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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Valério Vieira

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 03.05.2022
16.11.1862 Brasil / Rio de Janeiro / Angra dos Reis
26.07.1941 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Retrato do Jovem Valério Vieira, 27.04.1882
Albumina
Acervo Museu Paulista / USP

Lilia Katri Moritz Schwarcz (São Paulo, São Paulo, 1957), historiadora, antropóloga, professora, escritora, editora e curadora. Nome reconhecido no campo das ciências sociais no Brasil, seu trabalho, publicado em dezenas de obras, se destaca pelo aprofundamento em temas pertinentes à formação social brasileira, sobretudo em face às questões raci...

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Lilia Katri Moritz Schwarcz (São Paulo, São Paulo, 1957), historiadora, antropóloga, professora, escritora, editora e curadora. Nome reconhecido no campo das ciências sociais no Brasil, seu trabalho, publicado em dezenas de obras, se destaca pelo aprofundamento em temas pertinentes à formação social brasileira, sobretudo em face às questões raciais e suas conexões com a historiografia nacional.

De origem franco-italiana, nasce na cidade de São Paulo em fins da década de 1950 após as famílias materna e paterna migrarem para o Brasil na primeira metade do século XX. A origem judaica de ambas as famílias é, em grande parte, a motivação para que deixem o continente europeu ainda antes da deflagração da Segunda Guerra Mundial. Em 1976 ingressa no curso de história, na Universidade de São Paulo (USP), quando descobre o interesse pela temática da escravidão e se aproxima da pesquisa historiográfica sobre o tema. Posteriormente, este assunto se torna um de seus principais focos de pesquisa e publicações. Incentivada pelo amigo e antropólogo Carlos Rodrigues Brandão (1940) e com desejo de conhecer outras áreas das ciências humanas, em 1981 ingressa no mestrado em antropologia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) finalizado com a dissertação A imprensa paulistana em finais do século XIX, em 1986. 

Inicia a carreira como professora universitária na Unicamp em 1986, mesmo ano em que cria a editora Companhia das Letras em parceria com seu marido, o escritor e editor Luiz Schwarcz (1956). No ano seguinte  entra para doutorado também na Antropologia, mas desta vez na USP, e torna-se doutora em 1993, com o trabalho Homens de sciencia e a raça dos homens: cientistas, instituições e teorias raciais no Brasil de finais do século XIX. Conciliando o exercício da docência com o ofício como editora, publica no mesmo ano o seu primeiro livro Retrato em Branco e Negro: Jornais, Escravos e Cidadãos em São Paulo no Fim do Século XIX. Nos anos seguintes, passa a integrar o quadro docente da USP e é convidada como professora visitante em diversas universidades estrangeiras como a Universidade de Leiden, na Holanda; Oxford, no Reino Unido; e Brown e Columbia, nos Estados Unidos. Com a carreira docente consolidada, torna-se professora visitante permanente na Universidade de Princeton, em 2015.

O percurso acadêmico fundado no encontro entre a história e a antropologia confere a Lilia Schwarcz um olhar acurado sobre os eventos históricos e culturais do Brasil, sem perder de vista a complexidade das relações sociais e humanas que ali se estabelecem. Além disso, sua capacidade de produzir pesquisas e análises em linguagem acessível possibilita a construção de uma vasta e premiada bibliografia que transita entre áreas distintas do conhecimento como história, ciênciassociais, artes, literatura. Autora de mais de uma dezena de livros, ganha o Prêmio Jabuti em 1999 na categoria livro do ano de não-ficção com As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um Monarca nos Trópicos (1998), obra que mescla texto biográfico, vasta iconografia do século XIX e análise ensaística sobre a personagem real - e mítica - do imperador Dom Pedro II. Uma década depois, volta a ser premiada com Um enigma chamado Brasil: 29 intérpretes e um país (2009), livro que compila textos de diferentes autores, artistas e intelectuais sobre o pensamento social brasileiro construído durante as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX. Organizado em coautoria com o sociólogo André Botelho, recebe o prêmio Jabuti na categoria ciências sociais no ano de 2010.

