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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Zuzu Angel

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.08.2024
05.06.1921 Brasil / Minas Gerais / Curvelo
14.04.1976 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Correio da Manhã/Acervo Arquivo Nacional

Zuzu Angel, 1972

Zuleika de Souza Netto (Curvelo, Minas Gerais, 1921 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1976). Estilista e figurinista. Importante nome da moda brasileira, Zuzu Angel é uma das responsáveis pela criação de um mercado nacional de moda e por divulgar, em diversos trabalhos, a política e a violência do estado brasileiro durante a ditadura militar (19...

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Zuleika de Souza Netto (Curvelo, Minas Gerais, 1921 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1976). Estilista e figurinista. Importante nome da moda brasileira, Zuzu Angel é uma das responsáveis pela criação de um mercado nacional de moda e por divulgar, em diversos trabalhos, a política e a violência do estado brasileiro durante a ditadura militar (1964-1985)1.

A estilista inicia sua produção em Minas Gerais, ao costurar para a família. No final da década de 1940, muda-se com a família para o Rio de Janeiro e em seguida abre um ateliê em sua casa. Mais tarde, com o apoio da então primeira-dama Sarah Kubitschek (1908-1996), amiga de uma tia, passa a produzir peças em série para a sociedade carioca.

Zuzu é a primeira estilista a propor um conceito de moda que, ao explorar temáticas nacionalistas, cria uma identidade brasileira para as peças. Com cores e estampas que referenciam a natureza do Brasil, além de remissões a figuras como Lampião e Maria Bonita, seu trabalho evidencia aspectos da cultura e da história do país. Sua obra cria um mercado de moda nacional que substitui as produções estrangeiras, especialmente vindas da França.

Além da identidade nacional das roupas, Zuzu inova ao pensar peças práticas e funcionais. Também contribui para o desenvolvimento da moda quando ajuda a criar tecidos como o Polybel, uma mistura de algodão e poliéster que garante leveza e conforto ao vestuário feminino – este em processo de adaptação às novas funções das mulheres no mercado de trabalho. Zuzu Angel é a primeira estilista do país a exportar a moda brasileira para os Estados Unidos. Em 1970, sua coleção Fashion and Freedom ganha destaque internacional ao ocupar todas as vitrines da loja de departamentos Bergdorf Goodman, na 5ª Avenida, em Nova York.

Depois do assassinato de seu filho, Stuart Edgart, em 1971, pelos órgãos de repressão da ditadura militar, Zuzu Angel assume uma postura política: passa a usar o trabalho para expressar luto e denunciar a violência do Estado brasileiro. As novas criações estampam motivos como anjos feridos, canhões de guerra, pássaros engaiolados e são exibidas num desfile em Nova York. Nesse evento, ela faz um discurso em que denuncia o desaparecimento e a morte de Stuart.

Em homenagem à estilista e com base na coleta de seus materiais e produções, Hildegard Angel (1949), filha de Zuzu, cria em 1993 o Instituto Zuzu Angel (IZA), primeira entidade sem fins lucrativos do Brasil ligada à moda. O instituto promove eventos e ações voltados para a formação em moda. Exemplos disso são o 1º Congresso de Moda no Brasil, o primeiro curso sobre o tema no estado do Rio de Janeiro, realizado na Universidade Veiga de Almeida, e o primeiro curso de pós-graduação na área.

Tais eventos e ações motivados pela obra de Zuzu Angel evidenciam o importante legado que a estilista deixa para a moda; um legado que contribui para a delimitação da própria história da moda no Brasil.

Nota

1. Também denominada de ditadura civil-militar por parte da historiografia com o objetivo de enfatizar a participação e apoio de setores da sociedade civil, como o empresariado e parte da imprensa, no golpe de 1964 e no regime que se instaura até o ano de 1985.

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