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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Ana Paula Cohen

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 04.07.2024
1975 Brasil / São Paulo / São Paulo
Ana Paula Cohen (São Paulo, São Paulo, 1975). Curadora independente, editora, escritora. Com atuação nacional e internacional, Cohen desenvolve projetos que propõem sempre uma reflexão quanto ao lugar onde são realizados, além de trabalhar sempre em conjunto com diversos artistas, a fim de estabelecer processos colaborativos de criação.

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Ana Paula Cohen (São Paulo, São Paulo, 1975). Curadora independente, editora, escritora. Com atuação nacional e internacional, Cohen desenvolve projetos que propõem sempre uma reflexão quanto ao lugar onde são realizados, além de trabalhar sempre em conjunto com diversos artistas, a fim de estabelecer processos colaborativos de criação.

Cohen começa a estudar artes visuais ainda na adolescência com a artista Dora Longo Bahia (1961). Durante as aulas, Longo Bahia leva colegas artistas da época que estuda na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) para analisar o trabalho dos alunos. Essa convivência marca profundamente Cohen, que escolhe a Faap para estudar artes visuais em 1995. Durante a faculdade, volta a estudar com Longo Bahia na escola Terceiro Andar. A dinâmica das aulas são parecidas com as que frequenta na adolescência, com muita análise e discussão crítica das obras dos alunos.

Na época, Cohen se identifica mais com a análise do trabalho de seus colegas do que em produzir obras próprias, afeição que se confirma ao visitar em 1997 a 10ª Documenta de Kassel, na Alemanha, cuja curadoria é assinada pela curadora francesa Catherine David (1954), a primeira mulher à frente da mais importante mostra alemã.

O primeiro trabalho de curadoria do qual Cohen participa é o projeto para a 1ª Trienal de São Paulo, que substitui a 25ª edição da Bienal. Infelizmente a mostra não se concretiza, mas lhe rende o convite para trabalhar como curadora-assistente no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) entre 2000 e 2002, coordenando a edição de publicações.

A experiência no museu faz com que Cohen reflita sobre as funções das instituições no contexto da arte contemporânea, em um momento em que muitos trabalhos de arte não são materializados em objetos. Em 2002, a curadora sueca Maria Lind (1966) a convida para ser curadora assistente no Kunstverein de Munique, para onde se muda em 2003. Na Alemanha, Cohen desenvolve o projeto Telling Histories: an Archive and Three Case Studies, cujo foco é refletir sobre modelos históricos e atuais de instituições e organizações de arte que lidam com a produção e a circulação de arte e ideias de uma forma experimental e flexível. Para o desenvolvimento da proposta, convida a artista Mabe Bethônico (1966). A prática de convidar artistas para pensar junto sobre as exposições é uma ação constante de Cohen, que prefere desenvolver seus projetos de maneira colaborativa.

Um dos resultados dessa ação é um banco de dados em que os interessados podem pesquisar o material levantado. Outro, é a organização de um simpósio em que curadores de diferentes países refletem sobre instituições de arte contemporânea. Esse rico material é parte da dissertação de mestrado de Cohen, "Espaço Operacional: Estruturas Flexíveis para Práticas Artísticas Contemporâneas", defendido em 2005 na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Pesquisando ainda sobre os modelos de instituições de arte contemporânea, cria o projeto istmo, em 2004. A ideia é organizar um arquivo flexível, que funcione como plataforma para produção, apresentação, circulação e discussão sobre arte.

Entre os anos de 2006 e 2007, atua na Colômbia como cocuradora do projeto Encuentro Internacional de Medellín 07: Prácticas Artísticas Contemporaneas. A proposta do evento é um encontro de práticas e discussões artísticas, que debata a ideia de hospitalidade tanto no sentido físico quanto no discursivo e político. Um dos legados que o evento deixa para a cidade é a Casa del Encuentro, da qual Cohen é cofundadora, um espaço para discussões e eventos culturais com biblioteca, cinema e café.

A experiência prepara Cohen para assumir a curadoria da 28ª Bienal de São Paulo - "Em Vivo Contato", ao lado de Ivo Mesquita (1951), em 2008. Como eixo curatorial da mostra, Cohen propõe mais uma vez um mergulho no arquivo e na história da instituição e uma discussão sobre o modelo das grandes exposições. A ideia é transformar o pavilhão em um laboratório, "um campo de experimentação e exploração de novas possibilidades de mostrar e debater arte contemporânea, e de análises críticas de sua função no século 21"1, proposta que Cohen estuda tanto em seu mestrado quanto no projeto desenvolvido em Munique.

Após o encerramento da Bienal, em dezembro de 2008, muda-se para Nova York, para ser curadora residente no Centro de Estudos Curatoriais do Bard College. Essa é primeira vez que Cohen atua como professora de um programa universitário, orientando inclusive alunos de pós-graduação. Em parceria com os estudantes e com os artistas Angela Detanico (1974) e Rafael Lain (1973), monta a exposição Living Under the Same Roof: The Marieluise Hessel Collection and the Center for Curatorial Studies, no Hessel Museum of Art, em que apresenta um mapeamento de todo o acervo, numa tentativa de abri-lo aos interessados.

De volta ao Brasil em 2016, a curadora inicia o doutorado no Núcleo de Estudos da Subjetividade na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde defende a tese “Reconstituição de Um Corpo de Obra: Arte, Vida, Museus e os Diferentes Modos de Habitá-los”, em que revisita sua trajetória como curadora. Dedica-se também à docência, fundando em 2017, a pós-graduação em Estudos e Práticas Curatoriais, na Faap, do qual é coordenadora.

A prática curatorial de Ana Paula Cohen acontece a partir da troca com artistas com quem trabalha. Com base nessa ação colaborativa, procura entender a história e o contexto do local para desenvolver seus projetos, propondo reflexões e ativações dos espaços.

Nota

1. 28a. BIENAL DE SÃO PAULO: “EM VIVO CONTATO”, 2008. São Paulo: Fundação Bienal, 2008. Exposição realizada no período de 26 de out. a 6 de dez. de 2008. p. 5.

Exposições 2

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Fontes de pesquisa 6

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  • 28a. BIENAL DE SÃO PAULO: “EM VIVO CONTATO”, 2008. São Paulo: Fundação Bienal, 2008. 249p. Exposição realizada no período de 26 de out. a 6 de dez. de 2008.
  • COHEN, Ana Paulo Carvalho. Ana Paula Cohen. [Entrevista cedida a] Adriano Pedrosa. SP-Arte, 11 maio 2012. Disponível em: https://youtu.be/VUgMeGi0qnQ. Acesso em: 15 jun. 2021.
  • COHEN, Ana Paulo Carvalho. Espaço operacional: estruturas flexíveis para práticas artísticas contemporâneas. Dissertação (Mestrado), Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), São Paulo, 2005.
  • COHEN, Ana Paulo Carvalho. Reconstituição de um corpo de obra arte, vida, museus e os diferentes modos de habitá-los. Tese (Doutorado), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, 2020.
  • CUEVAS, Marcela. Entrevista com a curadora Ana Paula Cohen - Espacios Flexibles, Redes y Vínculos Urbanos. Revista_180, n. 20, p. 6-13.
  • PALESTRA com Ana Paula Cohen. Revisiting the 28th Bienal de São Paulo – in living contact. Zurique, 16 out. 2020. Disponível em: https://vimeo.com/491620619. Acesso em: 15 jun. 2021.

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