Graça Mello
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Biografia
Octávio Alves da Graça Mello (Rio de Janeiro RJ 1914 - idem 1979). Ator, diretor, empresário. Homem de teatro que acompanha a evolução da modernidade no teatro, seja como intérprete ou encenador, participando ativamente de companhias importantes como Os Comediantes e de Os Artistas Unidos.
Abandona a carreira militar na Marinha de Guerra, onde permanece até o posto de primeiro tenente. Nesse período, atua no espetáculo comemorativo do Dia do Marinheiro, O Juruna, burleta escrita pelo Comandante Velho Sobrinho e com música de Ary Barroso, 1934. Em 1941, participa da diretoria de Os Comediantes, e até 1947 atua em diversos espetáculos - entre eles A Verdade de Cada Um, de Luigi Pirandello, 1941; Desejo, de Eugene O'Neill, com direção de Ziembinski; e Terras do Sem Fim, que Graça Mello adapta do romance de Jorge Amado, 1946. Em 1948, desligado do grupo, está em Medéia, de Eurípides, e Uma Rua Chamada Pecado, de Tennessee Williams, em Os Artistas Unidos, com Henriette Morineau no papel-título. Participa de elencos nas companhias de Bibi Ferreira e Dulcina de Moraes.
Em 1948, realiza a primeira de uma série de direções, todas voltadas para o teatro infantil, encenando o texto de estréia de Lúcia Benedetti, O Casaco Encantado. Dirige, ao longo de sua carreira, quase 200 espetáculos, profissionais e amadores, entre eles Massacre, de Emmanuel Roblès, 1951, seu maior sucesso, que chega a 300 apresentações, salva da falência o Teatro de Equipe, e em que Graça Mello trabalha também como ator, produtor cenógrafo e figurinista. Em 1953, integra o elenco de Volta Mocidade, de William Inge, com direção de Miroel Silveira, mais uma produção do Teatro de Equipe.
Em 1963, escreve Pindura Saia para o Teatro Maria Della Costa, TMDC com direção de Sandro Polloni. No mesmo ano, integra o elenco de César e Cleópatra, de Bernard Shaw, direção mal-sucedida de Ziembinski, numa produção do Teatro Cacilda Becker, TCB. Está no grande sucesso de bilheteria do ano, Édipo Rei, protagonizado por Paulo Autran, numa direção de Flávio Rangel, em 1967. No ano seguinte, integra o elenco de Marta Saré, de Gianfrancesco Guarnieri, numa direção de Fernando Torres. E, em 1971, volta a trabalhar com Flávio Rangel, em Abelardo e Heloisa, de Ronald Millar.
Realiza conferências sobre técnica e literatura teatral. Leciona interpretação e direção em diversas capitais e acaba por fundar o Curso de Teatro da Universidade do Recife, incorporado à graduação da Escola de Belas Artes de Pernambuco.
Na televisão, trabalha como ator, autor, adaptador, diretor e produtor. É roteirista e diretor do longa metragem Mar Sem Fim.
Espetáculos 80
Fontes de pesquisa 9
- DÓRIA, Gustavo: Moderno Teatro Brasileiro, Rio de Janeiro: SNT, 1975.
- GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil). 792.092 G932n
- MAGALDI, Sábato: Panorama do Teatro Brasileiro. São Paulo: Difel, 1962.
- MAGALHÃES, Vânia de. Os Comediantes in O Teatro Através da História, vol. II, O Teatro Brasileiro, Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil e Entourage Prods. Artísticas, 1994.
- MELLO, Graça. (Dossiê Personalidade Artes Cênicas) Rio de Janeiro: CEDOC/Funarte.
- MICHALSKI, Yan: Ziembinski e o Teatro Brasileiro. São Paulo: Hucitec / MEC / Funarte, 1995.
- Os comediantes. Dionysos, Rio de Janeiro, ano 24, n. 22, dez. 1975. Edição especial.
- PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno: 1930-1988. São Paulo: Perspectiva, 1988. (Debates, 211).
- RICARDO III. Campinas: [s.n.], 1975. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Municipal José de Castro Mendes. Não catalogado
Como citar
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GRAÇA Mello.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa349466/graca-mello. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7