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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Paulo Lima Buenoz

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 28.12.2023
06.12.1955 Brasil / São Paulo / Marília

Branco ou O Visível e o Invisível (detalhe), 1992
Paulo Lima Buenoz
Tecido (voile), madeira, cal, copos, essência de lírio, cabos de aço

Paulo Roberto de Lima Bueno (Marília, São Paulo, 1955). Artista plástico e professor. Em 1985, forma-se em artes pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). No início da década de 1990, participa de salões e exposições coletivas em São Paulo e Curitiba, exibindo desenhos. Realiza sua primeira mostra...

Texto

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Paulo Roberto de Lima Bueno (Marília, São Paulo, 1955). Artista plástico e professor. Em 1985, forma-se em artes pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). No início da década de 1990, participa de salões e exposições coletivas em São Paulo e Curitiba, exibindo desenhos. Realiza sua primeira mostra individual em 1991, apresentando a instalação Dejeuner sur l’Herbe ou Da Natureza Afetiva de um Espaço Insólito, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. Em 1992, expõe, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), a instalação Branco ou O Visível e o Invisível e, no ano seguinte, apresenta AMAR-ELO, instalação exibida na Itaugaleria, ambas em São Paulo.  Entre 1994 e 1996, vive em Bufallo, Estados Unidos, onde se forma mestre em belas artes (1995), pela State University of New York at Buffalo, além de participar de programa de residência artística no Hallwalls Contemporary Arts Center. Em 1997, realiza mostras individuais no Brasil e no exterior, apresentando instalações e objetos. No mesmo ano, recebe Prêmio Estímulo Embratel pela obra Dis-placement, instalação exibida no Panorama de Arte Brasileira 97, organizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1998, expõe a instalação O Aprendizado do Desejo diante da Morte Anunciada no Centro Cultural São Paulo (CCSP). Nesse período, apresenta-se com o nome artístico “Paulo Buennos”. É doutor em psicologia (2004) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Desde 2006, leciona na Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG), onde é também Coordenador do Museu Universitário de Arte (MUnA). Entre outubro de 2009 e maio de 2013, ocupa o cargo de diretor do MuNA.

 

Análise

Desde suas primeiras exposições individuais, Buenoz trabalha com diferentes tipos de materiais (tecidos, madeira, pedra) e objetos do cotidiano, como mesas, armários ou malas de viagem. É o caso de Manual de Sobrevivência nº 4 (1999), exibido na  mostra Paulo Buenoz, que condensa aspectos importantes da obra do artista. O mesmo acontece em Instalação e Objetos, exibido no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba. O trabalho é composto por uma valise aberta, dentro da qual se encontra um travesseiro atado por um cordão de seda, uma maçã sobre o travesseiro e a fotografia de um céu com nuvens na parte superior da mala. São objetos que aludem à intimidade do artista e à experiência da itinerância. A começar pela mala, onde são guardados pertences pessoais indispensáveis, para serem transportados de um lugar a outro. Questões recorrentes são o contraste entre intimidade (com objetos, pessoas e lugares) e itinerância e a dificuldade de criar vínculos que resistam à passagem do tempo.

A configuração dada por Buenoz a seus trabalhos, compondo-os com objetos banais mesclados, por exemplo a frutas, aproxima-se do gênero pictórico da natureza-morta, embora expandida para o espaço da instalação1. Isso amplia o contraste, pois, ainda que indiretamente, remete-no às vanitas, tipo de natureza morta recorrente na história da arte, principalmente entre os séculos XVI e XVII 2. Nas vanitas, é comum a representação de pertences e instrumentos de trabalho do artista ao lado de frutas (às vezes apodrecidas) e de uma caveira. Como nas instalações de Paulo Lima Buenoz, têm-se aí uma maneira alegórica de sugerir o caráter perecível e passageiro do homem e daquilo que o cerca.

 

 

Notas

1. Na mostra Natureza-Morta: Still Life (2004), da qual fez parte Manual de Sobrevivência nº 4, a curadora Katia Canton chama atenção para essa proximidade.

2. Ver, por exemplo, as diversas vanitas realizadas pelo pintor holandês Pieter Claesz (1596/97-1660).

 

Obras 2

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Dis-Ease

Veludo, pedra britada, pigmento, madeira, espelho, travesseiros, bacia de cerâmica, essência de rosas, líquido anti-séptico

Exposições 43

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Fontes de pesquisa 7

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  • BUENOZ, Paulo Lima. Absent-presense ou o Aprendizado do desejo diante da morte anunciada: programa de exposições 98. Apresentação Rejane Cintrão. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1998. 1 folha dobrada.
  • BUENOZ, Paulo Lima. Currículo do sistema currículo Lattes. [Brasília], 29 out. 2018. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/1001082305933555. Acesso em: 25 set. 2019
  • BUENOZ, Paulo Lima. Instalação e objetos. Curitiba: MAC Paraná, 1999. 1 folder.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1997, São Paulo, SP. Panorama de Arte Atual Brasileira 1997. São Paulo: MAM, 1997.
  • SALA de Memorias. texto Katia Canton. Buenos Aires: Centro Cultural Recoleta, 2001.
  • SALÃO PARANAENSE, 48., 1991, Paraná, PR. 48º Salão Paranaense. Curitiba: Sala de Exposições-Teatro Guaíra, 1991.
  • SALÃO Pernambucano de Artes Plásticas. Texto Raul Córdula. Recife, 2000. [46] p., il. color.

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