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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Danilo Miranda

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 15.08.2024
24.04.1943 Brasil / Rio de Janeiro / Campos dos Goytacazes
29.10.2023 Brasil / São Paulo / São Paulo
Foto de Murilo Alvesso/Acervo Itau Cultural

Danilo Miranda, 2022

Danilo Santos de Miranda (Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, 1943 - São Paulo, São Paulo, 2023). Gestor cultural, sociólogo e autor. Destaca-se pelas ações realizadas enquanto diretor regional do Serviço Social do Comércio (Sesc) em São Paulo, como a ampliação de atividades culturais, esportivas e educacionais, com foco no bem-estar e qualid...

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Danilo Santos de Miranda (Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, 1943 - São Paulo, São Paulo, 2023). Gestor cultural, sociólogo e autor. Destaca-se pelas ações realizadas enquanto diretor regional do Serviço Social do Comércio (Sesc) em São Paulo, como a ampliação de atividades culturais, esportivas e educacionais, com foco no bem-estar e qualidade de vida, na inclusão social, na sustentabilidade e na acessibilidade.

Em 1955, aos 11 anos, muda-se para Friburgo e inicia os estudos religiosos em um seminário jesuíta onde integra equipes esportivas e culturais, além do grêmio estudantil – experiência fundamental para sua formação. Prossegue a educação religiosa e filosófica no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba, São Paulo, mas não a conclui. Muda-se para a cidade de São Paulo, onde inicia sua vida profissional e os estudos em ciências sociais da Faculdade Anchieta, no Colégio São Luís. 

Em 1968, é admitido como orientador social no Sesc-SP. Na década de 1960, a instituição deixa de se caracterizar apenas pela função assistencial e, sob uma orientação social e comunitária, passa a utilizar o lazer como meio socioeducativo. Por meio das Unidades Móveis de Orientação Social (Unimos), Miranda visita cidades do interior do estado como agente dedicado a estimular o pensamento, realizando articulações com lideranças comunitárias a fim de incitar e engajar a população local em atividades culturais e esportivas, cursos e debates. Nesse sentido, vê os espaços como “ágoras” dedicadas ao debate crítico que promova a conscientização e possibilite a transformação social.

Nos novos Centros de Cultura e Lazer, desenvolve a prática da “reflexão permanente” com a oferta de experiências que, além de fruição artística, incitam discussões socialmente relevantes – o que denomina, respectivamente, conceito estético e ético. Colabora com projetos como o Festival Sesc Melhores Filmes (1974) – iniciativa que apresenta, de forma itinerante e acessível, títulos escolhidos em votação aberta, combatendo uma dinâmica mercadológica que instrumentaliza a cultura. Também eleva a educação ambiental à plataforma de ação em discussões acerca da sustentabilidade, com a abertura do Sesc Interlagos (1975), que prevalece em projetos posteriores, como a arquitetura sustentável do Sesc Guarulhos, inaugurado em 2019. Algumas das ações dessa iniciativa são o sistema de placas solares para o aquecimento da água da piscina e a estação interna de tratamento de esgoto. 

Em 1984, torna-se diretor regional para o estado de São Paulo, e inicia uma gestão baseada nos princípios da qualidade de vida e da educação permanente. Uma dessas experiências é a criação do programa Mesa São Paulo (1994), centrado no combate à fome, com ações educativas contra o desperdício. A ação pioneira paulista se expande e, desde 2002, forma uma rede nacional que proporciona a doação de alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade nutricional. 

Em 1996, visando à expansão das plataformas digitais, é lançada a SescTV (então TV Senac): um canal voltado para a programação cultural. Ainda neste âmbito, são instalados terminais de acesso à internet disponíveis à população com o Programa Internet Livre, cuja primeira experiência se dá em 1999, no Sesc Vila Mariana. Em 2015, cria o Espaço de Tecnologias e Artes (ETA), que integra a tecnologia digital e analógica em diversos cursos, além da capacitação em educação digital.

Ressalta-se sob sua administração a implantação do trabalho social com idosos como uma das linhas prioritárias da instituição. Em 2003, o Sesc-SP organiza o Congresso Internacional Coeducação de Gerações e lança o Sesc Gerações, programa que visa à formação de uma sociedade mais inclusiva, fundamentado na convivência como superação do preconceito etário.

Em consonância com suas reflexões sobre a função e formação do gestor cultural, em 2012 é criado o Centro de Pesquisa e Formação (CPF), voltado para a profissionalização deste agente que, segundo Miranda, deve ser capaz de responder às pretensões e expectativas de um público cada vez mais diverso que frequenta os espaços culturais. Outra marca de sua gestão é a expansão das unidades do Sesc, que em 2020 chegam a 43, em 21 cidades. Para integrar também os municípios não atendidos, desde 2015 ocorre o Circuito Sesc de Artes, que, em 2019, percorre 121 cidades com apresentações gratuitas e de classificação etária livre em espaços públicos.

Paralelamente à atuação no Sesc, profere conferências e atua como conselheiro em instituições como o Itaú Cultural, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), o Movimento Nossa São Paulo, o programa Todos pela Educação, Associação Pró-Dança, Bienal de São Paulo e a Fundação Itaú. Em 2004, é eleito presidente do Comitê Diretor do Fórum Cultural Mundial. Torna-se, em 2008, vice-presidente do Conselho Internacional de Bem-Estar Social e, em 2009, presidente do comissariado brasileiro do Ano da França no Brasil. Por estas atividades recebe homenagens como a de Comendador da Ordem Nacional do Mérito do governo francês, Oficial de Artes e Letras da França, a Grande Cruz do governo alemão.

Danilo Miranda age em defesa da ampliação do acesso aos bens culturais por meio de políticas públicas que melhorem a infraestrutura dos equipamentos e que garantam as condições para que a população possa desfrutá-los. Define como pontos sensíveis ao desenvolvimento cultural a estrutura e o fomento, e superá-los é fundamental à promoção do bem-estar, à valorização da diversidade e à democratização da produção e do acesso às expressões artísticas, objetivos que persegue durante toda a sua trajetória profissional.

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Danilo Miranda - Prêmio Milu Villela - Itaú Cultural 35 Anos, 2022.
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