Luis Gustavo Sánchez Blanco (Gotemburgo, Suécia, 1934 - Itatiba, São Paulo, 2021). Ator. Atuando desde a década de 1960, é reconhecido sobretudo por suas interpretações cômicas e carismáticas em novelas e programas de TV, desde a extinta TV Tupi, além de também possuir trabalhos no cinema e no teatro.

Filho de espanhóis imigrantes, Luis Gustavo se muda ainda criança com a família para o Brasil, devido ao trabalho do pai como embaixador de carreira da Espanha. No início dos anos 1940, com a tomada de poder pela ditadura de Francisco Franco (1892-1975), o pai renuncia ao cargo oficial e a família decide permanecer exilada no país por não compactuar com o novo governo de seu país de origem.

Inicia a carreira artística trabalhando atrás das câmeras em funções de contrarregra, auxiliar de iluminação e cinegrafista, até se tornar assistente de direção em programas de teleteatro como o TV de Vanguarda, da Rede Tupi. Na emissora, participa de sua primeira telenovela como ator, Se O Mar Contasse, de 1964, que abre caminhos para seus trabalhos de atuação na televisão. 

Paralelamente, dedica-se ao teatro, recebendo, em 1967, o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Teatro (APCT) por sua atuação em Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos (1935-1999).

Seu primeiro trabalho de destaque na TV acontece no ano seguinte, com o personagem homônimo da novela Beto Rockfeller (1968). Após um ano de sucesso na televisão, a produção é adaptada para um longa-metragem de mesmo nome, lançado em 1970. Sua atuação é marcada pelo tom cômico e pela inédita inclusão de gírias e de uma linguagem mais coloquial, o que destoava das produções rebuscadas da época. O público se identifica com a malandragem brasileira de Beto e com a atuação naturalista e espontânea de Luis Gustavo, que muda os rumos da interpretação na teledramaturgia brasileira.

Em 1976, o ator inicia sua longa carreira de mais de quarenta anos na Rede Globo, alcançando seu primeiro sucesso na emissora com o músico cego, Léo, de Te Contei? (1978), que segundo o próprio ator, é um dos personagens que mais o marca.

Nos anos seguintes participa de inúmeras novelas, consagrando-se com o atrapalhado detetive Mário Fofoca, de Elas por Elas (1982). O sucesso da personagem, inicialmente coadjuvante, rende ao ator uma série de TV homônima e o longa-metragem As Aventuras de Mário Fofoca (1982), dirigido por Adriano Stuart (1944-2012). Pouco depois, atua em Ti-Ti-Ti (1985), interpretando o excêntrico costureiro Victor Valentim, outro marco de sua carreira.

Na década de 1990, faz um dos seus papéis mais populares: Vanderlei Mathias, o Vavá, síndico do edifício do programa humorístico Sai de Baixo (1996-2002). Sucesso de público por anos consecutivos, garante ao ator o reconhecimento de diferentes gerações.

A partir dos anos 2000, trabalha ininterruptamente até 2018, quando vão ao ar seus últimos trabalhos. Nesse período, teve participações em novelas da TV Globo de boa recepção crítica, como O Beijo do Vampiro (2002) e Joia Rara (2013). 

Com uma longa carreira de sucessos na televisão e sua habilidade inquestionável para o humor e a conexão com o público, o ator marca a teledramaturgia brasileira com seus personagens empáticos, cômicos e extremamente populares.