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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Sheila Brannigan

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
1914 Reino Unido / Inglaterra / Chester
04.01.1994 Reino Unido / Inglaterra / Londres
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Pintura I, 1962
Sheila Brannigan
Óleo sobre tela
120,00 cm x 149,90 cm
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Sheila Patrícia Brannigan (Chester, Inglaterra 1914 - Londres, Inglaterra 1994). Pintora e desenhista. Muda-se para a Suíça, e inicia suas atividades como pintora em 1955. No ano seguinte, viaja para Paris, estuda na Académie de la Grande Chaumière e freqüenta os ateliês de André Lhote (1985 - 1962) e de Henri Goetz (1909 - 1989). Em 1957, viaja...

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Biografia
Sheila Patrícia Brannigan (Chester, Inglaterra 1914 - Londres, Inglaterra 1994). Pintora e desenhista. Muda-se para a Suíça, e inicia suas atividades como pintora em 1955. No ano seguinte, viaja para Paris, estuda na Académie de la Grande Chaumière e freqüenta os ateliês de André Lhote (1985 - 1962) e de Henri Goetz (1909 - 1989). Em 1957, viaja para o Brasil e fixa residência em São Paulo, onde permanece cerca de dez anos. Nesse período, entra em contato com os críticos Mario Schenberg (1914 - 1990) e Theon Spanudis (1915 - 1986). É contemplada com o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, promovido pela Galeria de Artes das Folhas em 1960. Participa da 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 18ª e 20ª Bienal Internacional de São Paulo, e recebe prêmio aquisição na 6ª edição dessa mostra, em 1961. No mesmo ano, integra a 6ª Bienal de Tóquio. Seu nome figura entre os precursores do movimento abstracionista no Brasil. Volta à Inglaterra no fim da década de 1960 e lá permanece até sua morte.

Comentário Crítico
Sheila Brannigan, com Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Cicero Dias (1907 - 2003), está entre os responsáveis pela introdução da arte abstrata no Brasil. Inglesa, formada na Academia de Artes da Suíça, Brannigan chega a São Paulo em 1957, num momento em que predominam exposições e mostras de artistas concretos, cujo movimento ganha igual destaque nas bienais realizadas até então. O abstracionismo, com muitas correntes de influência européia, agrega artistas que não se interessam mais pelas ações coletivas do concretismo. Livres dos manifestos, os abstracionistas não seguem linhas gerais predeterminadas, produzindo uma arte mais plural. O abstracionismo praticado por Brannigan é chamado de informal ou lírico, em oposição ao abstracionismo geométrico. Sua obra, ou pelo menos boa parte da produção realizada no Brasil, é caracterizada pelo contraste entre a tinta que espalha sobre a tela quase como se fossem manchas, e os traços finos e precisos que ora parecem delimitar as manchas, ora entram na construção de novas formas, que se combinam às cores do quadro, complementando-as.

É o caso da obra Sem Título, 1964, em que ela preenche parte da tela com ocre e, ao redor dessa cor, sugere os limites da forma pelo uso dos traços finos. E o quadro não sugere apenas uma forma, mas várias. Mesmo vindo de uma abstracionista razoavelmente ortodoxa, é difícil não enxergar, nessa e em outras obras, animais, paisagens e até formas humanas. A tudo isso ela incorpora o uso hábil do branco, que pressiona a cor, as linhas e tensiona a forma final. Na obra O Bizantino, 1960, praticamente não há branco, e predominam o preto e o vermelho. Sem a definição das linhas, as formas tornam-se difusas e interagem entre si, num emaranhado de cores. Nas áreas onde aparece separado, o vermelho é vibrante, mas, quando avança sobre o preto, some gradualmente. O uso do preto nesse caso tem função oposta à do branco no quadro anterior. Se em uma das obras o branco ajuda apenas a sugerir a forma, na outra o preto ganha forma justamente pela delimitação imposta pelo vermelho. Sheila Brannigan trabalha com outro tipo de contraste entre cor e forma na obra Pintura I, 1962.

Dentro de um estilo às vezes considerado pela crítica da época como passageiro - de fato, muitos pintores aderem temporariamente ao abstracionismo e depois abandonam o movimento - Sheila Brannigan permanece, ao menos no período em que reside no Brasil, no abstracionismo informal, sem incorporar, como outros artistas, influências de movimentos como o expressionismo abstrato norte-americano. Sua pintura tem importância especial porque ajuda a estimular um movimento que, seja pela adesão momentânea de grandes artistas, seja por aqueles que nele ficam e, não raro, levam seus conceitos a extremos, influencia as artes plásticas brasileiras.

Obras 4

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Composição

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

O Bizantino

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Pintura I

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Óleo sobre tela

Exposições 36

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Fontes de pesquisa 18

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • AMARAL, Aracy (org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. Texto Aracy Amaral, Sônia Salzstein. São Paulo: Techint Engenharia, 1988. 391 p., il.color. 708.981 M986p
  • AMARAL, Aracy A. (org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. São Paulo: Techint Engenharia: Ex Libris, 1988.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo, SP. Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo, SP. Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades. São Paulo: Fundação Bienal, 1985. SPfb 1985
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 20., 1989, São Paulo, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1989. v. 1.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 20., 1989, São Paulo. 20ª Bienal Internacional de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1989. Exposição realizada no período de 14 out. a 10 dez. 1989. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/20___bienal_de_s__o_paulo_-_vol._i_.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5). R703.0981 C376d v.1 pt. 1
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5). R703.0981 C376d v.1 pt. 2
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
  • SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS, 6. , Rio de Janeiro, 1983. Arte Moderna no Salão Nacional - 1940 a 1982. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1983. (Sala Especial do VI Salão Nacional de Artes Plásticas).
  • SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS, 6., 1983, Rio de Janeiro, RJ. 6º Salão Nacional de Artes Plásticas. Rio de Janeiro: Funarte, 1983. RJsnap 6/1983
  • TOMIE Ohtake: gravuras em metal. Texto de Olívio Tavares de Araújo. São Paulo: Mônica Filgueiras de Almeida Galeria de Arte, 1987. Não Cadastrado
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1. 709.81 H673 v.1
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1. 709.81 H673 v.2

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