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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Micheliny Verunschk

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 19.07.2024
10.07.1972 Brasil / Pernambuco / Recife
Micheliny Verunschk (Recife, Pernambuco, 1972). Poeta e romancista. Vive a maior parte da infância e da adolescência em Arcoverde, cidade do sertão pernambucano. Micheliny constrói narrativas que buscam o encontro entre os sentimentos e o mundo exterior, metamorfoseados em geografia e aspectos materiais do ambiente. Micheliny também trata de tem...

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Micheliny Verunschk (Recife, Pernambuco, 1972). Poeta e romancista. Vive a maior parte da infância e da adolescência em Arcoverde, cidade do sertão pernambucano. Micheliny constrói narrativas que buscam o encontro entre os sentimentos e o mundo exterior, metamorfoseados em geografia e aspectos materiais do ambiente. Micheliny também trata de temas como memória e morte para construir uma trajetória da existência humana. 

Aos 10 anos escreve os primeiros poemas e começa a publicar seus escritos em 1996. Colabora com dois poemas, em 2001, para a exposição Eispoesia, de Vila do Conde, Portugal. Em 2003, estreia em poesia com Geografia Íntima do Deserto, finalista do Prêmio Portugal Telecom 2004. No mesmo ano participa do evento Encontros de Interrogação, do Itaú Cultural, oportunidade em que lê, comenta e avalia sua produção. Tem poemas publicados em meios digitais e impressos, com destaque para os periódicos Jornal do Comércio, Diário de Pernambuco Folha do Povo além das revistas Cult, Poesia Sempre e Cacto.

Uma das ideias centrais da poesia de Micheliny Verunschk é a exploração do conceito de grafia, conforme indicam os títulos de duas de suas obras: Geografia Íntima do Deserto (2003) e A Cartografia da Noite (2010). Ao grafar a noite e o deserto, revela interesse entre o trânsito do que lhe é interior com o que lhe é exterior, e cria, dessa maneira, uma percepção intimista e metafórica desses elementos, que permeiam uma escrita concisa e minuciosa, visando certa contenção.

A noção de deserto e de noite se desdobra ainda, em campos de significação de outras áreas: no corpo, no amor e na memória, daí decorre a leitura de Claudio Daniel (1962): “O deserto está presente não apenas no título, mas em diversas composições da coletânea, não raro com outros significados imprevistos: é o corpo do amante, o sentimento de desolação e o inverso do mar e da cidade, zonas inscritas na distância”1. Dessa trama entre desertos que se extrai a nota dominante e os efeitos dos poemas: “Teu nome é meu deserto / e posso senti-lo / incrustado em meu próprio território”2.

Seus poemas também exploram, com especial atenção, a temática relativa aos animais, com poemas para o gato, o touro, o dragão, a borboleta, o tigre, entre outros, criando uma espécie de bestiário afetivo.

É mestre em literatura e crítica literária, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). É editoria no Instituto Itaú Cultural entre 2004 e 2007. Colabora com sites e revistas digitais como redatora, editora e publicando sua produção literária. 

Em 2014, lança seu primeiro romance, Nossa Tereza - Vida e Morte de uma Santa Suicida. O romance traz a morte como tema central, especificamente o que é chamado pela autora de morte escolhida - o suicídio. Com o romance, recebe o Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria melhor escritora estreante acima de 40 anos. 

Em 2018, a autora fecha a Trilogia Infernal, com o livro “O amor, este obstáculo”, composta ainda pelos títulos “Aqui, no coração do inferno” (2016) e “O peso do coração de um homem” (2017). As narrativas se constroem ao redor da história de uma garoto, preso por praticar canibalismo e a construção de sua relação com uma menina de 12 anos, filha do delegado que mantém o suposto criminoso em constante vigilância. A trilogia traz, na história das duas crianças, uma metáfora para a sociedade, as relações construídas baseadas na insegurança e na constante vigilância, através de exercícios de autoridade - seja do Estado ou do patriarcado, próxima do núcleo familiar.  

A obra de Micheliny Verunschk transita entre a poesia e a prosa para narrar temas universais do ser humano como a solidão, a memória e a morte. A autora constrói um mapeamento da natureza humana em meio a geografia de cenários reais.

Notas

1. DANIEL, Claudio. CULT. Cartografias poéticas de Micheliny Verunschk. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2013/09/cartografias-poeticas-de-micheliny-verunschk/. Acesso em: 20 jan. 2014.

2. VERUNSCHK, Micheliny. Geografia íntima do deserto. São Paulo: Landy Editora, 2003. p.74.

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Micheliny Verunschk - Encontros de Interrogação (2014)
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