Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Delfim da Câmara

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.10.2023
31.07.1834 Brasil / Rio de Janeiro / Magé
1916 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro

Retrato de Leôncio de Carvalho (imagem está errada)
Delfim da Câmara

Delfim Joaquim Maria Martins da Câmara (Magé, RJ, 1834 - Rio de Janeiro, RJ, ca.1916). Pintor, militar e professor. Estuda na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) entre 1848 e 1854. É colega de Victor Meirelles (1832-1903), Joaquim da Rocha Fragoso (18?-1893), Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912) e Francisco Nery (1828-1866) e a...

Texto

Abrir módulo

Biografia
Delfim Joaquim Maria Martins da Câmara (Magé, RJ, 1834 - Rio de Janeiro, RJ, ca.1916). Pintor, militar e professor. Estuda na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) entre 1848 e 1854. É colega de Victor Meirelles (1832-1903), Joaquim da Rocha Fragoso (18?-1893), Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912) e Francisco Nery (1828-1866) e aluno de Correia de Lima (1814-1857), Côrte Real (ca.1810-1848) e Joaquim Inácio Miranda Jr. Deixa a academia em 1854, seu último ano antes da formatura, retornando em 1857. No ano seguinte, perde novamente o ano, por faltas. Pede à Aiba uma habilitação (não o diploma) para lecionar desenho fora da instituição, obtendo-a.

Nos anos 1860, junta-se aos Voluntários da Pátria1 e luta na Guerra do Paraguai (1864-1870). Em 1870, com o fim do conflito, obtém a patente de capitão. Em 1885, começa a lecionar desenho na Escola Politécnica, onde trabalha até o fim da vida. Expõe periodicamente retratos em estúdios e galerias cariocas. Em 1896, ensina no Ginásio Nacional. Também nessa década, ministra aulas no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, tornando-se ainda membro da Sociedade Promotora das Bellas Artes, dirigida por Bethencourt da Silva. Em 1896, é vice-presidente da Sociedade Artística, Literária e Científica Bethencourt da Silva. Entre 1896 e 1899, torna-se major. Leciona até pelo menos 1915, quando não se encontram mais notícias suas. A bibliografia  a seu respeito, pouco confiável, afirma que morre em 1916.

Análise
Delfim da Câmara é um pintor de retratos que representa um caso excepcional na arte brasileira do século XIX. Sabe-se que ele é o único artista brasileiro a participar como combatente da Guerra do Paraguai. Essa participação é sintomática, pois Câmara integra a geração de alunos da Aiba responsável por produzir as pinturas históricas mais significativas sobre os episódios dessa guerra. Entre eles, destacam-se Victor Meirelles, seu colega durante a primeira fase em que frequenta a Academia (1848-1854), e Pedro Américo (1843-1905), colega durante o seu segundo período na instituição (1857-1858).

Apesar de sua participação no conflito, Câmara não produz, até onde se sabe, nenhuma pintura histórica sobre o tema. Contudo, tendo se especializado desde cedo em retratos, fez uma série de imagens de militares e políticos importantes para o desdobramento da guerra. Do imperador dom Pedro II (1825-1891), o mais importante deles, Câmara realiza vários retratos para o Ministério da Guerra e o Exército.

Para além do retrato, gênero que não goza de tanto prestígio no Brasil do século XIX, Câmara destaca-se ainda em uma longa carreira no ensino do desenho em algumas instituições cariocas: na Escola Politécnica, no Ginásio Nacional e no Liceu de Artes e Ofícios. Empenha-se, por fim, na formulação de projetos e na construção de organizações que visam à promover o gosto pelas belas artes no Brasil.

Nota
1 Corpos de militares criados pelo Império do Brasil para reforçar o número de militares no exército brasileiro no início da Guerra do Paraguai.

Obras 3

Abrir módulo

Exposições 6

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 32

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • A LIBERDADE, Rio de Janeiro, 19 out. 1896.
  • A REFORMA, Rio de Janeiro, 7 set. 1870.
  • ATAS DA CONGREGAÇÃO DA ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTES, em 20 set. 1854.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Vol. I, A-L. Rio de Janeiro: Spala Editora, 1986.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • CADERNO DE MATRÍCULAS DE ALUNOS DA ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTES, anos 1847 a 1860. Rio de Janeiro: Museu d. João VI.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Globo, 1970.
  • DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 17 jun. 1896.
  • DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 25 mar. 1890.
  • DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 3 abr. 1891.
  • DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 3 abr. 1892.
  • DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 4 out. 1895.
  • DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 8 nov. 1899.
  • DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, quinta-feira, 23 dez. 1910.
  • DIÁRIO DO COMMERCIO, Rio de Janeiro, domingo, 21 jul. 1889.
  • DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888. 254 p.
  • FERREIRA, Félix. Belas Artes: estudos e apreciações. Rio de Janeiro: Badomero Cerqueja Fuentes Editor, 1885.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • GAZETA DA TARDE, Rio de Janeiro, 1 set. 1898.
  • GAZETA DA TARDE, Rio de Janeiro, 28 dez. 1883.
  • GAZETA DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 26 ago. 1915.
  • GAZETA DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 27 nov. 1881.
  • GAZETA DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 3 mar. 1886.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEVY, Carlos Roberto Maciel. Exposições gerais da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes: período monárquico, catálogo de artistas e obras entre 1840 e 1884. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1990. v.1.
  • O PAIZ, Rio de Janeiro, 13 jul. 1898.
  • O SÉCULO, Rio de Janeiro, 15 mar. 1911.
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • VASCONCELOS, Ministro do Império João Florentino Meira de. Relatório do anno de 1884 apresentado à Assemblea Geral Legislativa na 1a Sessão da 19ª Legislatura. Rio de Janeiro: Ministério do Império, 1885.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: