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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Laura Athayde

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 12.09.2024
1989 Brasil / Amazonas / Manaus
Laura Tuma de Athayde (Manaus, Amazonas, 1989). Quadrinhista, ilustradora, designer e advogada. Aborda em sua obra temas relacionados às questões sociais, políticas, raciais e de gênero estruturadas sob uma perspectiva feminista para promoverem reflexão e debate sobre os papéis da mulher na sociedade. Colabora com editoras e seus desenhos ilustr...

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Laura Tuma de Athayde (Manaus, Amazonas, 1989). Quadrinhista, ilustradora, designer e advogada. Aborda em sua obra temas relacionados às questões sociais, políticas, raciais e de gênero estruturadas sob uma perspectiva feminista para promoverem reflexão e debate sobre os papéis da mulher na sociedade. Colabora com editoras e seus desenhos ilustram capas de livros, além de jornais e revistas. 
Desde a infância desenha e sua maior referência são os gibis de Maurício de Sousa (1935). Anos depois, a leitura de mangás – gibis japoneses que começam a ser difundidos no Brasil com muito apelo entre o público adolescente –, influencia seu traço.

Após a conclusão da faculdade de direito pela Universidade do Estado do Amazonas (2011) e da pós-graduação em direito tributário (2013), seu interesse por história em quadrinhos (HQs) é renovado pelo contato com autores nacionais via redes sociais. O trabalho do quadrinista carioca Diego Sanchez (1989) desperta sua atenção pela abordagem temática, muito diferente de seu até então conhecido repertório de ficção e fantasia. As reflexões do artista motivam a vontade de criar personagens e imbuí-los com suas próprias experiências e visões de mundo. Decide então retornar à prática sistemática do desenho e à leitura imersiva de HQs de gênero autobiográfico. Volta aos estudos e, além de frequentar cursos de ilustração e aquarela, forma-se em design gráfico em 2017, com a intenção de produzir e lançar seus próprios livros. 

Em novembro de 2013, publica tirinhas nas mídias sociais de amigos, com engajamento positivo. Considera esse o marco inaugural de sua nova carreira. Produz novos trabalhos e os divulga em suas páginas na internet. Além disso, eventos como feiras gráficas e encontros acentuam o contato com outros quadrinistas e, em pouco tempo, passa a publicar em coletâneas e zines, como o XXX e MÊS. Neste último apresenta a história Solipsismo, com estilo semelhante ao dos mangás. Em 2014 lança seu primeiro zine, Delirium, que trata das transformações e estranhamentos femininos. Produz o zine durante as madrugadas, dividindo o tempo entre estudos visuais e o trabalho em escritório de advocacia, em São Paulo. No ano seguinte publica O Mundo é um Jogo e Eu Só Tenho Mais uma Vida, zine com três histórias de tom mitológico-existencial sobre o universo feminino.

Entre 2013 e 2016 participa do Coletivo Mandíbula, grupo com sete integrantes mulheres que se revezam para postar na internet, diariamente, tirinhas sobre um tema previamente escolhido a cada semana. Esse estímulo contínuo gera agilidade e frequência de produção. Suas histórias são compartilhadas na rede e passa a colaborar com diversos projetos, entre eles, ilustra e escreve para a revista Capitolina, veículo de comunicação online produzido exclusivamente por garotas e para garotas. O sucesso da revista associa ainda mais seu trabalho à pauta feminista. 

Utilizando as mídias sociais, desenvolve seu trabalho de maior impacto, a série de HQ Aconteceu Comigo – Histórias Reais de Mulheres. O ponto de partida são relatos reais de situações discriminatórias e cotidianas enfrentadas por mulheres, coletadas desde 2015 em um formulário anônimo em sua fanpage. O processo de realização implica na adaptação da história, roteirização, desenho e colorização. Nos primeiros dois anos são produzidas 20 histórias com temas como enquadramento em padrões estéticos, maternidade, discriminação racial e de gênero. A motivação vem da curiosidade em conhecer o cotidiano de mulheres com vivências diferentes da sua e, a partir da divulgação dessas narrativas, promover o debate e a empatia. A série é selecionada entre mais de cem projetos no edital Rumos 2017-2018 do Itaú Cultural e faz parte da exposição O Tempo das Coisas. O livro Aconteceu Comigo, editado e publicado em 2020, compila 70 dessas histórias.

Seus desenhos são produzidos utilizando várias técnicas, mas Laura prefere marcador gráfico descartável com tinta nanquim, aquarela e pintura digital. Constantemente experimenta estilos que se adaptem às temáticas propostas nas narrativas: com o traço fino e delicado do nanquim e a fluidez da aquarela, expressa tom melancólico, enquanto o uso de texturas digitais e cores saturadas reforça o aspecto comunicativo com efeito mais gráfico.

A partir de 2017 dedica-se exclusivamente aos quadrinhos e às ilustrações. No entanto, sua formação e atuação prévia no direito tangencia em alguns pontos de sua nova carreira. Por exemplo: escreve textos e produz vídeos para esclarecer sobre a questão de direitos autorais e propriedade intelectual; investe em vigorosa pesquisa sobre Direitos Humanos para apresentar em suas obras temas sensíveis como aborto; e se defende judicialmente quando seu trabalho é plagiado. 

Em 2018, passa a morar em Belo Horizonte e lança a coletânea Histórias Tristes e Piadas Ruins, com suas melhores tirinhas, no Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ). A recepção positiva faz com que o projeto seja ampliado com cuidadoso projeto gráfico de sua autoria. O livro é publicado por meio de financiamento coletivo na internet e premiado no ano seguinte com o 31º Troféu HQ Mix melhor publicação independente de autor. 

Laura Athayde recorre às mídias sociais para intensificar a força comunicativa de seus  quadrinhos e ilustrações. A maior interação entre autores, coletivos e público, oferece condição necessária para propor e ampliar o debate sobre temas relevantes, especialmente os pertinentes à luta feminista.

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