Carol Itzá
Texto
Carolina Tiemi Takiya Teixeira (São Paulo, São Paulo, 1983). Artista visual. Suas obras trazem a mulher associada à luta política e à resistência. As imagens se inspiram em alegorias que trazem a atmosfera da luta para seus desenhos, especialmente de mulheres periféricas.
Forma-se em Ciência Sociais, em 2008 pela Universidade de São Paulo (USP) e torna-se mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Mas sua formação em relação ao graffiti se dá por pedagogias informais, passando pelo contato e experiência com a cultura hip hop.
Em suas obras, figuras femininas aparecem nuas e, no geral, com parte do rosto coberto, sendo os olhos a parte que fica exposta. Essa “máscara” pode ser de algo que parece um tecido ou feita com os próprios cabelos trançados e envoltos na cabeça, como nos graffiti Semillas: onde o Zé Povinho não encosta e Malokêras: “a rua é o meu trabalho sem padrões, a minha casa sem marido, salão de festa colorido”, que trazem também outros signos de luta, como a posição da figura e a presença de um estilingue representando armas.
Segundo a própria artista, sua inspiração de imagens e de seu próprio codinome “Itzá”, tem inspiração latino-americana, resgatando a ancestralidade também em Abya Yala1 e a resistência contra processos de colonização. Sua obra tem o graffiti como grande inspiração e linguagem, mas a artista também transita por outros gêneros da pintura como na obra Vitória e mangue.
Para além do graffiti, Carol também trabalha com outras técnicas e suportes como nas obras da série Morder com força ou viver buscando desaparecidos, na qual a artista utiliza cerâmica, argamassa e coroação de esmalte para criar grandes dentes postos em contato com a terra ou com muros buscando rememorar a história de seu próprio pai e de desaparecidos.
A obra de Carol Itzá traz mulheres em posições de luta e resistência questionando, portanto, os papéis que lhe são tradicionalmente atribuídos, ligados ao cuidado e à reprodução.
Nota
1. Abya Yala é um termo que tem sua origem na língua do povo Kuna, originários de Serra Nevada (norte da Colômbia) e significa "Terra Viva". O termo tem sido utilizado como uma autodesignação para substituir "América" na nomeação do continente, fruto de um processo de colonização.
Exposições 16
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9/11/2012 - 24/11/2012
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20/9/2015 - 5/7/2014
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1/11/2016 - 31/1/2015
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20/10/2018 - 14/2/2017
Exposições virtuais 1
Fontes de pesquisa 6
- CAROL ITZÁ. Morder com força ou viver buscando desaparecidos. São Paulo, 26 out. 2019. Instagram: Carol Itzá @carolinaitza. Disponível em: https://www.instagram.com/p/B4GwHmFHbN_/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==. Acesso em: 12 jul. 2023.
- EM Cartaz - Guia de programação. São Paulo: Sesc, set. 2014. Disponível em: https://issuu.com/sescsp/docs/em_cartaz_-_setembro_de_2014. Acesso em: 14 jul. 2023.
- GRAFITES de Carolina Itzá expõem a experiência cotidiana da mulher periférica. Nós, mulheres da Periferia, [S.l.], 1 fev. 2017. Disponível em: https://nosmulheresdaperiferia.com.br/grafites-de-carolina-itza-expoem-experiencia-cotidiana-da-mulher-periferica/. Acesso em: 10 jul. 2023.
- ITZÁ, Carolina. [Currículo virtual]. Disponível em: https://womenonwalls.co/carolina_itza. Acesso em: 10 jul. 2023.
- PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Abya Yala. Enciclopédia Latino-Americana, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: https://latinoamericana.wiki.br/verbetes/a/abya-yala. Acesso em: 10 jul. 2023.
- SOCIO, Luama. Urbana e ancestral: a mulher guerreira de Carolina Itzá. Vermelho, [Brasília], 8 mar. 2020. Cultura. Disponível em: https://vermelho.org.br/2020/03/08/urbana-e-ancestral-a-mulher-guerreira-de-carolina-itza/. Acesso em: 10 jul. 2023.
Como citar
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CAROL Itzá.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa644930/carol-itza. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7