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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Cristovão Tezza

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.11.2023
21.08.1952 Brasil / Santa Catarina / Lages
Cristovão Tezza (Lages, Santa Catarina, 1952). Romancista, contista e professor. Sua obra se destaca pela presença de narradores de natureza predominantemente confessional. A esse tom confessional somam-se elementos de caráter biográfico. Ambas as instâncias, no entanto, distinguem-se no texto por meio da construção da linguagem, resultando em u...

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Cristovão Tezza (Lages, Santa Catarina, 1952). Romancista, contista e professor. Sua obra se destaca pela presença de narradores de natureza predominantemente confessional. A esse tom confessional somam-se elementos de caráter biográfico. Ambas as instâncias, no entanto, distinguem-se no texto por meio da construção da linguagem, resultando em um distanciamento estrutural entre as vozes do narrador e do autor.

Muda-se para Curitiba aos 11 anos de idade. Seus primeiros contatos com a arte se dão na adolescência por meio, sobretudo, do teatro: em 1968 passa a integrar o Centro Capela de Artes Populares (Cecap), dirigido pelo escritor e dramaturgo Wilson Rio Apa (1925-2016), no qual permanece até 1977. Rompendo com elementos tradicionais do teatro, o grupo apresenta-se em locais públicos de Curitiba, dialogando, à sua maneira, com as culturas hippie, beatnik e com as artes de vanguarda dos anos 1960. Ainda na adolescência, Tezza participa da primeira peça da dramaturga Denise Stoklos (1950), além de outras montagens teatrais. 

Em 1984 muda-se para Florianópolis e dá aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em 1986, volta a Curitiba, e leciona na Universidade Federal do Paraná (UFPR) até 2009. 

Em 1988 publica seu primeiro livro de ficção, Trapo (1988). Nessa obra, que o torna reconhecido nacionalmente, observa-se elementos recorrentes em diversos trabalhos, como o narrador que se constitui como fio condutor de diferentes e intrincados enredos.

Em O Fotógrafo (2004), romance situado em Curitiba, é evidente a opção por uma linguagem enxuta, de vocabulário econômico, o que se contrapõe ao conteúdo emotivo das confissões e elucubrações feitas pelas personagens. Tal contenção linguística funciona como recurso narrativo que equaliza o teor puramente emocional que pode emergir do romance. A obra recebe em 2005 o prêmio de melhor romance do ano da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Bravo! de melhor obra.

As relações entre literatura e biografia ganham maior dimensão em O Filho Eterno (2007), romance que trata dos sentimentos de um pai diante do nascimento do filho, portador de síndrome de Down, em que fatos de sua vida são relatados na narrativa. No entanto, a sintaxe precisa e compacta transforma a vida real em literatura, ainda que o veio autobiográfico esteja presente no livro. O Filho Eterno, traduzida para diversos idiomas, é certamente uma das obras mais premiadas de Tezza: em 2008 vence os prêmios Jabuti, Portugal Telecom, atual Oceanos, entre outros. 

Sobre a linha tênue que separa biografia e ficção, o próprio autor evidencia o caráter ambíguo dessa relação na epígrafe de O Filho Eterno, retirada do escritor austríaco Thomas Bernhard (1931-1989): "Queremos dizer a verdade e, no entanto, não dizemos a verdade. Descrevemos algo buscando fidelidade à verdade e, no entanto, o descrito é outra coisa que não a verdade".

Em 2009 abandona a vida acadêmica para se dedicar exclusivamente à literatura, lançando livros de poemas, romances e ensaios. Entre 2017 e 2019, Tezza assina uma coluna quinzenal no jornal Folha de S.Paulo. Em 2020 lança o A Tensão Superficial do Tempo, narrativa que gira em torno de um professor de química que pirateia filmes e sofre com o fim de um relacionamento. A obra tem como pano de fundo a situação política do Brasil e reflete questões da época.

Cristovão Tezza coleciona vasta produção literária e obras premiadas. O tom confessional de sua narrativa, tendo o narrador como fio condutor, a linguagem compacta e o engajamento em questões sociais de sua época marcam suas obras e o tornam reconhecido pela crítica e pelo público.

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