquista o prêmio viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte e, em 1977, o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, em Atenas. Ainda em 1977, volta a sua cidade natal, e lá permanece por um ano, época em que tem a oportunidade de fazer uma série de brinquedos de materiais reciclados e orgânicos para seus filhos. Participa, em 1979, de caravana de artistas promovida por Paulo Laender (1945) para o vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, onde tem contato com diversos artesãos locais e passa a dedicar-se à criação de objetos tridimensionais e instalações. Cria, em 1988, a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, de Belo Horizonte. Em 1989, com o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, inicia a fase de produção de obras em grandes escalas e dimensões.
Análise
Autodidata, Marcos Coelho Benjamim muda-se, em 1969, de sua cidade natal, Nanuque, Minas Gerais, para Belo Horizonte, onde passa a produzir histórias em quadrinhos e desenhos de humor, com os quais colabora em diversas publicações. Em 1976, começa a realizar aquarelas povoadas por figuras fantásticas, nas quais mantém afinidades com a obra de Marcelo Grassmann (1925).
A repetição de ritmos, de gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a sua produção. O artista serve-se de materiais usados e com superfícies ásperas e gastas, como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados, freqüentemente enquadrados em caixas de madeira. No começo da década de 1990, passa a realizar trabalhos em grandes dimensões, como as delicadas obras de formas circulares, retangulares e trapezóides, que compõe fixando delgadas estrias de zinco sobre suportes de madeira. Benjamim cria também peças em mosaico com as pedras retiradas da região de São Tomé das Letras, Minas Gerais, por vezes coloridas com pigmento de pó de xadrez azul ultramarino. A irregularidade natural das pedras acresce um valor táctil à obra.
Para a historiadora da arte Aracy Amaral, o trabalho de Marcos Coelho Benjamim revela grande ligação com a cultura popular de Minas Gerais, em sua tradição de trabalho artesanal e no reaproveitamento dos materiais.
Obras 18
A Máquina
Calipígia
Inquilino
O Grande Eclipse
Objeto
Exposições 241
Mídias (1)
Fontes de pesquisa 23
- 14º Salão Nacional de Arte. Belo Horizonte: Museu de Arte da Pampulha, 1982.
- AMARAL, Aracy (org.). Marcos Coelho Benjamim. Versão em inglês Izabel Murat Burbridge. Belo Horizonte: C/Arte, 2000.
- AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
- BENJAMIM, Marcos Coelho. Benjamim. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1989.
- BENJAMIM, Marcos Coelho. Benjamim: pinturas. Belo Horizonte: Manoel Macedo Galeria de Arte, 1987.
- BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Tradução Heloisa Prieto. São Paulo: Galeria São Paulo, 1993.
- BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Tradução Izabel Murat Burbridge. São Paulo: Marília Razuk Galeria de Arte, 1997.
- BENJAMIM, Marcos Coelho. Poemas, carimbos, ilustrações. Belo Horizonte: IAB, 1984.
- BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 20., 1989, São Paulo, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1989. v. 1.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 20., 1989, São Paulo. 20ª Bienal Internacional de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1989. Exposição realizada no período de 14 out. a 10 dez. 1989. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/20___bienal_de_s__o_paulo_-_vol._i_.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 21., 1991, São Paulo, SP. 21ª Bienal Internacional de São Paulo: catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal: Marca D'Água, 1991. Disponível em: http://issuu.com/bienal/docs/name8b3384/344. Acesso em: 27 set. 2015.
- BRAZILIANART Book III. Edição Marcos Barbosa Lima; curadoria Nair Barbosa Lima; versão em inglês Thomas William Nerney. São Paulo: Jardim Contemporâneo, [2002].
- BRAZILIANART Book IV: livro de arte brasileira. Curadoria Nair Barbosa Lima; versão em inglês Thomas William Nerney. São Paulo: JC Editora, 2003.
- DRÄNGER, Carlos (coord.). Pop Brasil: arte popular e o popular na arte. Curadoria Paulo Klein; tradução João Moris, Beatriz Karan Guimarães, Maurício Nogueira Silva. São Paulo: CCBB, 2002.
- DUDI Maia Rosa, Marcos Coelho Benjamim, Adriana Varejão. Curadoria Nelson Aguilar. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1995.
- GALERIA Maríliza Razuk. Disponível em: [http://www.galeriamariliarazuk.com.br]. Acesso em: fev. 2006.
- LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. [S.l.]: Log On Informática, 1999. 1 CD-ROM.
- LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1992: seu mercado, seus leilões. São Paulo: Inter / Arte / Brasil, 1992. v. 5.
- PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
- RIBEIRO, Marília Andrés (org.); SILVA, Fernando Pedro da (org.). Um século de história das artes plásticas em Belo Horizonte. Belo Horizonte: C/Arte, 1997. (Centenário).
- SALÃO PARANAENSE, 29., 1972, Paraná, PR. 29º Salão Paranaense. Curitiba: Teatro Guaíra, 1972.
- TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 1999.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
MARCOS Coelho Benjamim.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa8926/marcos-coelho-benjamim. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7