Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Crispim do Amaral

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 04.11.2024
1858 Brasil / Pernambuco / Olinda
17.12.1911 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução Fotográfica Autoria Desconhecida

Pano de Boca do Teatro Amazonas, 1894
Crispim do Amaral

Crispim do Amaral (Olinda, PE, 1858 - Rio de Janeiro, RJ, 1911). Desenhista, caricaturista, ilustrador, cenógrafo, decorador e pintor. Estuda em Recife com o pintor e cenógrafo francês Léon Chapelin. Aos 18 anos, parte para o Norte do país. Em Belém, Pará, trabalha como cenógrafo e decorador no Teatro Providência e, em seguida, no Teatro da Paz....

Texto

Abrir módulo

Crispim do Amaral (Olinda, PE, 1858 - Rio de Janeiro, RJ, 1911). Desenhista, caricaturista, ilustrador, cenógrafo, decorador e pintor. Estuda em Recife com o pintor e cenógrafo francês Léon Chapelin. Aos 18 anos, parte para o Norte do país. Em Belém, Pará, trabalha como cenógrafo e decorador no Teatro Providência e, em seguida, no Teatro da Paz. Publica caricaturas na imprensa paraense, fortemente impulsionada pela litografia do desenhista alemão Karl Wiegandt (1841-1908). Edita e ilustra o jornal O Estafeta (1879), sob o pseudônimo Puck, e lança a revista A Semana Illustrada (1887). Convive com artistas italianos ativos no Pará, como Leone Righini (ca.1820-1884) e Luís Pignatelli. Entre 1894 e 1896 trabalha na decoração do Teatro Amazonas.

Em 1888, viaja a Paris com auxílio dos governos do Pará e Amazonas. Colabora como caricaturista no jornal Le Rire, onde publica a charge Dum-Dum! como crítica à guerra Anglo-Bôer. Pela publicação recebe uma reclamação do embaixador inglês e um processo na justiça francesa. Condenado a três anos de prisão, volta ao Brasil, fixa residência em Pernambuco e posteriormente no Rio de Janeiro. Executa cenários para operetas exibidas no Espaço Cinematógrafo Rio Branco.

É o primeiro diretor artístico do periódico O Malho (1902). Funda as revistas A Avenida (1903) – com a colaboração de Cardoso Jr. e Carlos Lenoir – e O Pau (1905), dedicada à crítica política local e internacional. Trabalha como caricaturista na revista O Século quando falece, em 1911.

Análise

Crispim do Amaral é autor de intensa produção que revela uma formação versátil e atenta às expectativas de seu tempo. Grande parte de seu trabalho resulta em obras efêmeras ligadas à cenografia ou à decoração, como as do Teatro da Paz, das quais resta apenas um pano de boca, com a Alegoria da República.

Em 1894, dedica-se à decoração do Teatro Amazonas, da qual resulta sua pintura mais conhecida, o pano de boca em que uma figura feminina repousa sobre as águas, rodeada por figuras semelhantes a zéfiros. Uma composição alegórica clássica que alude a aspectos da natureza local. Crispim coordena também toda a decoração interna do teatro e a estrutura do palco: pinturas, telões de cena, bastidores, construção das engrenagens para o maquinismo do palco e assentamento das cadeiras da plateia, além do frontão externo, onde figuram em baixo relevo as alegorias da ópera e da arquitetura.

Apesar da incerteza dos relatos, a charge Dum-Dum! constitui o episódio que o tornaria célebre em seu tempo. O artista representa a rainha Vitória como uma criança recebendo palmadas do general Kruger, líder bôer. O som “dum-dum” indicado na cena faz referência às balas explosivas utilizadas pelo exercito inglês durante a segunda guerra dos bôeres, em 1899.

Nos trabalhos de caricatura, poucas vezes abandona o desenho esmerado para entregar-se aos exageros próprios dessa linguagem. Morfeu I (1902) é um exemplar audacioso de sua produção, que em traços fortes representa o presidente Rodrigues Alves, recém-eleito, atravancado por uma vestimenta faustosa de imperador e apoiado sobre um tronco da escravidão.

Obras 1

Abrir módulo

Exposições 1

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 9

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Pintores negros do oitocentos. São Paulo: MWM Motores Diesel Ltda. : Indústria Freios KNORR Ltda., 1988. [246 p.]. (Coleção MWM-IFK).
  • LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil III. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963.
  • SANTOS, Joel Rufino dos. A mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. In: ARAÚJO, Emanoel (org.). A Mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. São Paulo: Tenenge, 1988. p. 396-398
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: