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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Débora Duboc

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 08.11.2014
04.05.1965 Brasil / São Paulo / Ribeirão Preto
Registro fotográfico Ary Brandi

Débora Duboc (Rainha) em cena de Ricardo II, 1992
Ary Brandi, Débora Duboc
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Débora Duboc (Ribeirão Preto SP 1965). Atriz. Intérprete que desponta nos anos 90, ligada ao grupo Razões Inversas, uma das diletas atrizes do diretor Marcio Aurelio.

Texto

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Biografia

Débora Duboc (Ribeirão Preto SP 1965). Atriz. Intérprete que desponta nos anos 90, ligada ao grupo Razões Inversas, uma das diletas atrizes do diretor Marcio Aurelio.

Trabalha em teatro amador em Ribeirão Preto, de 1980 a 1988, com o grupo Agnosart. Forma-se como atriz na Universidade de Campinas, Unicamp, em 1991. Sua estréia profissional ocorre em Há um Trem dentro da Noite, criação coletiva a partir de Tambores da Noite, de Bertolt Brecht, coordenada por Marcio Aurelio, dentro da universidade em 1990, e apresentada em São Paulo em 1991.

Incorpora-se ao grupo Razões Inversas, na montagem de Ricardo II, de William Shakespeare, onde merece aplausos por parte da crítica: "Débora, no papel da Rainha, é hilariante nas cenas mudas, construindo, com recursos fáceis mas operados em tempos justíssimos, o patético retrato dos que desempenham na vida, papéis equivocados. Esta atriz, bela e talentosa, é responsável pelos melhores momentos do espetáculo".1

A Bilha Quebrada, um clássico do alemão Kleist, oferece à artista nova oportunidade de brilhar em cena, em 1993. Peça Coração, de Heiner Müller é a realização de 1994. Em 1995, é dirigida pelo autor e diretor Vladimir Capella, em Píramo e Tisbe, pelo Teatro Popular do Sesi, TPS.

Mas é com Senhorita Else, obscuro texto de Arthur Schniztler que Débora pode explorar múltiplas facetas de seu talento, arrebatando os prêmios Shell, APCA e Apetesp de melhor atriz e empolgando os espectadores. Armindo Blanco, crítico de O Dia, entusiasma-se: "Débora Duboc é uma atriz esplêndida. Agressiva, virulenta, maliciosa, sensual".2

Em 1998 está em O Homem das Galochas, novamente texto e direção de Vladimir Capella, espetáculo que lhe rende o Prêmio APCA de melhor atriz. Em 1999, assume o papel da malvada Natasha, em As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, uma grande produção com Maria Padilha, Júlia Lemmertz e Claudia Abreu, sob a direção de Enrique Diaz. O crítico Macksen Luis, do Jornal do Brasil é categórico: "Débora Duboc compõe com sinais exteriores de vulgaridade uma Natacha estrepitosa".3

Sua veia cômica é explorada em A Arte da Comédia, de Eduardo De Filippo, bem-sucedida montagem de Marcio Aurelio, também de 1998, ainda pelo Razões Inversas.

Entra em cena em 2000, nos últimos meses de gravidez, num projeto próprio: o espetáculo O Espírito da Terra, um musical em que canta e dramatiza textos e canções de Frank Wedekind, novamente com direção de Marcio Aurelio.

Em 2001, faz Pedro Mico, de Antonio Callado (1917 - 1997), direção de Débora Dubois, curadoria de Gianni Ratto para o projeto Formação de Público. Em 2002, a atriz, juntamente com Renato Borghi, Luah Guimarães e Élcio Nogueira, está à frente de um grande empreendimento: reunir quinze textos de novos dramaturgos, prestigiado projeto intitulado Mostra de Dramaturgia Contemporânea, apresentada no TPS.

Em cinema, atua nos longas-metragens Através da Janela, de Tata Amaral, 2000; Memórias Póstumas, de André Klotzel, e protagoniza Latitude Zero, de Toni Venturi, ambos de 2001. Com Latitude Zero recebe dois prêmios internacionais na categoria melhor atriz: o Lente de Cristal no 5º Brazilian Film Festival of Miami e no 36º Festival Internacional de Kiev.

O crítico Jefferson Del Rios faz uma síntese do trabalho da intérprete: "Débora Duboc tem o privilégio do talento e o mérito da boa formação profissional na Universidade de Campinas. Faz parte de uma geração culta que trouxe ao teatro, sobretudo o paulistano, informações e propostas novas em termos de estética e literatura, e os coloca em prática. Basta citar sua presença na Cia Razões Inversas, que nasceu na Unicamp sob orientação do diretor Márcio Aurélio, a criação do próprio grupo, o Olhar Imaginário e, recentemente, as atividades que desenvolveu como curadora e atriz da Mostra de Dramaturgia Contemporânea, patrocinado pelo Sesi. São estes atributos intelectuais que a habilitam, por exemplo, a representar Srta Else, de Arthur Schniztler com evidente conhecimento intrínseco do texto. Sempre que esta capacidade se manifesta, a ação teatral só tem a ganhar em termos de densidade, o que é bastante evidente nos seus desempenhos. Mas, talvez quase tudo fosse em vão se não houvesse o imponderável do talento. Débora Duboc tem uma energia que se expande no palco através da voz poderosa e o olhar luminoso, ao qual um ligeiro estrabismo empresta um encanto que já se notou em Lucélia Santos e Sandra Bréa. Esta beleza cênica, e o seu avesso, a capacidade de se desfazer de seduções em papéis em que aparece como uma mulher maltratada, criam sua magia e o seu mistério como atriz".4

Notas

1. PEREIRA, Maria Lúcia. Momento do País respinga em Shakespeare. São Paulo, O Estado de S. Paulo, 06 ago. 1992.

2. BLANCO, Armindo. Multimídia fora de lugar. O Dia, Rio de Janeiro, 20 jun. 1998.

3. LUIZ, Macksen. Tchecov numa encenação radicalmente lúdica. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 jan. 1999.

4. RIOS, Jefferson Del Rios. Parecer sobre Débora Duboc, elaborado especialmente para a Enciclopédia. São Paulo, 08 de junho de 2004.

Obras 1

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Espetáculos 58

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Fontes de pesquisa 8

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  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011. Não catalogado
  • O HOMEM, a Besta e a Virtude. São Paulo: [s.l.], 2007. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Sérgio Cardoso. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - O Homem das Galochas 1997. Não catalogado
  • Programa do espetáculo - Espírito da Terra, 2000. Não catalogado
  • RAZÕES Inversas. Disponível em: [http://www.razoesinversas.com.br]. Acesso em: 05/05/2007.
  • ROCHA, Daniel. Festivais convidam 'Srta. Else'. Folha de S.Paulo, São Paulo, 15 jul. 1997. Ilustrada, p. E1.
  • ROCHA, Daniel. Peça reestréia hoje no Goethe. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 set. 1995. Ilustrada, p. 4-5.
  • SOUZA, Ricardo de. 'Srta. Else' expõe limite psicológico. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 12 set. 1997. Caderno 2, p. 3.

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