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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Nino Cais

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 10.06.2024
20.04.1969 Brasil / São Paulo / São Paulo
Marcos Eduardo de Cais (São Paulo, São Paulo, 1969). Artista plástico. Conclui bacharelado e licenciatura em artes plásticas pela Faculdade Santa Marcelina em 2001, realizando no mesmo ano e local sua primeira mostra individual, A Trama Rarefeita, em que apresenta objetos realizados no final da década de 1990, formados pelo emaranhado de nós fei...

Texto

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Marcos Eduardo de Cais (São Paulo, São Paulo, 1969). Artista plástico. Conclui bacharelado e licenciatura em artes plásticas pela Faculdade Santa Marcelina em 2001, realizando no mesmo ano e local sua primeira mostra individual, A Trama Rarefeita, em que apresenta objetos realizados no final da década de 1990, formados pelo emaranhado de nós feitos com tecido. Esse material destaca-se em grande parte de sua produção, aparecendo em situações fotografadas pelo artista, vídeos e colagens, e também na forma de estampas ou padrões decorativos que compõem o universo de assemblages, objetos e desenhos.

Em 2005, participa do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (CCPC). Nessa época, objetos de uso cotidiano integram séries de trabalhos em vídeo e fotografia e são relacionados ao corpo do próprio artista, que começa a comparecer nas obras. Instalações com os mesmos objetos – cadeiras, copos, taças, utensílios de cozinha, tecidos, vasos de plantas – são realizadas com mais intensidade ao longo dos anos 2000 em mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Em 2007, recebe prêmios do Salão de Arte de Ribeirão Preto (Sarp) e da Fundação Iberê Camargo. A fotografia, a colagem e o desenho, com imagens em que se somam corpos humanos e objetos, protagonizam os trabalhos realizados a partir de 2010, quando sua obra é reunida no livro Nino Cais: Poemas e Canções, que também traz textos sobre sua produção. Em 2012, participa da 30º Bienal Internacional de São Paulo.

Análise

O trabalho de Nino Cais, seja em fotografias, desenhos, colagens, vídeos ou objetos tridimensionais, faz uso de uma série de elementos comuns, como padrões decorativos (estampados em tecidos, colhidos em recortes de páginas de revistas de moda e decoração ou desenhados sobre papel) e objetos de uso cotidiano (utilitários de cozinha e área de serviço, vasos de plantas, valises, peças de vestuário, mobiliário etc.). Tais elementos dividem o imaginário do trabalho do artista com figuras do corpo humano, muitas vezes do próprio Cais, assinalando reiterada preocupação com uma dimensão subjetiva ou autobiográfica, que todavia surge marcada pela substituição de partes do corpo humano – entre as quais destaca-se a cabeça, que aparece frequentemente coberta – por esses objetos.

As obras de Nino Cais são formadas por elementos kitsh, que, no entanto, são investidos de afetividade1 em sua relação de continuação ou sobreposição a figuras humanas. Chama a atenção que as montagens de exposições do artista sejam pontuadas por uma preocupação decorativa,2 aproximando-se de instalações em que comparecem elementos semelhantes àqueles que compõem os trabalhos, como é o caso da sala de Cais na 30ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao mesmo tempo em que os objetos cotidianos conferem intimismo ou mesmo tocam o tema da timidez3 quando adornam ou cobrem as figuras dos trabalhos, também calibram sua escala em relação ao ambiente arquitetônico4 em que são expostos.

Notas

1. ALVES, Cauê. O corpo no trabalho de Nino Cais. In: CAIS, Nino. Nino Cais na 30ª Bienal de São Paulo: a iminência das poéticas. São Paulo: Central Galeria de Arte Contemporânea, 2012.

2. CAIS, Nino. Décor. Curadoria Thaís Rivitti. São Paulo: Galeriavirgilio, 2009.

3. RICCIOPPO, Carlos Eduardo. Nino Cais: cabeças, colunas. São Paulo: Paço das Artes, 2010. Disponível em: http://www.pacodasartes.org.br/storage/ninocais.pdf. Acesso em: 7 mai. 2014.

