Katie van Scherpenberg
![Kronos Nº 1, 1980/1981 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/001466006013.jpg)
Kronos Nº 1, 1980
Katie van Scherpenberg
Têmpera sobre tela
120,00 cm x 170,00 cm
Texto
Biografia
Mildrid Catharina van Scherpenberg (São Paulo, São Paulo, 1940). Pintora, desenhista, gravadora e professora. Passa a infância na Inglaterra e vem com a família para o Brasil em 1946. Tem aulas de pintura com Catherina Baratelli, no Rio de Janeiro, entre 1958 e 1960. Em 1961, viaja para a Europa, faz curso na Academia de Belas Artes da Universidade de Munique, na Alemanha. Em 1963, estuda com o pintor Oscar Kokoschka (1886 - 1980) em Salzburg, Áustria. Retorna para o Rio de Janeiro, e realiza curso de gravura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), entre 1966 e 1967. Em 1976, participa da fundação da Associação Brasileira de Artistas Plásticas Profissionais - Abapp. Cria, em 1978, ao lado da poeta Geni Marcondes (1916), o Núcleo Experimental de Arte na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, no qual leciona até 1984. Começa a expor individualmente nos anos 1980. A convite do Instituto Nacional de Artes Plásticas, trabalha no projeto Melhoria de Materiais - análise de tinta a óleo, de 1982 até 1985, quando a pesquisa é publicada pela Funarte. De 1983 a 1989, leciona pintura no MAM/RJ, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage) e na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro. Realiza pinturas abstratas desde a década de 1980, utilizando materiais e pigmentos não convencionais, como óxido de ferro.
Análise
A obra de Katie van Scherpenberg, como nota o crítico de arte Fernando Cocchiarale, tem como base o seu amplo conhecimento dos materiais e das técnicas de pintura. Ao iniciar sua trajetória em um momento de crise dos meios tradicionais de expressão e de emergência da arte conceitual, a artista procura utilizar técnicas não usuais, como a têmpera.
No início da década de 1980, Scherpenberg começa a realizar trabalhos abstratos. Para Cocchiarale, a série Queda de Ícaro (1980/1981) é um marco em sua produção. É composta por uma seqüência de cinco telas brancas, nas quais é colocado, sempre à mesma altura, um pequeno relevo cilíndrico branco construído pela superposição de um pedaço de tela sobre o suporte. Em cada quadro, pinta uma barra negra horizontal em diferentes posições, em relação ao relevo. Nesses trabalhos o ponto de interesse não é a perspectiva, mas a exploração de questões pictóricas.
Em obras posteriores, como nas instalações Rio Vermelho (1983) e Caveat (1984), ela realiza experiências cromáticas, com pinturas pensadas para serem expostas em ambientes completamente vermelhos. Esses trabalhos aproximam-se, assim, de obras de Hélio Oiticica (1937-1980) e de Cildo Meireles (1948).
O método de trabalho utilizado pela artista inclui as modificações que os materiais sofrem, como a deterioração natural dos pigmentos orgânicos. Em intervenção que realiza nos jardins da Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, no Rio de Janeiro, na mostra Território Ocupado, em 1986, leva em consideração o crescimento natural da vegetação para a obtenção do resultado final. Em 2000, em exposição realizada no Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC-Niterói, mostra um conjunto de 50 pinturas da série Feuerbach e Eu, iniciada na década de 1990, e realiza uma intervenção pictórica na praia de Boa Viagem, adjacente ao museu, levando o espectador a refletir acerca das relações entre pintura e natureza.
Obras 6
Kronos Nº 1
Kronos Nº 6
Marcas
Os Botões de Rembrandt
Sem Título
Exposições 145
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 24
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KATIE van Scherpenberg.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
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