Carlos A. M. da Nóbrega (Cabo Frio, Rio de Janeiro,1965). Conhecido como Guto Nóbrega, é artista e pesquisador. Em 1982, forma-se como técnico pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos (CETFC) e, em 1998, como bacharel em gravura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desde 1995 é professor de pós graduação em artes visuais pela UFRJ, onde funda e coordena o Núcleo de Arte e Novos Organismos (Nano), espaço de investigação das intersecções entre ciência, arte e tecnologia. Em 2003, apresenta mestrado em comunicação, tecnologia e estética pela universidade carioca. Em 2009, torna-se doutor em interactive arts pela University of Plymouth (UOP), Inglaterra. Nóbrega tem textos amplamente publicados em periódicos e livros, e suas obras são apresentadas internacionalmente em universidades e centros de pesquisa, como o Coeur des Sciences da Université du Quebec à Montreal (Canadá) e Centro de Arte y Creación Industrial, em Gijon (Espanha). A pesquisa do artista transpassa a arte e, por meio de processos híbridos e orgânicos, encontra conexões e cria novas interfaces, com  auxílio da robótica e da baixa tecnologia de ponta. Nóbrega entende que a confluência de ciência, tecnologia e arte pode gerar novas experiências estéticas e novas leituras para o mundo da arte-tecnologia.

Análise

Guto Nóbrega é um artista-pesquisador cujo trabalho de pesquisa tem caráter transdisciplinar e transita nos domínios da arte, da ciência, da tecnologia e da natureza. O exemplo dessa troca orgânica entre linguagens e experiências estéticas e sensoriais é o trabalho Breathing. A instalação combina elementos analógicos e digitais, naturais e artificiais – que são, por sua vez, apreciados pelo artista como combinação necessária para compreender as camadas da arte contemporânea. Construída como uma criatura híbrida, a obra apresenta a possibilidade de interação entre o observador e uma planta. O trabalho é resultado de uma pesquisa intensa sobre plantas como agentes sensíveis na criação da arte. O elemento lúdico, tão presente nas obras de Nóbrega, torna possível que o observador possa notar o momento exato da troca de energia entre ele e a criatura orgânica. A potência de Breathing não está nos aparatos técnicos ou na estética de adotada pelo artista, mas na experiência sensorial que, por meio de luzes, ruídos e movimentos, torna quase palpável a troca de energia invisível.