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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

João Falcão

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 17.06.2016
20.09.1958 Brasil / Pernambuco / Recife
João Barreto Falcão Neto (Recife PE 1958). Autor e diretor. Como autor, cria diálogos vivos, construindo um jogo lúdico de palavras e idéias a partir de situações simples. Como diretor, valoriza a expressão teatral do ator em marcações ágeis, sem assumir um ponto de vista sobre a história.

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Biografia
João Barreto Falcão Neto (Recife PE 1958). Autor e diretor. Como autor, cria diálogos vivos, construindo um jogo lúdico de palavras e idéias a partir de situações simples. Como diretor, valoriza a expressão teatral do ator em marcações ágeis, sem assumir um ponto de vista sobre a história.

Depois de iniciar a carreira no Recife, onde escreve e dirige, entre outros, Xilique Peba Piriquito Xique, 1982, e Um Pequenino Grão de Areia, 1983, vai para o Rio de Janeiro na década de 90 e estréia com o musical infantil A Ver Estrelas, em que mistura uma estrutura fabular tradicional - um menino sai pelo mundo em busca de uma personagem misteriosa - a um nonsense bem-humorado. A crítica Lúcia Cerrone comenta: "A Ver Estrelas, de João Falcão, é um desses casos raros, onde o texto, de assustador palavrório, se converte, pela direção do autor, aliada à eficiência do elenco e demais elementos de apoio técnico, num dos mais brilhantes espetáculos da temporada. [...] é um espetáculo de impacto que se diferencia dos demais por levar ao público o exercício do pensamento [...]".1

No ano seguinte, João Falcão adapta e dirige O Burguês Fidalgo, de Molière - rebatizado para O Burguês Ridículo e protagonizado por Marco Nanini - em parceria com Guel Arraes. Com referências ao teatro popular, os diretores, mantendo a estrutura dramatúrgica original, fazem modificações no texto, incluindo cenas de outras peças do autor e de um prólogo em que Molière tenta imaginar um final para a peça que escreve. O crítico Macksen Luiz considera que a adaptação colabora para a comunicabilidade do espetáculo, dando-lhe humor e ingenuidade, embora os diretores, evitando o olhar crítico sobre os costumes e comportamentos, esvaziem o aspecto ácido do texto em prol de "um efeito nivelador no plano formal".2

Seguem-se duas montagens de textos de sua autoria que lhe valem dois prêmios consecutivos como autor: A Dona da História, com Marieta Severo e Andréa Beltrão, 1998, que recebe o Prêmio Shell, e Uma Noite na Lua, monólogo com Marco Nanini, 1999, que permanece três anos em cartaz e ganha o Prêmio Sharp de melhor espetáculo. Em ambas as peças, existe apenas uma personagem. Na primeira, a personagem se divide em duas - uma mulher aos 50 anos e aos 20 anos, estabelecendo um diálogo entre o passado e sua projeção de futuro e entre o presente e sua memória. Na segunda, um homem expõe o fluxo de seu pensamento. Nas duas peças, a história das personagens é um pretexto para o jogo narrativo. Novamente, segundo o crítico Macksen Luiz: "É na simplicidade com que se apropria de um jogo narrativo engenhoso, e na forma poética como despeja a carga amorosa sobre o vaivém daquilo que conta, que o texto de João Falcão provoca um envolvimento quase encantatório, capaz de tirar do derramamento romântico uma seiva que o impregna de realidade".3

Em 2000, estréia A Máquina, história de Adriana Falcão que o diretor adapta para o teatro. A crítica Mariangela Alves de Lima aponta algumas características da montagem: "No espetáculo adaptado e dirigido por João Falcão a marca de origem do herói é atenuada a amplitude mítica reforçada por recursos do espetáculo. Antônio tem o sotaque nordestino, mas multiplicou-se como um nordestino claramente alegórico. Vários atores representam o protagonista, diversificando a visualização, a tonalidade vocal e dramática do personagem. Há o amoroso, o cômico, o ardiloso, o poeta e cada faceta do personagem encontra um intérprete que o privilegia. Ao mesmo tempo, a formalização espacial do espetáculo situa essas figuras em uma arena com saídas para os quatro pontos cardeais. A sensação de multiplicidade, de que o personagem se expande, ubíqua, por todo o mundo que quer abarcar, se configura sobretudo por meio dessa representação espacial".4

Em 2001, encena Cambaio, escrito em parceria com Adriana Falcão, espetáculo com músicas de Chico Buarque, e direção musical de Lenine. Em 2002, dirige outro texto de sua autoria, Mamãe Não Pode Saber, que conta com Drica Moraes no elenco. Em todos esses espetáculos, o diretor valoriza a teatralidade em uma linguagem baseada no ritmo, na agilidade física e no jogo coletivo dos atores.

Notas
1. CERRONE, Lúcia. Viagem que deu certo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 09 set. 1995.

2. LUIZ, Macksen. Um Molière alegre, divertido e popular. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 19 ago. 1996.

3. LUIZ, Macksen. Envolvente experiência sobre o pensar. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 01 dez. 1998.

4. LIMA, Mariangela Alves. Dinamismo de Á Maquina é sedutor. O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 3 de novembro de 2000.

Espetáculos 51

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Fontes de pesquisa 5

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  • FALCÃO, João. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.
  • LUIZ, Macksen. Montagem acrobática em cenas com visual de impacto. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 11 jul. 2000.
  • LUIZ, Macksen. Sintonia de duas atrizes em um baile de histórias. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17 mar. 1998.
  • Programa do Espetáculo - Cambaio - 2001. Não Catalogado
  • Programa do espetáculo - Divina Elizeth - 2008. Não catalogado

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