Benjamin Parlagreco
![Paisagem Rural, ca.1900 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000348004013.jpg)
Paisagem Rural, 1900
Benjamin Parlagreco
Óleo sobre tela, c.i.e.
73,00 cm x 50,00 cm
Texto
Benjamin Parlagreco (Caltanissetta, Sicília, Itália, 1856 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 1902). Pintor e desenhista. Irmão mais velho do esteta Carlo Parlagreco e do pintor Salvador Parlagreco (1871-1953), também atuantes no Brasil nos séculos XIX e XX. Na Itália, cursa a Academia de Belas Artes de Nápoles. Lá, é aluno dos pintores italianos Domenico Morelli (1826-1901) e Filippo Palizzi (1818-1899). Chega ao Rio de Janeiro em 1895. Em 1896, realiza mostra individual na capital carioca, no atêlie de J. Gutierrez (1859-1897), levando-a também para Petrópolis e São Paulo. Expõe nove obras no Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) de 1897. Em 1898, apresenta trabalhos no Salão Nobre do Constructor e, no mesmo ano, apresenta as obras Cabeça e Carmem, conquistando a medalha de ouro de terceira classe no SNBA. Expõe novamente no SNBA nos anos de 1899, 1900 e 1901, com sete, 13 e 14 obras, respectivamente. Falece em 1902, aos 46 anos. Postumamente, quatro de seus trabalhos são expostos no Salão de 1902: Autorretrato; Em Demanda do Curral; Estábulo e Vegetação Brasileira.
Análise
Benjamin Parlagreco tem papel importante na representação do interior brasileiro no fim do século XIX. Chega ao Brasil já maduro, aos 39 anos, com predileção por temas regionais, em especial a pintura de paisagem e de cenas rurais.
Na Itália, já demonstra preferência pelos temas cotidianos, seguindo os passos de um de seus professores, Filippo Palizzi, cujo interesse pela vida rural e simples é evidente.
Recebe formação de ideal classicizante na Academia de Nápoles, mas Parlagreco atualiza a forma de pintar, empregando pinceladas rápidas. É provável que esse traço não seja herança impressionista, mas derivado de experiências desenvolvidas pelo grupo italiano conhecido como I Macchiaioli (termo que remete à palavra macchia, “mancha” em italiano). O grupo, antes dos franceses, também busca a captação da luz e a cor natural.
A pintura Na Roça é um exemplo que sintetiza boa parte da produção do artista. O desenho bem-acabado contrasta com o preenchimento mais solto, e toda a obra se estrutura em diagonais que convergem para o lado direito. As figuras representam o ambiente interiorano pobre: intercalam-se animais e humanos, dispostos na diagonal mais baixa, eixo da ação.
Essa obra, assim como outras de Parlagreco, aproxima-se das representações do artista ituano Almeida Júnior (1850-1899), contemporâneas a ela. A inclinação pela temática realista faz que ambos os artistas sejam apontados como responsáveis pela popularização do tema rural brasileiro.
Obras 5
Auto-retrato
Na Roça
Paisagem Rural
Piteiras
Velha Fazenda
Exposições 28
Fontes de pesquisa 25
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- A ARTE e seus processos: o papel como suporte. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1978. 64 p., il. p&b.
- ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
- BAECHLER, Dominique-Edouard. Pintura acadêmica, obras primas de uma coleção paulista, 1860-1920: paisagem. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1982.
- CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
- DEZENOVEVINTE: uma virada no século. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1986.
- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
- FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
- GUANABARINO, Oscar. Artes e artistas. O Paiz, Rio de Janeiro, 1 set. 1899. p. 2. p. 2
- JORNAL DO COMMERCIO, Rio de Janeiro, 1 set. 1898. p. 4
- JORNAL DO COMMERCIO, Rio de Janeiro, 15 set. 1895. p. 2
- JORNAL DO COMMERCIO, Rio de Janeiro, 8 set. 1895. p. 2
- JORNAL DO COMMERCIO, Rio de Janeiro, 9 set. 1895. p. 1
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- O OLHAR italiano sobre São Paulo. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1993. , il. p&b. color.
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- PINACOTECA do Estado de São Paulo. Dezenovevinte: uma virada no século. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1986.
- PINACOTECA do Estado de São Paulo. Pinacoteca: 100 anos. São Paulo: Prêmio, 2005.
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- SOCIARTE-SP. Pintores italianos no Brasil. São Paulo: Edição Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado, 1982.
- SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA CULTURA. Pintores Italianos no Brasil. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Cultura/Sociarte, 1982.
- TARASANTCHI, Ruth Sprung. O olhar italiano sobre São Paulo [catálogo de exposição]. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1993.
- TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores Paisagistas: São Paulo 1890 a 1920. São Paulo: Edusp: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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BENJAMIN Parlagreco.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa22622/benjamin-parlagreco. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7