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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Villaronga

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.03.2024
1809 Espanha / Catalunha / Barcelona
1894 Brasil / São Paulo / São Paulo

Panorama da Baía do Rio de Janeiro
Villaronga
Óleo sobre taipa
212,00 cm x 800,00 cm

José Maria Villaronga y Panella (Barcelona, Espanha, 1809 – São Paulo, São Paulo, 1894). Pintor, decorador, restaurador, arquiteto e engenheiro. Inicia sua formação artística e profissional em Barcelona, emigrando para o Brasil como refugiado político no fim da década de 1840. Realiza trabalhos de pintura decorativa e mural, de engenharia e arqu...

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José Maria Villaronga y Panella (Barcelona, Espanha, 1809 – São Paulo, São Paulo, 1894). Pintor, decorador, restaurador, arquiteto e engenheiro. Inicia sua formação artística e profissional em Barcelona, emigrando para o Brasil como refugiado político no fim da década de 1840. Realiza trabalhos de pintura decorativa e mural, de engenharia e arquitetura em cidades do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Como pintor, especializa-se na decoração de igrejas, capelas e solares em fazendas. Obtém fama nessa atividade, que desempenha até o fim da vida. É conhecido por toda a região do Vale do Paraíba. Dentre suas obras, destacam-se os interiores da Igreja Matriz de Bananal, São Paulo, e a decoração dos salões da sede da Fazenda Resgate, na mesma cidade. Como arquiteto, é responsável pela construção da Igreja Nosso Senhor dos Passos, inaugurada em 1860, na cidade de Rio Preto, Minas Gerais. 

Em meados da década de 1860, muda-se para São Paulo e estabelece ateliê nas dependências do Teatro São José. Também abre uma loja de materiais artísticos, papelaria, decoração e restauração na antiga Rua do Ouvidor. Em 1868, obtém do governo carta de naturalização. Durante as décadas de 1870 e 1880, dedica-se à pintura de retratos e de panos de boca para teatro.

 

Análise

Entre as obras de maior destaque do pintor Villaronga estão pinturas em trompe l’oeil, que realiza nos casarões de fazendeiros do Vale do Paraíba. Mesclados a elementos da fauna e flora nacionais ou a objetos prosaicos da fazenda, reproduz colunas e frontões de templos gregos em estilo neoclássico. Esses elementos emolduram a vista de uma paisagem que exibe a extensão dos cafezais ou a representação de uma cena exótica. Tudo realizado com o máximo rigor ilusionista, demonstrando o domínio de técnicas como claro-escuro e perspectiva. 

As escolhas temáticas estão, possivelmente, relacionadas à ascensão econômica dos chamados barões do café, principais clientes do pintor. Assim, as alusões à cultura clássica surgem como índice da vontade de se colocar em contato com a tradição cultural europeia. As paisagens de cafezais aparecem como afirmação de poder territorial e econômico, sugerido em um dos balcões de Villaronga, que exibe a imagem de um cofre transbordando de moedas.

O pintor tem posição progressista sobre a introdução da fotografia na produção de imagens. Em anúncio publicado em 1877, oferece serviços de pintura de retratos com base em fotografias, mostrando-se aberto a seu uso como “auxiliar” da pintura, postura que se difunde entre os artistas no fim do século XIX. 

Obras 2

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Exposições 2

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Fontes de pesquisa 8

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  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • FAZENDAS : solares da região cafeeira do Brasil Imperial. Fotografias de Pedro Oswaldo Cruz; roteiro e legendas de Fernando Tasso Fragoso Pires; introdução de Paulo Mercadante ; nota sobre os aspectos arquitetônicos de Alcides da Rocha Miranda e Jorge Czajkowski. Rio de Janeiro : Editora Nova Fronteira, 1986. 195 p.. ; ill. (some col.). Série ( Memória brasileira ).
  • LIMA, Roberto Guião de Souza. Notas sobre as obras do artista José Maria Villaronga (José Maria Villaronga y Panella). Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, Ano 14, no 14, p.127, 2005.
  • MOURA, Carlos Eugênico Marcondes. Até onde o olhar alcança. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (Org.). Vida cotidiana em São Paulo no século XIX: memórias, depoimentos, evocações. São Paulo: Ateliê, 1998. 407 p., il. color. p.384-386.
  • PORTO, L. de A. Nogueira. Villaronga: um pintor esquecido, na corte do rei café. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 5 jun. 1977.
  • TELLES, Augusto C. da Silva. Vassouras: estudo da construção residencial urbana. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, n.16, p.9-134, 1967.
  • TIRELLO, Regina Andrade. A ruína, o restauro e as pinturas murais oitocentistas do Vale do Paraíba paulista. Tese (Doutorado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
  • VALVERDE, Maria de la Concepción Piñero. Por tierras de los barones del café: caminos brasileños de un pintor catalán. In: V Congreso Internacional de Caminería Hispánica, 2002, Valencia, Espanha. Atas... Valencia: Ministerio de Fomento, Centro de Publicaciones, 2002, p. 649-656.

Como citar

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