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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Marina Colasanti

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 04.07.2024
26.09.1937 Eritréia / a definir / Asmara
Marina Colasanti (Asmara, Eritreia, África Oriental, 1937). Escritora, jornalista, artista plástica e tradutora. Uma das grandes autoras femininas da literatura brasileira, destaca-se por suas obras infantojuvenis que abordam questões universais de uma maneira simples e poética que agrada a todos os públicos. Mulher de múltiplos talentos, em sua...

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Marina Colasanti (Asmara, Eritreia, África Oriental, 1937). Escritora, jornalista, artista plástica e tradutora. Uma das grandes autoras femininas da literatura brasileira, destaca-se por suas obras infantojuvenis que abordam questões universais de uma maneira simples e poética que agrada a todos os públicos. Mulher de múltiplos talentos, em sua trajetória trabalha como publicitária, edita e apresenta programas culturais na TV e também traduz grandes autores da literatura universal.

Ainda na infância muda-se para Trípoli, na Líbia, e depois para a Itália, onde mora durante 11 anos. Em 1948, transfere-se com a família para o Brasil, onde vive na cidade do Rio de Janeiro. É artista plástica de formação, jornalista de ofício e escritora por paixão. Nascida em uma família de artistas, desde cedo Marina toma gosto pelo desenho e pela literatura, por isso, muitas de suas obras são ilustradas por ela mesma.

Publica seu primeiro livro, Eu Sozinha, em 1968, e, de lá para cá, há mais de 60 títulos nos gêneros poesia, contos, crônicas, livros para crianças e jovens, além de ensaios sobre temas como literatura, o feminino, a arte, os problemas sociais e o amor. A maior parte de sua obra é traduzida para outros idiomas, sendo mais de 20 para o espanhol (com edições na Espanha, Argentina, Colômbia e Cuba), e também para o alemão e o francês. Tem ainda edições portuguesas, o que a torna uma das maiores autoras brasileiras, com reconhecimento e prêmios internacionais como o Portugal Telecom de Literatura 2011.

Sua obra é objeto de várias teses e trabalhos acadêmicos. Muitos de seus livros merecem destaque e já são clássicos da literatura brasileira, em especial da literatura infantojuvenil, recebendo vários prêmios. Uma Ideia Toda Azul (1979), seu primeiro conto de fadas e seu livro predileto, tem dois prêmios. Com a obra Entre a Espada e a Rosa (1986), ganha seu primeiro Jabuti. Breve História de um Pequeno Amor (2013) é seu livro mais premiado (quatro menções). Marina Colasanti é uma das escritoras com mais prêmios no Brasil (em torno de 40): são vários Jabutis; Grande Prêmio da Crítica, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA); de Melhor Livro do Ano, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio da Biblioteca Nacional para poesia; dois prêmios latino-americanos. Torna-se hors-concours1 da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), após ter sido várias vezes premiada por essa instituição, que é referência no país. 

Marina Colasanti enfoca também as questões do feminino e do feminismo em sua obra. Em 1983, realiza uma turnê para fazer contatos com centros de estudos da mulher de diversos lugares do mundo, com entidades feministas e personalidades feministas, a convite do State Departament, dos Estados Unidos. Entre 1985 e 1989 é membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher no Brasil. Participa ativamente de congressos, simpósios, cursos e feiras literárias no país e no exterior. 

Explora também outros formatos literários: ilustra seu livro A Moça Tecelã (2004) com bordados, e, em 2007, grava o CD A Moça Tecelã e Outras Histórias, narrando seus contos pela gravadora Luz da Cidade.

Para a escritora, professora e crítica literária Marisa Lajolo os livros de Marina são difíceis de classificar e não podem ser considerados apenas para crianças e jovens: “Conto? Crônica? Poema em prosa? Só sabemos que seus livros são sempre ótimos! Livros ótimos, que se tecem por procedimentos narrati­vos densos e concentrados, o que parece constituir marca forte da literatura brasileira mais contemporânea.”Mesmo nos livros que têm como tema questões do universo infantil – como Breve História de um Pequeno Amor, que conta a história de uma escritora que encontra um ninho com dois filhotes de pombo, e um deles se vê às voltas com os desafios de crescer e tornar-se independente –, o leitor depara com questões profundas do ser humano, como amor, ciúme, aflição, paciência, saudade, preocupação, orgulho etc.

Uma das características marcantes da obra de Colasanti é justamente tratar de temas universais com uma linguagem acessível, abordando questões complexas com um texto enxuto, mas preciso. A autora não escreve para os outros, mas sempre escreve o que quer, o que espelha “certa coerência de espírito e de vida”3

A crítica literária Eliana Yunes no texto de abertura do livro Como Se Fosse um Cavalo (2012) resume bem o talento de Marina para contar histórias que agradam a todos os leitores: “Marina, de voz mansa e suave, não tem temperamento de fadas dos contos mágicos que leu, mas sob o olhar etíope (...) habita uma pensadora perspicaz de sua própria história e cultura”4

Em 2016, a atriz Vera Holtz (1952) publica em suas redes sociais uma sequência de oito vídeos lendo microcontos de Marina Colasanti que compõem o livro Hora de Alimentar Serpentes (2013). Os vídeos viralizam, tornando a obra da autora mais popular, alcançando o 15º lugar na lista dos mais vendidos na época. 

Marina Colasanti afirma o que deseja quando escreve seus livros. Sua relação com a vida é por meio da escrita. Dessa forma, com uma linguagem simples e temas universais, sua obra emociona o leitor, faz pensar, surpreende.  

Notas:

1. A FNLIJ criou o Hors Concours em 1992 para cada prêmio, para estimular os participantes. É concedido quando o participante já ganhou três vezes na mesma categoria.
2. LAJOLO, Marisa. As muitas Marinas de Marina Colasanti. Jornal da Biblioteca Pública do Paraná, Curitiba, 5 dez. 2017. Disponível em: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Noticia/muitas-Marinas-de-Marina-Colasanti. 
3. MARINA COLASANTI, 80 anos. Fala da autora sobre o livro Eu Sozinha. YouTube. 20 jun. 2017. (12min53). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-iOg3WLEWkk. 
4. COLASANTI, Marina. Como se fizesse um cavalo. São Paulo: Ed. Pulo do Gato, 2012.

Obras 29

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Exposições 2

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