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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Fernando Balleroni

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.08.2024
25.11.1922 Brasil / São Paulo / São Paulo
22.11.1980 Brasil / São Paulo / São Paulo
Fernando Baleroni (São Paulo, São Paulo, 1922 – Idem, 1980). Ator, roteirista, diretor e produtor. Começa a carreira como ator na Rádio Difusora, em São Paulo, em 1944. Integra o elenco de radionovelas e também escreve programas radiofônicos. Em 1949, casa-se com a atriz Laura Cardoso (1927).

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Fernando Baleroni (São Paulo, São Paulo, 1922 – Idem, 1980). Ator, roteirista, diretor e produtor. Começa a carreira como ator na Rádio Difusora, em São Paulo, em 1944. Integra o elenco de radionovelas e também escreve programas radiofônicos. Em 1949, casa-se com a atriz Laura Cardoso (1927).

No início da década de 1950, abandona a Rádio Cultura e passa a trabalhar com televisão. Torna-se um dos pioneiros da TV Tupi. Nesse período, junta-se a nomes como Cassiano Gabus Mendes (1927-1993) para produzir programas de entretenimento. Baleroni assina roteiros de atrações humorísticas e quadros para o programa Caravana da Alegria

Em 1953, o ator entra para a equipe de teleteatros da emissora. O principal deles é o programa dominical TV de Vanguarda, que encena clássicos da dramaturgia, ao vivo. 

O pioneirismo também está ligado às experiências em séries de aventura, a exemplo de O Falcão Negro (1954). O ator considera o trabalho ousado e arriscado: nas cenas de luta com facas e espadas de verdade, atores chegam a sofrer pequeno acidentes. 

Em 1956, o ator inicia a trajetória como autor de telenovelas na TV Tupi. Escreve Caminhos Incertos (1956), que conta no elenco com os atores Laura Cardoso, Percy Aires (1932-1992) e Luís Gustavo (1934). 

A novela Vendaval (1973), exibida na TV Record, é o último trabalho de Baleroni como ator.

 

Análise

Fernando Baleroni é entusiasta da produção de radionovelas no Brasil e das telenovelas e teleteatros feitos nos primeiros anos da televisão no país. Acompanha a transição entre esses meios, primando pelo rigor na qualidade do que é produzido e pela dedicação exigida dos artistas envolvidos no processo. 

Defende a importância dos programas TV de Vanguarda, TV de Comédia e Grande Teatro Tupi (exibidos pela TV Tupi entre as décadas de 1950 e 1960), pela possibilidade de levar ao público montagens teatrais feitas ao vivo. Orgulha-se da força-tarefa lançada pelos artistas para conseguir imprimir beleza artística em programações experimentais. 

Para Baleroni, a capacidade do bom ator está relacionada ao estudo e à preparação de personagem. Tecnicamente, está atento aos mecanismos de narrativa que evoluem com a transição do rádio para a TV, como a sonoplastia e a cenografia.

Em 1953, presencia um marco na teledramaturgia nacional: a chegada do videotape. Nesse ano, integra o elenco do primeiro teleteatro gravado do Brasil. Para filmar Hamlet, sob direção de Dionísio Azevedo (1922-1994), os atores do TV de Vanguarda trabalham por 48 horas ininterruptas dentro dos estúdios da Tupi. 

Fernando Baleroni é, entretanto, crítico do modelo de indústria televisiva que ganha espaço no Brasil a partir da década de 1970. O diretor acredita que programas pré-gravados, que substituem as emissões ao vivo, distanciam os atores da emoção, tornando-os reféns da técnica.

Espetáculos 4

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Fontes de pesquisa 12

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  • BALERONI, Fernando. Entrevista sobre os 30 anos de TV no Brasil. São Paulo, 5 fev. 1980.
  • BRANDÃO, Tania. Uma empresa e seus segredos: Companhia Maria Della Costa. São Paulo: Perspectiva; Rio de Janeiro: Petrobras, 2009. 368p.
  • CARDOSO, Laura. Persona em Foco – Laura Cardoso. São Paulo, 28 jul. 2015. Entrevista concedida a Mauro Gianfrancesco e Zécarlos de Andrade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=p4D7sRR-BBQ. Acesso em: 10 fev. 2017.
  • IMPÉRIO, Flávio. Flávio Império em cena: o guia. Curadoria Gláucia Amaral. São Paulo: SESC SP, 1997. [64] p., il.
  • LEKS, Julia. Laura Cardoso: contadora de histórias. São Paulo: Imprensa Oficial, 2010. (Série Aplauso Perfil).
  • MATTOS, David José Lessa. Pioneiros do rádio e da TV no Brasil. São Paulo: Códez, 2004.
  • PORTO E SILVA, Flávio. O teleteatro paulista nas décadas de 50 e 60. São Paulo: Centro de Documentação e Informação sobre Arte Brasileira Contemporânea, 1981.
  • Programa do Espetáculo - A Próxima Vítima - 1967.
  • Programa do Espetáculo - Homens de Papel - 1967.
  • REVISTA do Rádio, ed. 250, 26 jun. 1954.
  • REVISTA do Rádio, ed. 377, 1 dez. 1956.
  • SOUZA, José Inácio de Melo. Relação de teleteatros apresentados pela TV Tupi – 1950-1954. São Paulo: [s.n.], 2011.

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