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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Gilda Guilhon

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
1958 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Gilda Guilhon (Rio de Janeiro RJ 1958). Atriz. De acentuado temperamento cômico e espírito contestador, Gilda Guilhon participa de alguns dos principais grupos experimentais e políticos de seu tempo - Asdrúbal Trouxe o Trombone, Companhia Tragicômica Jaz-o-Coração, Pessoal do Cabaré, Carranca -, canalizando para a cena uma inquietação que ela le...

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Biografia

Gilda Guilhon (Rio de Janeiro RJ 1958). Atriz. De acentuado temperamento cômico e espírito contestador, Gilda Guilhon participa de alguns dos principais grupos experimentais e políticos de seu tempo - Asdrúbal Trouxe o Trombone, Companhia Tragicômica Jaz-o-Coração, Pessoal do Cabaré, Carranca -, canalizando para a cena uma inquietação que ela leva para todos os espetáculos.

Formada n'O Tablado, atua na peça Vassa Geleznova, de Máximo Gorki, com direção de Maria Clara Machado, em 1974. No mesmo ano, dirige seu primeiro e único espetáculo, uma adaptação de Paulo Reis para Metamorfose, de Franz Kafka.

Participa na fundação do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone e atua nos dois primeiros espetáculos - O Inspetor Geral e Ubu Rei, adaptações do grupo para os textos de Nikolai Gogol e Alfred Jarry, respectivamente. Ao final deste último, Gilda Guilhon se une aos dissidentes Daniel Dantas e Caique Botkay que, com Bia Lessa e outros atores, optam por um teatro político e popular. Fundam o grupo Carranca que, entre 1977 e 1978, percorre portas de fábricas, sindicatos e atos públicos com o espetáculo Na Zona do Agrião, criação coletiva que discute a luta de classes.

No teatro de resistência, trabalha desde a elaboração de textos que criticam a realidade imediata, como a apreensão de jornais alternativos, até a adaptação e direção de textos como Anistia, de Alex Polari. Durante cinco anos atua na periferia da cidade, organizando grupos teatrais amadores ao mesmo tempo que trabalha como professora na Faculdade Cândido Mendes. Com o fim do Carranca, Gilda Guilhon faz alguns trabalhos avulsos, entre eles A Fabulosa História de Melão City, do grupo teatral Os Contadores de Estórias.

Em 1979, sabendo que há uma vaga no grupo formado por Buza Ferraz, a Companhia Tragicômica Jaz-o-Coração, Gilda Guilhon se apresenta para entrar em Mistério Bufo, segundo espetáculo do grupo. Por esse trabalho, é indicada para o Prêmio Mambembe de melhor atriz. O terceiro espetáculo do grupo é Cabaré Valentim, que faz o nome do grupo mudar para Pessoal do Cabaré. Seu trabalho individual como atriz começa a ganhar reconhecimento. Em 1980, ela merece destaque da crítica por sua personalidade interpretativa. No ano seguinte, com Poleiro dos Anjos, de Buza Ferraz, ela recebe o Prêmio Molière. Neste espetáculo, construído com a memória dos atores, Gilda Guilhon se utiliza dos tempos de aluna da graduação em história na PUC, da formação religiosa no Sacre Couer, da atuação social, dos grupos de que participou e até sua relação pessoal com o diretor Buza Ferraz, com quem se casa e tem um filho.

Gilda tem uma passagem pela televisão, na novela O Amor é Nosso, de Roberto Freire, que escreve uma personagem para ela. A atriz leva para a televisão seu espírito contestador e, no final da novela, se recusa a gravar as últimas cenas, em que sua personagem, uma hippie, se casaria com um médico conservador, e convence o diretor da necessidade de ser coerente com a personagem.

Seu último espetáculo é Serafim Ponte Grande, da obra de Oswald de Andrade (1890 - 1954), pelo Pessoal do Cabaré. Em meados da década de 80, Gilda Guilhon se desliga do teatro e da cidade, indo morar no interior.

O crítico Yan Michalski, ao escrever sobre Mistério Bufo, encerra seu texto com entusiasmado comentário sobre a atriz: "... não resisto à tentação de apontar o conjunto das intervenções de Gilda Guilhon como um dos mais bonitos trabalhos de comediante sobre os quais tive a oportunidade de deitar os olhos ultimamente".1

Notas

1. MICHALSKI, Yan. Coração bufo que bate forte. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 11 set. 1979. Caderno B, p. 2.

Espetáculos 19

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Fontes de pesquisa 3

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  • ARAGÃO, Sheila. Molière, a surpresa de Gilda Guilhon. Jornal de Brasília, Brasília, 4 maio 1982.
  • GILDA Guilhon. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 mar. 1982.
  • GUILHON, Gilda. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.

Como citar

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