Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Dança

Mário Nascimento

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.01.2020
03.05.1964 Brasil / Mato Grosso / Cuiabá
Mário Nascimento (Cuiabá, Mato Grosso, 1964). Coreógrafo, bailarino diretor e professor. Em 1978, por intermédio do treinamento em artes marciais, inicia seus estudos em dança na Academia de Claudia Raia (1966), aos 16 anos, em Campinas. Na década de 1980, tem aulas de dança clássica com Toshie Kobayashi (1946) e Tony Abbot, e jazz com Fred Benj...

Texto

Abrir módulo

Mário Nascimento (Cuiabá, Mato Grosso, 1964). Coreógrafo, bailarino diretor e professor. Em 1978, por intermédio do treinamento em artes marciais, inicia seus estudos em dança na Academia de Claudia Raia (1966), aos 16 anos, em Campinas. Na década de 1980, tem aulas de dança clássica com Toshie Kobayashi (1946) e Tony Abbot, e jazz com Fred Benjamin (1944-2013), Redhá Bettenfour, Joyce Kermann (1955-2006) e Lennie Dale (1934-1994), quando atua na Companhia Joyce Kermann e Lennie Dale in Concert (1982-1986). No período, coreografa para academias de dança e organiza eventos com seu grupo Canvas (1990-1995), dentro do circuito amador. Em 1989, estuda dança moderna e contemporânea na Europa com Petter Goss (1946).

Estreia no circuito profissional com o solo Muro (1994). A criação é apresentada na mostra O Masculino na Dança, do Centro Cultural São Paulo (CCSP), voltada para trabalhos de dança do gênero masculino. Em seguida, realiza parceria com o coreógrafo paulista Sandro Borelli (1959) em Arena (1996), para o Mercosul Cultural – evento que reúne dança, artes plásticas, teatro e simpósios sobre arte – no CCSP. Faz um segundo duo, Dois Perdidos (1997), para O Masculino na Dança, novamente no CCSP. Entre 1995 e 1996, torna-se assistente e compõe dois espetáculos para a Cisne Negro Companhia de Dança: Sete por Sete (1995) e Maracatu de Chico Rei (1995). Torna-se coreógrafo residente do ex-Balé da Cidade de São José do Rio Preto, atual Ballet de São José do Rio Preto, para o qual compõe Tambores da Meia-noite (1996), Aten (1996), Arerê (1998) e Alma Aprisionada (2003).

Com Escapada (1998), obra para o evento Navegar é Preciso, do CCSP – realizado em comemoração aos 500 anos do descobrimento –, funda sua companhia em parceria com o músico Fábio Cardia (1970). Pelo trabalho, recebe o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (Apca) de melhor coreógrafo. No ano seguinte, realiza O Trovador. Em 2002, transfere a sede da companhia para Belo Horizonte num período em que intensifica a criação para diversas companhias: a carioca Vacilou Dançou, as mineiras Camaleão Grupo de Dança e Meia-Ponta e o Grupo Gestus de Araraquara, São Paulo. Entre as companhias oficiais brasileiras, cria Constanze (2005) e Onde está o Norte? (2006) para o Balé da Cidade de São Paulo; Devir (2006) para o Balé Teatro Castro Alves de Salvador; Quimeras (2007) para a Companhia de Dança Palácio das Artes de Belo Horizonte, e Cabanagem (2010) para o Corpo de Dança do Amazonas, Manaus 

