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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Wolf Maya

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 19.07.2021
10.09.1951 Brasil / Goiás / Goiânia
Walfredo Campos Maya Júnior (Goiânia, Goiás, 1951). Diretor. Dirige musicais grandiosos, traz espetáculos americanos de sucesso para os nossos palcos, dando-lhes um espírito brasileiro através de suas adaptações na trama e marcações de cena.

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Walfredo Campos Maya Júnior (Goiânia, Goiás, 1951). Diretor. Dirige musicais grandiosos, traz espetáculos americanos de sucesso para os nossos palcos, dando-lhes um espírito brasileiro através de suas adaptações na trama e marcações de cena.

Além de se formar pelo Conservatório Nacional de Teatro, Wolf Maya cursa O Tablado, a escola de balé Tatiana Leskova, o Laboratório de Pesquisa Corporal de Klauss Vianna e o curso de profissionalização de atores do Serviço Nacional de Teatro, SNT. Nos Estados Unidos, freqüenta, em 1981, o Carnegie Hall Ballet of Arts, centro de formação e direção de teatro musical, e faz um estágio técnico de direção de programas para televisão no Television Technical Instructors.

Inicia carreira como ator, na década de 70, atuando, entre outros, em Encontro no Bar, de Bráulio Pedroso, 1973, O Anti-Nelson Rodrigues, de Nelson Rodrigues, 1974, Godspel, de Stephen Schwartz, 1974, Rock Horror Show, de Richard O'Brien, 1975, Arena Conta Zumbi, de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, 1976, O Tempo e os Conways, de J. B. Priestley, 1977, Investigação na Classe Dominante, de J. B. Priestley, 1978, Longa Jornada Noite a Dentro, de Eugene O'Neill, 1980. Em 1973, é premiado como ator revelação pela Associação Carioca de Críticos Teatrais, ACCT, pela interpretação em As Desgraças de uma Criança, de Martins Pena, com direção de Antônio Pedro, e, em 1977, recebe o Prêmio Governador do Estado de São Paulo pela atuação em Mortos sem Sepultura, de Jean-Paul Sartre, direção de Fernando Peixoto. Simultaneamente, inicia sua carreira de diretor, encenando espetáculos infantis em que já experimenta o elemento musical. Em 1976, recebe o Prêmio Molière como diretor pela coletânea de peças de Maria Clara Machado.

Em 1980, dirige o musical Blue Jeans, de Zeno Wilde e Wanderley Aguiar Bragança - que lhe vale os prêmios Molière e Mambembe. Em seguida, traz para os palcos brasileiros o musical nova-iorquino Village, de Ira Evans, que, embora dramaturgicamente frágil, tem o trunfo de tratar com delicadeza um tema polêmico: ambientado em bares gays do bairro Greenwich Village, trata da iniciação sexual de um jovem. Sem a verba de produção que esse tipo de gênero exige, o diretor opta por colocar um piano ao vivo, eliminando assim o artificialismo da música gravada, usada em quase todos os espetáculos da época. Seguem-se Pó de Guaraná, de Bill Russel e Ronald Melrose e A Mente Capta, de Mauro Rasi, 1982, e Belas Figuras, de Ziraldo, 1983, Foi Bom, Meu Bem?, de Luís Alberto de Abreu, 1984. Em 1987, encena As Noviças Rebeldes, de Dan Goggin. O crítico Alberto Guzik considera que sua direção imprime ao espetáculo agilidade e ritmo preciso. Segundo ele, "a marcação é inventiva, obedece a desenho veloz, bem ordenado, de gestualidade que contribui poderosamente para a irresistível comicidade do conjunto".1 No ano seguinte, dirige Splish Splash, de Flávio Marinho. O crítico Macksen Luiz analisa seu estilo: "O diretor Wolf Maya (...) se mostra sensível ao brilho e ao efeito do show. Splish Splash é uma bem coordenada expressão desse universo, ressalvadas as nossas difíceis condições de produção. Maia sabe uniformizar o espetáculo num quadro coletivo, onde os destaques são raros, já que tudo se estrutura para que o conjunto sobressaia. (...) Maia trabalha com cuidado o humor da trama, brinca com os efeitos de luz (...), cria surpresas (...) e domina os truques teatrais que fazem o público reagir (...)".2

Em 1989, estrelado por Claudia Raia, dirige A Loja dos Horrores, de Howard Ashmann e Alan Menken. Nos anos 90, dirige, entre outros, Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá, de Fernando Mello, 1993, De Berlim à Broadway, retrospectiva da obra de Kurt Weill, 1994, Paixão, de Betty Milan, e Quatro Carreirinhas, adaptação de Wolf Maya e Flávio Marinho, ambos em 1996, Cabaret Brazil, de Wolf Maya e Cininha de Paula, 1997, e Relax, It's Sex, de Wolf Maya, 2000. Ao comentar a remontagem de As Noviças Rebeldes dez anos depois de sua estréia, o crítico Macksen Luiz faz uma análise da contribuição de Wolf Maya ao teatro:

"Na verdade, o diretor interpretou com sotaque nacional uma encenação que estava pronta e acabada. A sua maior contribuição foi a de importar um rigor técnico da encenação original, emprestando às montagens brasileiras profissionalismo e uma competência cênica que mostra atrizes, na primeira versão, e atores, na segunda, cantando, dançando e atuando com segurança. Há bom uso do equipamento técnico de som e luz. Wolf Maya administra essa estrutura, produzindo um musical tecnicamente bem realizado".3

Notas

1. GUZIK, Alberto. Comédia musical da melhor qualidade. Jornal da Tarde, São Paulo, 15 set. 1988.

2. LUIZ, Macksen. Sessão da tarde. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 04 out 1988.

3. LUIZ, Macksen. Humor e malícia num musical ingênuo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 23 ago. 1997.

Espetáculos 62

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Fontes de pesquisa 7

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  • COMPANHIA BAIANA DE PATIFARIA. Site oficial do grupo. Disponivel em: http://www.ciadepatifaria.com.br. Acessado em: 12 set. 2012.
  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Márcio Freitas]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos.
  • FONTA, Sérgio. [Currículo]. Enviado pelo artista em 2011.
  • LUIZ, Macksen. Humor e malícia num musical ingênuo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 23 ago. 1997.
  • MACHADO, Ana Maria. Village: podia ser em qualquer bairro. O Globo, Rio de Janeiro, 27 abr. 1981.
  • MAIA, Wolf. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.
  • TEATRO ALIANÇA FRANCESA. Belas Figuras: São Paulo, SP, [1983]. Programa do Espetáculo.

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