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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Nelson Ned

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 05.07.2016
02.03.1947 Brasil / Minas Gerais / Ubá
05.01.2014 Brasil / São Paulo / Cotia
Nelson Ned d’Ávila Pinto (Ubá, Minas Gerais, 1947 - Cotia, São Paulo, 2014). Cantor e compositor. Começa a cantar ainda criança em shows de calouros e circos em sua cidade natal. É portador de uma doença genética conhecida como nanismo. Com 12 anos, muda-se para Belo Horizonte e começa a trabalhar em uma fábrica de chocolates. Paralelamente, apr...

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Biografia
Nelson Ned d’Ávila Pinto (Ubá, Minas Gerais, 1947 - Cotia, São Paulo, 2014). Cantor e compositor. Começa a cantar ainda criança em shows de calouros e circos em sua cidade natal. É portador de uma doença genética conhecida como nanismo. Com 12 anos, muda-se para Belo Horizonte e começa a trabalhar em uma fábrica de chocolates. Paralelamente, apresenta-se em programas infantis Cirquinho do Bolão e o Clube do Pererê, da TV Itacolomi, e em programas de Aldair Pinto (1922-2007) da Rádio Inconfidência.

Aos 13 anos, grava em 78 rpm a valsa “Eu Sonhei que tu Estavas tão Linda”  [Lamartine Babo (1904-1963) e Francisco Matoso (1913-1941)] e “Prelúdio à Volta” [Osmar Navarro (1930-2012)]. Em 1963, muda-se para o Rio de Janeiro. No ano seguinte, lança seu primeiro LP, Um Show de 90 Centímetros. Em 1968, assina contrato com a gravadora Chantecler e lança um compacto com as canções: “Tamanho Não É Documento”, parceria com Hamilton Gouvêa Bastos, e “Me Ensine a Viver sem Você”. No mesmo ano, vence o 1o Festival de la Canción, realizado em Buenos Aires, com a intepretação de sua composição “Tudo Passará”, um dos maiores sucessos da carreira. Em seguida, lança o LP, Tudo Passará (1969), com arranjos e regência de Maestro Portinho (1925-2000).

Na década de 1970, realiza turnês pela América Latina e pelos Estados Unidos. Em 1974, apresenta-se no Carnegie Hall, em Nova York. Em 1976, lança o LP O Poder da Fé, primeiro disco gospel de sua carreira. No início da década de 1980, no disco Perdidamente Apaixonado, grava canções em espanhol, destinadas ao público latino-americano. Nos anos 1990, torna-se evangélico e redireciona a carreira para músicas de temática religiosa, mesclando em seus shows sucessos românticos e versões de canções nacionais e internacionais famosas. Em 2003, sofre um  Acidente Vascular Cerebral (AVC) que o afasta dos palcos definitivamente.

Análise da trajetória
Nelson Ned é uma das vozes mais conhecidas pelo grande público dos anos 1960 e 1970, interpretando canções sentimentais e românticas. É cantor de vendagens expressivas, com várias músicas nas paradas de sucesso. Tem carreira consolidada no Brasil e no exterior, com repertório gravado em vários idiomas e turnês por vários países. Apresenta-se por três vezes com grande sucesso no Carnegie Hall, em Nova York.

É um dos principais intérpretes de boleros da música brasileira ao lado de Altemar Dutra (1940-1983), Agnaldo Timóteo (1936), Lindomar Castilho (1940) e Waldick Soriano (1933-2008).  A maior parte de seu repertório dedica-se ao gênero hispano-americano difundido no Brasil desde a década de 1940,  pela música de Augustin Lara (1897-1970) e Lucho Gatica (1928). O grupo de cantores, do qual Nelson Ned faz parte, potencializa a interpretação das canções de tal forma, que é associado a um tipo de música romântica popular, chamada pejorativamente de "cafona", embrião do gênero brega.

As composições e a interpretação de Nelson Ned têm como tema a desilusão amorosa. As letras tristes e sentimentais, fazem referência à traição, solidão, infelicidade, ao desamparo e abandono. São exemplos: “Tudo Passará” (1968), seu maior sucesso; “Eu Também Sou Sentimental” (1970), resposta a “Sentimental Demais” (1965), gravada por Altemar Dutra; “Se eu Pudesse Conversar com Deus” (1970); “Não Tenho Culpa de Ser Triste” (1973) e “Tamanho não é Documento” (1968).

Quanto ao registro vocal, Nelson Ned é um tenor. Tem grande extensão vocal, voz cristalina e afinada. As principais referências de canto para Ned são o chileno Lucho Gatica e Altemar Dutra, este último consagrado por seus boleros e canções românticas.

Fontes de pesquisa 4

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  • ARAUJO, Paulo César. Eu não sou cachorro não. Música popular cafona e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Editora Record, 2002.
  • CABRERA, Antônio Carlos. Almanaque da música brega. São Paulo: Matrix Editora, 2007.
  • NED, Nelson; COSTA, Jefferson Magno. O pequeno gigante da canção: a vida de Nelson Ned. São Paulo: Vida, 1996.
  • NELSON NED. In: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Instituto Cultural Cravo Albin. Disponível em: < http://dicionariompb.com.br/nelson-ned >. Acesso em: 01 mai. 2014.

Como citar

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