Análise

Mário Nascimento desenvolve-se como coreógrafo de grupos e academias de dança. Frequenta os festivais competitivos do circuito amador do país e torna-se conhecido. Na primeira metade dos anos 1990, busca novas linguagens de dança, como no solo Muro, em que questiona o que experimenta até então como criador e intérprete. Conta com a presença ao vivo do músico Fábio Cardia em parceria que o acompanha em seu itinerário artístico. Em Arena, duo com Sandro Borelli, expande sua inquietação. Cada uma das sete cenas tem vida própria e Nascimento burila o sentido de todas elas. Esse trabalho abre um diálogo cênico entre duas vertentes da dança paulista: a de Borelli, tida como mais literal e dramática, e a de Nascimento, mais introspectiva e cerebral. Em Escapada, com música ao vivo por Fábio Cardia em criação especial para o evento Navegar é Preciso (CCSP), Helena Katz (1950) aponta o modo de organização das ideias no corpo: “[...] Há uma inquietação naquilo que mostra. Distraído da preocupação de animar passos em sequência e de espalhar frases por partituras musicais, Nascimento indica ter encontrado outro interesse. O compromisso agora parece ser o de investigar qual a natureza cinética de suas ideias”1.

O solo Escambo (2004), realizado com o prêmio Rumos Itaú Cultural Dança, permite apontar a expansão de sua pesquisa cinética e dela, com a música. Nesse solo, há o refinamento de uma década de parceria com o músico Fábio Cardia. Faladores (2008), por sua vez, com a Companhia Mário Nascimento, tem como desafio a organização em diferentes corpos. O resultado aponta para um vocabulário autoral e a relação entre sonoridade, movimento e o modo como a música se materializa na cena. O mesmo acontece nas criações realizadas com o Balé da Cidade de São Paulo, Constanze e Onde está o Norte?, nas quais imprime um novo momento à companhia paulista.

Faladores é erguido com o patrocínio da Petrobras e recebe, em Belo Horizonte, os prêmios de melhor espetáculo pelo Sesc Sated e Usiminas Sinparc, em 2009. Do Ritmo ao Caos (2005), Rebento (2007), e Território Nu (2011) também compõem o repertório da companhia.

Notas

1. KATZ, Helena. Escada abre série de criação masculina. O Estado de S. Paulo. 03 ago. 1999.

Espetáculos 1

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 12

Abrir módulo
  • BRAGA, Suzana; GEHLEN, Joel; RUIZ, Paulo César. 15 anos de dança: Festival de Joinville. Rio de Janeiro: Funarte, 1998.
  • BRAGATO, Marcos. Borelli e Nascimento traduzem Plínio Marcos. Jornal da Tarde, São Paulo, 1997.
  • BRAGATO, Marcos. Coreografias ‘Ponto de Partida’ e ‘O Muro’ estreiam na cidade. Folha da Tarde, São Paulo, 23 set. 1994. p. C4.
  • BRAGATO, Marcos. Interior mostra produção. De graça. Jornal da Tarde, São Paulo, 10 mai. 1996. p. 2C.
  • BRAGATO, Marcos. Passos e conflitos masculinos. Jornal da Tarde, São Paulo, 14 mar. 1997. Divirta-se, p. 8D.
  • BRAGATO, Marcos. ‘Arena’: O frescor do cruzamento de estilos. Jornal da Tarde, São Paulo, 15 mar. 1997.
  • KATZ, Helena. Balé da Cidade encontra seu norte. O Estado de S. Paulo, São Paulo,28 jun. 2006. Caderno 2, p. D5.
  • KATZ, Helena. Costanze merece ser celebrada. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 07 abr. 2006. Caderno 2, p. D7.
  • KATZ, Helena. Elenco de Cisne Negro é o melhor trunfo da companhia. O Estado de S. Paulo, São Paulo,. 03 mai. 1998. Caderno 2. p. 60.
  • KATZ, Helena. Escada abre série de criação masculina. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 03 ago. 1999. Disponível em: http://www.helenakatz.pro.br/midia/helenakatz41194272762.jpg. Acesso em 30 out. 2019.
  • KATZ, Helena. Faladores faz queda dos corpos um gesto artístico. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 18 nov. 2008. p. 47.
  • KATZ, Helena. O Milagre se saber inovar. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 09 jul. 2010. Caderno 2, p. D3.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: