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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Elke Maravilha

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.10.2019
22.02.1945 Rússia / a definir / São Petersburgo
16.08.2016 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Fotografia Ivson Miranda/Itaú Cultural

Elke Maravilha no evento Em torno de Zuzu, 2014

Elke Georgievna Grunnupp Evremides (Leningrado, Rússia, 1945 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016). Atriz, apresentadora, jurada, modelo, cantora, professora, tradutora. Filha de pai russo e mãe alemã, chega ao Brasil aos 6 anos com a família que emigra em razão das perseguições do regime soviético e estabelece-se na zona rural de Itabira (MG)...

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Elke Georgievna Grunnupp Evremides (Leningrado, Rússia, 1945 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016). Atriz, apresentadora, jurada, modelo, cantora, professora, tradutora. Filha de pai russo e mãe alemã, chega ao Brasil aos 6 anos com a família que emigra em razão das perseguições do regime soviético e estabelece-se na zona rural de Itabira (MG). Em 1955, a família muda-se para o interior de São Paulo. Voltam a Minas Gerais, época em que ganha um concurso de beleza, o de Glamour Girl (1962). Nesse período, naturaliza-se brasileira. Sozinha, muda-se para o Rio de Janeiro aos 20 anos, onde trabalha como secretária bilíngue. Fluente em nove idiomas, é a mais jovem professora da Aliança Francesa e da União Cultural Brasil-Estados Unidos. 

Muda-se para Porto Alegre, onde reside de 1966 a 1969. Lá, cursa disciplinas de filosofia, medicina e letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), aprimorando-se como tradutora-intérprete. Aos 24 anos, de volta ao Rio, começa carreira de modelo, desfilando para o estilista Guilherme Guimarães. Desfila para Zuzu Angel (1921-1976), de quem se torna amiga, e é uma das modelos da coleção de protesto político. Nos desfiles promovidos nas lojas de Zuzu, aprimora suas características performáticas. É capa das principais revistas de moda e atualidades. No cinema, estreia como atriz em 1971, atuando com Grande Otelo (1915-1993) no filme O Barão Otelo no Barato dos Bilhões, de Miguel Borges (1937-2013). 

Sua primeira participação na televisão acontece em 1972, como jurada no programa do Chacrinha (1917-1988). No Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), também compõe o júri do Show de Calouros de Silvio Santos (1930). Como atriz de telenovelas, sua primeira atuação é em A Volta de Beto Rockfeller (1973), produzida pela TV Tupi. Recebe do colunista social Daniel Más (1944-1989) o apelido com o qual se consagra na vida artística: Elke Maravilha.

 

Análise

Personalidade da cultura brasileira, torna-se ícone da liberação dos costumes. Durante o regime militar, é presa por violação à Lei de Segurança Nacional. Sua prisão ocorre a caminho de São Paulo, indo divulgar o filme Barão Otelo no Barato dos Bilhões no programa de Silvio Santos. Rasga, no aeroporto, cartazes de procurados pela polícia com a imagem de Stuart Angel, filho de Zuzu, opositor da Ditadura Militar Brasileira e integrante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Em virtude deste episódio, caçam sua cidadania brasileira. Apátrida, como se define, chega a ter passaporte da Organização das Nações Unidas (ONU) para pessoas de cidadania indefinida e recebe, posteriormente, documentos alemães.

Combinando culturas, desenvolve um estilo singular de vestir e pentear-se, numa mescla de elementos tribais e futuristas, por vezes de caráter andrógeno, o que a faz ser tida como “mãe” das drag queens. Mesmo madura, esse estilo contribui para que participe de desfiles para marcas jovens, como a Cavalera, na década de 2000.

Como jurada, participa de programas de auditório em companhia de figuras caricatas, como Wagner Montes (1954) e Pedro de Lara (1925-2007). No SBT, apresenta um talkshow com seu nome: Elke. Como atriz de cinema, participa de vários filmes, entre eles, Pixote: a Lei do Mais Fraco (1980), de Hector Babenco (1946-2016) e Xuxa Requebra (1999), de Iara Macedo, transitando com desenvoltura entre o popular e o cult. Atua na minissérie Memórias de um Gigolô (1986), de Walter Avancini (1935-2001), exibida pela TV Globo. A interpretação como dona de bordel, rende-lhe um convite para ser madrinha da Associação das Prostitutas do Rio de Janeiro. É personagem de inúmeras reportagens e documentários. Como atriz de teatro, participa de diversas peças e encerra a carreira com dois espetáculos autorais nos quais interpreta textos e canções: Elke – do Sagrado ao Profano e Elke Canta e Conta.

Obras 1

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Espetáculos 13

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Exposições 1

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Mídias (2)

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Elke Maravilha - Obra Revelada
Elke Maravilha apresenta a Jorge Coli uma obra de arte que considera importante no Rio de Janeiro. Esse vídeo compõe a série Obra Revelada que propõe abrir espaços para pessoas de profissão, formação e perfil diferentes entre si nos apresentem uma obra de arte de maneira pessoal e afetiva.
Em Torno de Zuzu - Encontro com Elke Maravilha e Hildegard Angel - Ocupação Zuzu (2014)
O evento "Em Torno de Zuzu - Encontros Sobre Moda, Criação e Política" reúne artistas, estilistas e pesquisadores para falar sobre a obra de Zuzu e também sobre seus próprios trabalhos.

Fontes de pesquisa 9

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