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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Ricardo Albertazzi

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.06.2021
1801 Itália
1893 Brasil / Rio Grande do Sul / Porto Alegre
Ricardo Albertazzi (Itália, 18-- - Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1896). Pintor, desenhista e professor. Imigra para o Brasil em torno de 1870, fixando-se na cidade gaúcha de Rio Grande. Transfere-se para Porto Alegre em 1883. Realiza no mesmo ano uma mostra de seus trabalhos na Livraria Americana e obtém boa acolhida na cidade.

Texto

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Ricardo Albertazzi (Itália, 18-- - Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1896). Pintor, desenhista e professor. Imigra para o Brasil em torno de 1870, fixando-se na cidade gaúcha de Rio Grande. Transfere-se para Porto Alegre em 1883. Realiza no mesmo ano uma mostra de seus trabalhos na Livraria Americana e obtém boa acolhida na cidade.

Naturalizado brasileiro, além de pintor, atua também como professor de desenho. Inicialmente ministra aulas particulares até que, em 1885, monta um curso de figura e paisagem, alcançando bons resultados com os alunos. Aprimora-o periodicamente, acrescentando novas lições com base em procedimentos técnicos como pirogravura. Além do curso em seu ateliê, leciona também em estabelecimentos de instrução secundária e profissional de Porto Alegre, como a Escola Brasileira, a Escola Normal e, a partir de 1888, o Colégio Rio-Grandense. Ainda em 1888, passa a atuar em sociedade nos estúdios do fotógrafo espanhol Francisco Iglesias e do italiano Rafael Ferrari, realizando retratos sob encomenda. A última obra de sua autoria de que se tem conhecimento é o retrato do coronel Heliodoro de Moraes Branco, realizado para o estúdio Fotografia Ferrari e exposto postumamente na Casa Gertum, em Porto Alegre.

Análise

Na opinião do historiador da arte gaúcho Athos Damasceno (1902-1975), as principais contribuições de Ricardo Albertazzi para o desenvolvimento da arte no Sul do país foram no campo do retrato e do ensino. Imigrado da Itália por volta de 1870 e radicado em Porto Alegre, Albertazzi atua em um período no qual o desenvolvimento do ensino artístico e do mercado de arte é ainda precário na maior parte do país, alcançando uma dinâmica maior apenas na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império e, depois, da República. Nessa condição, o ensino e a produção de retratos sob encomenda são as principais formas de sobrevivência para um pintor.

Possivelmente tendo já uma instrução artística anterior a sua vinda para o Brasil, Albertazzi integra-se com sucesso à sociedade local, deixando extensa produção de retratos a óleo e a creiom, encomendados por personalidades políticas e religiosas da região. Em 1885, o artista pinta o retrato de dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, para as solenidades em comemoração ao 7º centenário de seu falecimento, demonstração do prestígio que alcança na cidade. Isso não significa, porém, que tenha total estabilidade no exercício da profissão. A difusão cada vez maior da fotografia pelo país faz com que muitos pintores sejam compelidos a associarem-se a estúdios fotográficos, como ocorre com Albertazzi, que se alia ao italiano Rafael Ferrari e ao espanhol Iglesias, produzindo retratos a óleo baseados em fotografias.

Além de sua atividade artística, tem importante contribuição como professor. Ministra aulas de desenho, figura e paisagem em cursos particulares até ser incorporado ao quadro docente de instituições de instrução secundária. Têm destaque como seus alunos desde artistas diletantes como o cônego Barnabé Corrêa da Câmara e Julieta Alves, até figuras de destaque da história da arte no Rio Grande do Sul, no início do século XX, como o pintor Libindo Ferrás (1877-1951). 

Exposições 2

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Fontes de pesquisa 5

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  • DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900): contribuição para o estudo do processo cultural sul-rio-grandense. Porto Alegre: Globo, 1971. 520 p. (Província).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DO passado ao presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Cambona Centro de Arte, 1983.
  • PRECURSORES das artes plásticas no Rio Grande do Sul. Apresentação Carlos Scarinci. Porto Alegre: Riocell, 1981.
  • ROSA, Renato; PRESSER, Décio. Dicionário de artes plásticas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1997.

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