Dario Barbosa

Os Camponeses, 1908
Dario Barbosa
Óleo sobre tela, c.i.d.
Texto
Biografia
Dario Villares Barbosa (Campinas, São Paulo, 1880 - Paris, França, 1952). Pintor. Ao lado de seu irmão gêmeo Mário Villares Barbosa tem aulas de desenho e pintura com Oscar Pereira da Silva (1867-1939), em São Paulo. Em 1901, expõe em conjunto com o mestre e o irmão. Ainda nesse ano, viaja na companhia do irmão a Paris, onde permanece estudando na Académie Julian e na École des Beaux-Arts.
Entre seus mestres estão os pintores Jean-Paul Laurens (1838-1921), Jules Lefebvre (1836-1911) e Robert Fleury (1837-1912). Viaja para a região da Bretanha e a Portugal, pintando diversas cenas campestres. Retorna ao país em 1910, realizando exposição conjunta com o irmão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1912, é contemplado com pensionato do governo paulista, retornando a Paris. No período entre as duas viagens, participa de cinco edições do Salão de Paris. Mesmo afastado, suas obras figuram nas edições de 1911 e 1912 da Exposição Brasileira de Belas Artes, organizadas pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp).
Retorna brevemente ao país em 1916, quando realiza grande mostra em São Paulo e tem o pensionato prorrogado pelo governo. De volta à Europa, viaja para Itália, Portugal e Espanha, além de conhecer o Norte da África e o Oriente Médio. Em 1934, estabelece-se definitivamente em São Paulo. No ano seguinte, recebe medalha de ouro no Salão Paulista de Belas Artes. No mesmo salão, em 1936, é contemplado com o 3º Prêmio de Aquisição pela tela Feiticeiro Sudanês. Lega, em testamento, sua obra para o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, e para a Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp).
Análise
A trajetória de Dario Barbosa caracteriza-se pela vasta produção de paisagens e cenas de gênero, além de alguns retratos. O artista aproveita bem o período de formação na Europa, viajando e estudando diferentes tipos de paisagem, costumes e luzes. Nesse período, produz um conjunto de paisagens marinhas, bosques e jardins franceses, casas e mulheres espanholas, além de cenas executadas em sua viagem ao Marrocos, como Porta de Kasbah, Tânger (1919). A maior parte das figuras que retrata são anônimas, caracterizadas como tipos regionais, as quais o artista procura enfatizar dados de vestuário e adereços que possibilitem identificar o lugar a que pertencem.
Adepto da pintura ao ar livre, pratica tanto paisagens clássicas, estruturando a vista a distância, dentro de esquemas convencionais, quanto cenas mais fechadas, exibindo detalhes de bosques, praças, jardins ou mesmo a movimentação do artista pelas estreitas ruas marroquinas. De sua produção brasileira, destacam-se paisagens e cenas urbanas de São Paulo e Santos, realizadas possivelmente depois de seu retorno definitivo à capital paulista, assim como o retrato do pintor e escritor Theodoro Braga (1872-1953). Nessa obra, é possível notar a pincelada vibrante, manchada e espessa, característica do estilo do artista. Outro dado interessante desse quadro é que escapa às características usuais de composição desse tipo de pintura. O modelo aparece como em um flagrante, surpreendido enquanto trabalha em seu estúdio. Assim como em algumas de suas cenas urbanas, o pintor procura inserir o observador na cena, como que o convidando a participar do instante de vida ali captado.
Obras 3
Exposições 50
Fontes de pesquisa 16
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
- CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
- Catálogo Semana Euclidiana. São José do Rio Pardo: Casa Euclidiana, 1964.
- DESTAQUE DO MÊS. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1982.
- DESTAQUE DO MÊS. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1984.
- DEZENOVEVINTE: uma virada no século. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1986.
- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
- FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- PINACOTECA do Estado - São Paulo. Apresentação de Fábio Magalhães. Texto de Aracy Amaral. Rio de Janeiro: FUNARTE; São Paulo: Secretaria Estadual de Cultura, 1982. (Museus brasileiros, 6).
- PINACOTECA do Estado de São Paulo. A Paisagem na Coleção da Pinacoteca. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1978.
- PINACOTECA do Estado de São Paulo: catálogo geral de obras. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1988.
- Pinacoteca Circulante. Campinas: Teatro Municipal de Campinas, 1964.
- SALÃO PAULISTA DE BELAS ARTES, 18., 1953, São Paulo. 18º Salão Paulista de Belas Artes. São Paulo: Galeria Prestes Maia, 1953.
- TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores Paisagistas: São Paulo 1890 a 1920. São Paulo: Edusp: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
DARIO Barbosa.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa22772/dario-barbosa. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7