4. FARIAS, Agnaldo. A educação pelos objetos. In: CAIS, Nino. Nino Cais. São Paulo: Galeria Virgilio, 2008.

Exposições 75

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Nino Cais - Enciclopédia Itaú Cultural
Interessado nas relações entre corpo e matéria, o artista visual Nino Cais traz na memória afetiva de sua casa a estrutura e organização de seu trabalho: “Afinal, o que é agradável? O que é conforto?”, questiona ele. A trajetória do artista começa na infância, quando a mãe, costureira, lhe dá retalhos de tecido como brinquedo – o que estimula sua percepção sobre texturas, formas e padronagens. Na adolescência, vira seminarista e pensa em trabalhar com arte sacra, até entrar em contato com a arte contemporânea na faculdade de Artes Plásticas: “Me encontrei com a linha e comecei a trabalhar com coisas subjetivas e abstratas”, conta. Utilitários como desentupidores de pia, raladores de queijo, copos, xícaras, cadeiras e baldes, por exemplo, ganham novas simbologias em fotografias, vídeos, colagens e instalações que dialogam com o próprio artista, que não raro usa seu corpo como suporte de suas criações.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 10

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  • A vingança do arquivo. São Paulo: Casa de Cultura do Parque, 2024. Exposição realizada no período de 03 ago. a 13 out. 2024. Disponível em: https://ccparque.com.br/a-vinganca-do-arquivo/. Acesso em: 10 jun. 2024
  • ALVES, Cauê. O corpo no trabalho de Nino Cais. In: CAIS, Nino. Nino Cais na 30ª Bienal de São Paulo: a iminência das poéticas. Texto Cauê Alves. São Paulo: Central Galeria de Arte Contemporânea, 2012. 31 p.
  • CAIS, Nino. Décor. Curadoria e texto Thaís Rivitti. São Paulo: Galeriavirgilio, 2009. 1 f. dobrada. Exposição realizada no período de 13 maio a 6 jun. 2009.
  • CAIS, Nino. Poemas e canções. Organização e prefácio Mariana Trevas; Texto Agnaldo Farias, Carlos Eduardo Riccioppo, Juliana Monachesi e Thais Rivitti. São Paulo: Edições 397, 2010. 100 p.
  • FARIAS, Agnaldo. A educação pelos objetos. In: CAIS, Nino. Nino Cais. Texto Agnaldo Farias. São Paulo: Galeria Virgilio, 2008. Exposição realizada no período de 10 abr. a 02 maio 2008.
  • MONACHESI, Juliana. O nó dos sonhos em Nino Cais. In: CAIS, Nino. Nino Cais. Texto Juliana Monachesi. São Paulo: Galeria Virgilio, 2006. 1 folha dobrada. Exposição realizada no período de 30 abr. a 27 maio 2006.
  • RICCIOPPO, Carlos Eduardo. Nino Cais: cabeças, colunas. São Paulo: Paço das Artes, 2010. Disponível em: http://www.pacodasartes.org.br/storage/ninocais.pdf. Acesso em: 7 mai. 2014.
  • ROSA, Rafael Vogt Maia. A trama refeita. São Paulo: Faculdade Santa Marcelina, 2001.
  • RUMOS ARTES VISUAIS, 2008-2009, Curitiba. Obsolescências. Curadoria Marília Panitz. São Paulo: Itaú Cultural; Curitiba: Casa Andrade Muricy, 2009. [23] p. Exposição realizada na Casa Andrade Muricy, no período de 01 jul. a 09 ago. 2009. Obsolescências é um dos recortes curatoriais da exposição Rumos Artes Visuais - Trilhas do Desejo.
  • RUMOS ARTES VISUAIS, 2008-2009, Curitiba. Obsolescências. Curadoria Marília Panitz. São Paulo: Itaú Cultural; Curitiba: Casa Andrade Muricy, 2009. [23] p. Exposição realizada na Casa Andrade Muricy, no período de 01 jul. a 09 ago. 2009. Obsolescências é um dos recortes curatoriais da exposição Rumos Artes Visuais - Trilhas do Desejo.

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