Rodrigo Garcia Lopes
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Biografia
Rodrigo Garcia Lopes (Londrina PR 1965). Poeta, tradutor, compositor, editor, professor e jornalista. Graduado em jornalismo, volta-se para o estudo acadêmico da literatura e torna-se mestre, em 1992, pela Arizona State University, nos Estados Unidos, com dissertação sobre a narrativa do romancista norte-americano William S. Burroughs (1914 - 1997). Com tese a respeito da obra da poeta norte-americana Laura Riding (1901 - 1991), recebe o título de doutor em Letras pela Universidade Federal de Santana Catarina - UFSC. Sua primeira coletânea de poemas, Solarium, é publicada em 1994 e reúne a sua poesia produzida na década anterior. Três anos depois edita Visibilia, seguido por Polivox, de 2001. Polivox é também o título do CD de canções e de poesia sonora que lança neste mesmo ano. Junto com os poetas Marcos Losnak (1964) e Ademir Assunção (1961) funda, em 2002, a revista Coyote, que publica poemas, fotografias, desenhos, traduções e outras produções artísticas. Atua também como tradutor, vertendo para o português obras de autores como os poetas norte-americanos Walt Whitman (1819 - 1892) e Sylvia Plath (1932 - 1963) e o poeta francês Arthur Rimbaud (1854 - 1891). Editado em 2004, Nômada é seu livro de poemas mais recente.
Comentário Crítico
Uma das mais destacadas características da poesia escrita por Rodrigo Garcia Lopes é, sem dúvidas, a diversidade de formas e de estilos com a qual ela é construída. O poeta transita com igual naturalidade, por exemplo, entre a poesia visual, a tradição do haicai e o poema em prosa.
A crítica Maria Esther Maciel (1963) observa a este respeito que "Por conceber a poesia como um exercício de liberdade no plano da linguagem, o poeta explora os deslocamentos, contrações e expansões do poema na página (...)". No seu livro Nômada, de 2004, é possível ler poemas nos quais os elementos gráficos e tipográficos contribuem para a construção de sentido do texto: é o caso de "No arroio", no qual a palavra-verso "assombra" aparece destacada por meio de um sombreamento; além disto, outras palavras e outros versos são diferenciados por utilização de fontes e cores diversas.
Em Solarium, seu livro de estreia, Rodrigo Garcia Lopes flerta, em diversos momentos, com a tradição da poesia oriental, sobretudo do haicai. No poema "Nô", por exemplo, o autor procura a concisão e a brevidade da lírica japonesa, além de dispor as suas quatro estrofes ao lado de ideogramas. Nos versos, surge o recorrente tema da natureza abordado por um viés simbólico e misterioso: "estou satisfeita/ com esses pássaros/ que de noite/ bicam meu corpo".
As experimentações com o poema em prosa são um dos destaques de Nômada. Em "Cityscape", o prosaísmo aparece aliado à representação da contemporaneidade como um tempo desprovido de lirismo. Deste modo, o poeta trata de dessacralizar o gênero épico e as suas figuras, transpondo-os para um prosaico cenário contemporâneo: "Carros avançam em nossa direção: eis o épico contemporâneo. Ítaca na esquina, Odisseu o mendigo lendo um anúncio travado no chão".
Mídias (1)
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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RODRIGO Garcia Lopes.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa385808/rodrigo-garcia-lopes. Acesso em: 05 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7