Por seu interesse e intensa aproximação com as artes visuais, iniciada pela publicação da biografia do pintor francês Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830), se estabelece também como pesquisadora no campo das Artes, com exposições organizadas no Museu de Belas Artes e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (_Pina), e com publicações como Pérola imperfeita – A história e as histórias na obra de Adriana Varejão (2014). Convidada pelo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), integra a equipe curatorial do museu como curadora adjunta para histórias e narrativas sendo uma das responsáveis pelas exposições Histórias da Infância (2016), Histórias da Sexualidade (2017), Histórias Afro-Atlânticas (2018).

No movimento de aprofundar sua pesquisa acadêmica sobre o tema da escravidão e da liberdade no Brasil, e tornar disponível para o público brasileiro o vasto conhecimento produzido sobre e pelos intelectuais negros e negras do país, organiza e publica em coautoria com o historiador Flávio dos Santos Gomes o Dicionário de escravidão e liberdade (2018). O livro reúne cinquenta textos sobre a história social da escravidão escritos por pensadores, professores e pesquisadores dedicados aos estudos sobre esse importante campo da historiografia brasileira. Em 2021, em coautoria com Flávio dos Santos Gomes e o artista plástico Jaime Lauriano (1985) publica a Enciclopédia Negra: biografias afro-brasileiras, obra que apresenta biografias de mais de quinhentas pessoas negras que, em seu tempo, espaço e área de atuação, foram também responsáveis e protagonistas pela formação do Brasil.

Com uma trajetória definida pela versatilidade de pensamento e profícua produção intelectual, Lilia Schwarcz evidencia com seu trabalho a importância de possibilitar que a história do Brasil seja verdadeiramente conhecida por sua população a partir de um olhar crítico e aprofundado sobre as complexas relações sociais que definem o país.

Obras 8

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Exposições 13

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Fontes de pesquisa 14

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  • ADES, Dawn. Photomontage. London: Thames and Hudson, 1986. 176 p., il. p&b.
  • BALADY, Sônia Umburanas. Valério Vieira: um dos pioneiros da experimentação fotográfica no Brasil. 2012. 197f. Dissertação (Mestrado - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
  • BREUILLE, Jean-Phillippe (concepcion). Dictionaire de la Photo. Paris: Larousse, 1996.
  • FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1991. (Coleção texto & arte, 3).
  • FERRAZ, Solange. O circuito social da fotografia: estudo de caso II. In: FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1998.
  • FREYRE, Gilberto; PONCE DE LEON, Fernando; VASQUEZ, Pedro Karp. O retrato brasileiro: fotografias da Coleção Francisco Rodrigues, 1840-1920. Rio de Janeiro: Funarte. Fundação Joaquim Nabuco, 1983.
  • JÚNIOR, Rubens Fernandes. "Fotografia no Brasil e Modernidade". In: SCHWARTZ, Jorge (org.). Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950. São Paulo: Fundação Armando Álvares Penteado e Cosac & Naify Edições, 2002. 638 p., il. p&b, color.
  • KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.
  • KOSSOY, Boris. Origens e expansão da fotografia no Brasil: século XIX. Prefácio Boris Kossoy. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. 128 p.
  • MEMÓRIA Paulistana: exposição. São Paulo: MIS, 1975.
  • MENDES, Ricardo. "'O Valério cumprimenta-vos': persona e invenção na virada do século." 2006. www.fotoplus.com.
  • MENDES, Ricardo. "Fotografia e Modernismo: um breve ensaio sobre idéias fora do lugar." 25/08/1996. www.fotoplus.com.
  • MENDES, Ricardo. O Valério cumprimenta-vos: persona e invenção na virada do século. 2006, Fotoplus. Disponível em: http://www.fotoplus.com/download/20060500-Valerio%20Vieira-MIS%20SP.pdf. Acesso em: 3 maio 2022.
  • MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de; LEMOS, Carlos A. C. ; AMARAL, Aracy A; BERNARDET, Jean-Claude (orgs.). Retratos quase inocentes. São Paulo: Nobel, 1983.

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