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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Renata Lucas

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 06.03.2024
1971 Brasil / São Paulo / Ribeirão Preto
Renata Lucas (Ribeirão Preto, São Paulo, 1971). Artista visual. Renata Lucas concentra o repertório de seus trabalhos na proposição de intervenções temporárias em ambientes pré-existentes, com o objetivo de levantar questões e de refletir sobre a maneira com que os espaços urbanos e arquitetônicos determinam o comportamento social. As obras são ...

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Renata Lucas (Ribeirão Preto, São Paulo, 1971). Artista visual. Renata Lucas concentra o repertório de seus trabalhos na proposição de intervenções temporárias em ambientes pré-existentes, com o objetivo de levantar questões e de refletir sobre a maneira com que os espaços urbanos e arquitetônicos determinam o comportamento social. As obras são realizadas a partir da quebra de padrões e de estruturas dos ambientes para oferecer perspectivas e caminhos alternativos a quem se depara com seus trabalhos.

Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Campinas (Unicamp), com mestrado na mesma instituição e doutorado em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), realiza a sua primeira exposição individual em 2001, na Galeria 10,20 x 3,60, um espaço expositivo independente, localizado na região central de São Paulo e formado por um grupo de artistas.
Com obras pensadas a partir das características físicas e sociais dos lugares, realiza intervenções disruptivas na arquitetura e no tecido social das cidades. Ao subverter de forma anedótica e radical o desenho e as rotas impostas pelos agentes sociais, que definem institucionalmente as noções espaciais e de circulação das pessoas, seus trabalhos evidenciam a interação automatizada do sujeito contemporâneo com a cidade.

A artista utiliza materiais comuns da construção civil, como tijolos, madeira e concreto, para alterar a arquitetura, seja de lugares públicos, seja de locais privados. Os trabalhos são site specific e se confundem com o espaço. As obras mimetizam o lugar que ocupam, ao mesmo tempo em que alteram a paisagem e a realidade local, promovendo uma reflexão sobre as relações sociais que se estabelecem no ambiente, ampliando tensões entre o público e o privado e provocando a discussão sobre as definições de ordem e propriedade institucionalmente estabelecidas.

Em Cruzamento (2003), realiza uma intervenção em via pública urbana, na intersecção das ruas Dois de Dezembro e Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro. A artista dispõe placas de compensado sobre o asfalto do cruzamento das ruas. O arranjo das madeiras contrasta com o asfalto e com a superfície da calçada ao redor da via, de maneira a configurar uma espécie de praça no local da encruzilhada. A instalação provoca incerteza entre motoristas e pedestres sobre a quem pertence aquele espaço ou quem tem o direito de passar por ele.

Placas de compensado também são utilizados na instalação Falha (2003). Dispostas  sobre o piso da galeria, as tábuas articuladas podem ser manipuladas pelos frequentadores, reconfigurando constantemente a organização do espaço

Na 53ª Bienal de Veneza, apresenta a obra Venice suitcase (2009), que consiste na pavimentação com asfalto de um trecho de trilha dentro de um parque arborizado. Originalmente constituído de terra e pedriscos, o caminho de pedestres é alterado pela modificação do revestimento do solo, que inclui, além da camada de asfalto, a pintura de traçado intervalado branco que, pelas leis de trânsito, determinam as faixas de circulação.

Cabeça e cauda de cavalo (2010) é apresentada no KW Institute for Contemporary Art, em Berlim. O trabalho reúne duas intervenções site specific – uma na calçada da entrada do prédio, outra no hall central do edifício – configuradas a partir do formato do círculo. Na intervenção externa, a artista configura na calçada uma seção circular e tudo que está dentro dessa circunferência – pedras, paralelepípedos, cimento – se movimenta horizontalmente, como em um disco girando em sentido anti-horário, desencaixando a organização da superfície original. O círculo em si não está delimitado, mas é percebido pelo contorno formado no desencontro das partes. Na segunda intervenção, realizada no saguão central do edifício, uma parede divide ao meio um círculo recortado no piso de cimento. Outra metade desse círculo está revestida de grama artificial. Ao apoiar suas mãos na parede e empurrar o chão com os pés, o espectador movimenta o círculo, fazendo-o girar. Esse movimento de rotação intercala o aparecimento ora do piso de cimento, ora do piso de grama.

Ao desconstruir a arquitetura, as obras de Renata Lucas oferecem alternativas espaciais mais maleáveis e divertidas do que as estruturas originais e convidam o espectador a se engajar na possibilidade de uma construção arquitetônica mais subjetiva e coletiva.

Exposições 41

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