Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Ana Mae Barbosa

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 10.11.2022
17.07.1936 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Ana Mae Tavares Bastos Barbosa (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1936). Professora, arte-educadora e pesquisadora. Sua obra é voltada para a teoria do ensino e a história da arte. Barbosa é responsável pela sistematização da abordagem triangular da arte-educação, que constitui uma das bases conceituais de parâmetros curriculares de ensino de arte...

Texto

Abrir módulo

Ana Mae Tavares Bastos Barbosa (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1936). Professora, arte-educadora e pesquisadora. Sua obra é voltada para a teoria do ensino e a história da arte. Barbosa é responsável pela sistematização da abordagem triangular da arte-educação, que constitui uma das bases conceituais de parâmetros curriculares de ensino de artes no Brasil.

Ainda criança, muda-se para Pernambuco. Em 1960, conclui a graduação em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mas não exerce a profissão. Depois da graduação, frequenta o curso preparatório para concurso de professor primário organizado por Paulo Freire (1921-1997). A concepção libertária de educação do pensador se torna referência fundamental para a teoria e a prática pedagógica de Barbosa.

Durante o ano de 1965, muda-se para a capital brasileira e trabalha na Escolinha de Arte da Universidade de Brasília (UnB), em um projeto de integração entre a universidade e crianças e jovens da comunidade local. Em 1967, muda-se para São Paulo e leciona em escolas primárias e secundárias particulares. No ano seguinte, ao lado de quatro professores, organiza a Escolinha de Arte de São Paulo, que atua na formação de professores e desenvolve uma investigação sistemática da expressão da criança.

Em 1972, para custear seu curso de mestrado em Art Education na então chamada Southern Connecticut State College, leciona Cultura Brasileira na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Em 1974, assume o cargo de professora titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). No mesmo ano, conclui o mestrado e retorna aos Estados Unidos para defender sua dissertação. No ano seguinte, publica Teoria e prática da educação artística, primeiro livro escrito durante sua pesquisa de mestrado e suas vivências em sala de aula. Na obra, Barbosa antecipa a importância da produção artística do educando como parte do processo de aprendizado. A autora também defende a necessidade da educação em arte e a partir da apreciação artística em sala de aula.

Em 1977, como no Brasil ainda não há um curso de formação superior em arte-educação, inicia o doutorado em Educação Humanista na Universidade de Boston e se torna a primeira brasileira doutora em arte-educação. Também em 1978, publica Arte-educação no Brasil: das origens ao modernismo. Nesse livro, analisa criticamente os processos históricos que levaram ao modelo educacional modernista, caracterizado pela idealização da espontaneidade do educando, que, por medo da cópia, não deve ser influenciado por obras consagradas.

Em 1981, assume o cargo de professora em tempo integral na ECA-USP. No ano seguinte, torna-se orientadora da pós-graduação em Artes, inaugurando a linha de pesquisa de arte-educação no ensino superior brasileiro. Ainda em 1982, torna-se professora visitante da Escola de Arte-Educação da Politécnica de Birmingham, na Inglaterra.

Em 1986, é designada para a direção do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP), onde desenvolve na prática os conceitos de sua abordagem triangular da arte-educação. Essa perspectiva consiste em três pilares integrados e indissociáveis: (1) a leitura crítica da obra; (2) a contextualização histórica da obra; e (3) o fazer artístico do educando.

Esses pilares não possuem ordem fixa, mas se relacionam dialeticamente, mediados pelo educador em diálogo com os saberes, vivências e interesses dos educandos. Entre o fim dos anos 1980 e início da década de 1990, a abordagem triangular sistematizada por Barbosa é incorporada aos Parâmetros Curriculares Nacionais de ensinos fundamental e médio e colocada em prática em escala nacional.

A imagem do ensino da arte: anos oitenta e novos tempos (1991), em que propõe uma prática educacional pós-modernista a partir da abordagem triangular. A produção artística do educando é tomada como processo de construção de conhecimento crítico e historicamente embasado, uma educação em arte e a partir da arte, não apenas um meio para desenvolver a criatividade.

Em 2015, publica Redesenhando o desenho – Educadores, política e história, que traz um panorama do ensino do desenho no Brasil entre os anos 1927 e 1937, com a perseguição política e a destruição da memória promovidas pela ditadura do Estado Novo. No ano seguinte, o livro recebe o Prêmio Jabuti na categoria Educação e Pedagogia.

Barbosa é pioneira na arte-educação brasileira. Não apenas é a primeira doutora nessa área do saber, como também abre o caminho de forma direta ou indireta para formação de milhares de educadores. Sua sistematização da abordagem triangular da arte-educação democratiza o acesso e a compreensão de práticas pedagógicas complexas. Sua prática e sua teoria seguem como referências na elaboração de plíticas públicas e na construção de currículos desde o ensino primário até a pós-graduação.

 

Obras 16

Abrir módulo

Exposições 2

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 3

Abrir módulo

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: