Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Otto Hees

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
04.09.1870 Brasil / Rio de Janeiro / Petrópolis
1941 Brasil / Rio de Janeiro / Petrópolis

Retrato de Elza e Helena de Oliveira Barboza, 1907
Otto Hees
Albúmen e matriz - negativo

BiografiaOtto Friedrich Wilhelm Karl Hees (Petrópolis, RJ, 1870 - idem, 1941). Fotógrafo, funcionário público, militar e político. Filho do fotógrafo alemão Pedro Hees (1841-1880). Inicia seus estudos no Colégio Alemão, em Petrópolis. Ainda criança, aprende fotografia com seu pai, que morre quando Otto tem dez anos. Poucos anos depois, em meados...

Texto

Abrir módulo

Biografia
Otto Friedrich Wilhelm Karl Hees (Petrópolis, RJ, 1870 - idem, 1941). Fotógrafo, funcionário público, militar e político. Filho do fotógrafo alemão Pedro Hees (1841-1880). Inicia seus estudos no Colégio Alemão, em Petrópolis. Ainda criança, aprende fotografia com seu pai, que morre quando Otto tem dez anos. Poucos anos depois, em meados da década de 1880, inicia a carreira de fotógrafo, ainda em Petrópolis. Em outubro de 1889 abre outro estúdio, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Alguns dias antes da Proclamação da República, em novembro de 1889, faz a última fotografia da família imperial antes da deposição e exílio. No início de 1890, associa-se a seu irmão, Numa Hees, mudando o nome da sua empresa para Irmãos Hees. Em 1892, alista-se no exército, seguindo também a carreira militar. Em maio de 1895, torna-se um dos primeiros ciclistas a efetuar o trajeto Petrópolis-Juiz de Fora. É um dos fundadores do Clube Alemão. Nessa década, organiza inúmeras festas, popularizando-se na cidade. Em 1900, candidata-se, simultaneamente, a vereador geral e a juiz de paz em Petrópolis. Em 1901, é empossado como juiz de paz pelo biênio seguinte. Nesse ano, faz fotografias de ladrões para arquivamento da polícia. Possui, então, a patente de tenente.1

Em 1902, trabalha na Sul América Seguros. Em 1903, fotografa o Barão do Rio Branco e outras personalidades logo após assinarem o Tratado de Petrópolis, que incorpora ao Brasil o território correspondente ao Acre. É novamente reeleito juiz de paz para os anos 1904-1905. Em 1910, já major, é eleito vereador por Petrópolis. Nas décadas seguintes, afastado comercialmente da fotografia, exerce os cargos de secretário executivo e delegado de polícia na sua cidade natal.

Comentário crítico
Nas histórias da fotografia brasileira do XIX, Otto Hees tem seu nome invariavelmente vinculado ao de seu pai, o também fotógrafo Pedro Hees. Apesar de ser difícil supor uma sucessão tão contínua quanto se afirma em alguns textos, já que Pedro falece em 1880, quando Otto tem apenas dez anos, é certo o fato de que ele tenha aprendido a técnica com o pai e firmado sua carreira no mesmo círculo social de Petrópolis, cidade em que ambos escolheram viver.

À diferença da produção de Pedro, mais divulgada, pois espalhada em acervos públicos brasileiros, as fotografias de Otto (na maioria retratos) ainda são pouco conhecidas, pois ainda permanecem em coleções privadas. Foi, no entanto, uma única fotografia a responsável por dar fama ao fotógrafo. Justamente em Petrópolis, onde toda a família imperial passava suas férias de verão e fins de semana, o jovem, então com 19 anos, produz a última imagem dos monarcas e seus descendentes antes que fossem exilados, em decorrência da Proclamação da República, em fins de 1889.

Todos preparados, olham fixamente para a câmera, com exceção do conde d'Eu, marido da princesa Isabel, que de praxe deixava-se captar altivo, olhando sempre para o horizonte. A fotografia, um retrato diurno e externo, sai das convenções mais comuns das imagens familiares do período, feitas dentro de estúdios, e reforça a hipótese de que Otto teria sido chamado pela família que, naquele momento, já desconfiava da sua deposição.

Se não é exatamente pela qualidade técnica ou estética que a imagem se destaca, é ao menos pelo registro certeiro e de caráter documental, que significa para a posteridade o fim de uma era e o começo de outra.

Nota
1A hierarquia do exército, em ordem crescente, é a seguinte: soldado, cabo, 3º sargento, 2º sargento, 1º sargento, subtenente, 2º tenente, 1º tenente, capitão, major, tenente-coronel, coronel, general e marechal (em tempos de guerra).

Obras 9

Abrir módulo

Exposições 7

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 26

Abrir módulo
  • FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1991. (Coleção texto & arte, 3).
  • FERREZ, Gilberto. A fotografia no Brasil: 1840- 1900. Prefácio Pedro Karp Vasquez. 2. ed. Rio de Janeiro: Funarte, 1985. 248 p. (História da fotografia no Brasil, 1).
  • FERREZ, Gilberto; NAEF, Weston J. Pioneer photographers of Brazil: 1840 - 1920. New York: The Center for Inter-American Relations, 1976.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 11 set. 1897, p. 1.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 12 jan. 1901.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 13 nov. 1900, p. 3.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 14 mar. 1896, p. 1.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 14 nov. 1901, p. 1.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 18 ago. 1892, p. 2.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 2 mar. 1901, p. 1.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 20 fev. 1902, p. 3.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 25 mai. 1895, p. 1.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 29 jan. 1898, p. 2.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 5 set. 1901, p. 3.
  • GAZETA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 9 nov. 1892.
  • KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.
  • KOSSOY, Boris. Origens e expansão da fotografia no Brasil: século XIX. Prefácio Boris Kossoy. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. 128 p.
  • LAGO, Bia Corrêa do; LAGO, Pedro Corrêa do. Os fotógrafos do Império: a fotografia brasileira no século XIX. Tradução Lúcia Jahn. Rio de Janeiro: Capivara, 2005.
  • LAGO, Pedro Corrêa do; LAGO, Bia Corrêa do. Coleção Princesa Isabel: fotografia do século XIX. Rio de Janeiro: Capivara, 2008.
  • O MERCANTIL. Rio de Janeiro, 20 nov. 1889, p. 2.
  • O MERCANTIL. Rio de Janeiro, 5 fev. 1890, p. 3.
  • O PAÍZ. Rio de Janeiro, 11 jan. 1910, p. 1.
  • O PHAROL. Rio de Janeiro, 13 out. 1889.
  • TURAZZI, Maria Inez. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do espetáculo: 1839/1889. Rio de Janeiro: Funarte. Rocco, 1995. 309 p. (Coleção Luz & Reflexão, 4).
  • VASQUEZ, Pedro Karp. Dom Pedro II e a fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho: Companhia Internacional de Seguros: Ed. Index, 1985.
  • VASQUEZ, Pedro Karp. Fotógrafos Alemães no Brasil do Século XIX: Deutsche Fotografen des 19. Jahrhunderts in Brasilien. São Paulo: Metalivros, 2000.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: