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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Alfredo Norfini

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.02.2024
23.12.1867 Itália / Toscana / Florença
23.12.1944 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Paisagem Rio Tietê, 1904
Alfredo Norfini
Óleo sobre tela, c.i.d.
21,70 cm x 33,00 cm

Alfredo Norfini (Florença, Itália, 1867– Rio de Janeiro Rio de Janeiro, 1944). Desenhista, aquarelista, pintor e professor. Filho do pintor e professor Luigi Norfini (1825-1909), cursa a Real Academia de Belas Artes de Lucca, em Roma. Conclui a formação em 1892 e participa, nesse mesmo ano, da Grande Exposição de Artistas Internacionais em Nice,...

Texto

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Alfredo Norfini (Florença, Itália, 1867– Rio de Janeiro Rio de Janeiro, 1944). Desenhista, aquarelista, pintor e professor. Filho do pintor e professor Luigi Norfini (1825-1909), cursa a Real Academia de Belas Artes de Lucca, em Roma. Conclui a formação em 1892 e participa, nesse mesmo ano, da Grande Exposição de Artistas Internacionais em Nice, França, recebendo medalha de prata. No ano seguinte, viaja para Buenos Aires, onde se casa com Maria Colli e permanece até 1898. Nesse ano, muda-se para o Brasil, buscando melhores oportunidades de trabalho. Fixa residência em Campinas, São Paulo, onde funda um curso de pintura com Angelo Bretoni e Agnelo Correia. Organiza a 1ª Exposição de Artes e Artes Aplicadas às Indústrias, em 1903, e recebe medalha de ouro da cidade pela organização. Muda-se para São Paulo, em 1907 e viaja pela Europa, Oriente Médio e Egito. Retorna ao Brasil, em 1908, vivendo no Rio de Janeiro até 1910. Nesse período, trabalha na revista Renascença e expõe no Salão Nacional de Belas Artes. A convite do arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928), retorna a São Paulo, em 1911, para lecionar no Liceu de Artes e Ofícios. Colabora também em jornais e revistas, como Antártica Ilustrada, da qual é fundador. Participa da 1ª e 2ª Exposição Brasileira de Belas Artes, organizadas pelo Liceu em 1911 e 1912.  Em 1921, vai a Minas Gerais, ao lado do pintor e arquiteto Paolo Rossi e registra em aquarelas a arquitetura, ourivesaria e o mobiliário barrocos. Alguns de seus trabalhos são reproduzidos no livro O Velho Brasil – Época Colonial – Minas Gerais, editado em 1922, por ocasião do centenário da Independência. Expõe diversas vezes entre as décadas de 1920 e 1930, recebendo medalha de prata no Salão Paulista de Belas Artes de 1934. Após uma segunda viagem à Europa, retorna ao Brasil em 1937 e fixa residência no Rio de Janeiro.

Análise

Alfredo Norfini faz parte do conjunto de artistas europeus que imigram para a América Latina entre as últimas décadas do século XIX e início do XX. Uma de suas primeiras exposições no continente, é realizada em 1893 durante sua estada em Buenos Aires. Nessa mostra de aquarelas, revela a predileção pela técnica por meio da qual produz a maior parte de sua obra, embora também realize trabalhos a óleo. Apreciador das viagens, Norfini notabiliza-se no Brasil por suas cenas de gênero e paisagens, especialmente marinhas, luminosas e trabalhadas com rapidez. Preza a pincelada curta, em pequenos toques de cor, reservando o recurso da aguada para áreas de cor um pouco maiores da composição.

Embora comissionado, na década de 1930, para trabalhos de documentação botânica e zoológica, a documentação histórica e arquitetônica realizada em Minas Gerais é o trabalho de maior relevância do artista no Brasil. Em 1921, Norfini percorre, ao lado de Paolo Rossi, as cidades de Diamantina, Sabará, São João del Rei, Ouro Preto, Mariana, produzindo um vasto conjunto, entre aquarelas e desenhos. Mostra-se atento à topografia, a arquitetura e a cultura material das cidades mineiras. Esses trabalhos são reconhecidos como importante documentação iconográfica do patrimônio cultural brasileiro, adquiridos pelo Museu Histórico Nacional (MHN), em 1934. As obras são divulgadas no sétimo volume dos Anais da instituição, publicados em 1953, com comentários do então diretor Gustavo Barroso (1888-1959). Com isso, Norfini participa da valorização do passado colonial brasileiro empreendida pelos intelectuais modernistas e legitimada pelos órgãos de preservação do patrimônio nacional.

Obras 1

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Exposições 24

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Fontes de pesquisa 14

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ANAIS do Museu Histórico Nacional, v. VII. Documentário Iconográfico de Cidades e Monumentos do Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1953.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • CURY, Constantino. Dicionário de artistas plásticos brasileiros. São Paulo: Cury Arte Brasil, 2005.
  • DEZENOVEVINTE: uma virada no século. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1986.
  • DIVANI e Norfini: Dois mestres pintores do Liceu de Artes e Ofícios e a modernidade paulistana. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1981. , il., p&b.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • MAGALHÃES, Aline Montenegro. Entre o museu e a cidade. Um estudo sobre a Inspetoria de Monumentos Nacionais (1934-1937). In: I Encontro nacional da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em arquitetura e urbanismo, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: < http://www.anparq.org.br/congressos/index.php/ENANPARQ/1ENANPARQ/paper/downloadSuppFile/59/426 >. Acesso em: 15 maio 2014.
  • MEDEIROS, João. Dicionário dos pintores do Brasil. Rio de Janeiro: Irradiação Cultural, 1988.
  • MUSEU ANTÔNIO PARREIRAS (NITERÓI, RJ). Memória histórica do Museu Antônio Parreiras. Niterói: Museu Antonio Parreiras, [1956?]. (Cadernos de divulgaçao cultural do Museu Antônio Parreiras, 2).
  • MUSEU DE ARTE DO RIO. Casa Carioca [recurso eletrônico]. Curadoria de Marcelo Campos e Joice Berth. Rio de Janeiro: Instituto Odeon, 2020. 145 p. Catálogo da exposição. Disponível em: https://museudeartedorio.org.br/wp-content/uploads/2020/12/Cat%C3%A1logo-Casa-Carioca-1.pdf. Acesso em: 18 abr. 2022.
  • O OLHAR italiano sobre São Paulo. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1993. , il. p&b. color.
  • SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA CULTURA. Pintores Italianos no Brasil. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Cultura/Sociarte, 1982.
  • TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores Paisagistas: São Paulo 1890 a 1920. São Paulo: Edusp: Imprensa Oficial do Estado, 2002.

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