Tamar Guimarães
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Biografia
Tamar Guimarães (Viçosa, MG, 1967). Artista plástica. Estuda violino de 1987 a 1992 em Jerusalém, em Basel e em Londres. Forma-se em artes plásticas no ano de 2002, na Godsmiths College, em Londres. De 2005 a 2007, realiza mestrado na Malmo Art Academy, na Suécia. Em seguida, faz um segundo trabalho de mestrado, de 2007 a 2009, na Academia Real de Artes Plásticas, na Dinamarca.
Em 2007, recebe o prêmio Fair Play, em Berlim, e realiza o vídeo A Man Called Love, sobre o médium Chico Xavier. Dois anos mais tarde, participa do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e do Capacete Residency Program, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Integra a 29ª Bienal Internacional de São Paulo e realiza os filmes Canoas e The Culture of The Future, em 2010. No ano seguinte, expõe seus vídeos na exposição Os Primeiros Dez Anos, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, e participa do Danish Arts Council Residency, na Cité des Arts, Paris, além participar do programa Gasworks, em Londres.
É artista-residente no programa Akademie Schloss Solitude, em Stuttgart, na Alemanha, em 2012, mesmo ano em que expõe na Casa de Vidro, da arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992), em São Paulo, e realiza junto com o artista dinamarquês Kasper Akhoj (1976) Os Últimos Dias de Watteau. Vive e trabalha em Copenhague, Dinamarca. Dentre os países em que já expôs estão Bélgica, China, Turquia e Estados Unidos.
Comentário crítico
As fotomontagens e os vídeos de Tamar Guimarães mesclam documentário, ensaio e ficção. Seus trabalhos apropriam-se de imagens clichês e criam uma nova narrativa. Radicada na Dinamarca, a artista mantém o Brasil como cenário de muitos de seus trabalhos. Em A Man Called Love, enquanto é apresentada visão política sobre o médium Francisco Xavier (1910-2012), o plano político brasileiro recebe leitura mística.
Em 15 ½, realizado para a casa de vidro Lina Bo Bardi, Tamar exibe uma espécie de fotonovela em que as discussões tratam da revista Habitat1 e do modernismo brasileiro, tema também presente na obra Canoas. Construída pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a mansão, que recebe estrangeiros e pessoas da elite brasileira nas décadas de 1950 e 1960, é palco da festa retratada por Guimarães, que questiona, ao mostrar a divisão de classes entre patrões e empregados e o glamour da festa, os rumos tomados pelo projeto modernista brasileiro e as peculiaridades de um modernismo tropical.
A fetichização da festa e a mansão como cenário de investigação das relações de classe também são temas do trabalho Os Últimos Dias de Watteau, realizado o com o artista dinamarquês Kasper Akhoj e inspirado no livro de mesmo título, do escritor francês Edmond Pilon (1874-1945), e nas chamadas festas galantes, retratadas nos quadros do pintor francês Antoine Watteau (1684-1721).
Nota
1 Revista sobre arquitetura moderna, existente de 1950 a 1965, em que Lina Bo Bardi trabalha por um período.
Exposições 17
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4/10/2009 - 20/12/2009
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15/4/2010 - 17/9/2010
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25/9/2010 - 12/12/2010
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19/1/2011 - 20/3/2011
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10/11/2012 - 4/3/2011
Fontes de pesquisa 1
- FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO. 31ª Bienal de São Paulo: Como (…) coisas que não existem. Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: http://www.31bienal.org.br/pt/information/808. Acesso em: 16 maio de 2023.
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TAMAR Guimarães.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa554036/tamar-guimaraes. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7