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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Beth Moysés

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.10.2023
1960 Brasil / São Paulo / São Paulo
Beth Moysés (São Paulo, São Paulo, 1960). Artista plástica. Utiliza a linguagem performática para propor a reflexão e a discussão sobre a violência doméstica e de gênero para mobilizar a transformação social, evidenciando as questões que permeiam a condição da mulher na sociedade patriarcal.

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Beth Moysés (São Paulo, São Paulo, 1960). Artista plástica. Utiliza a linguagem performática para propor a reflexão e a discussão sobre a violência doméstica e de gênero para mobilizar a transformação social, evidenciando as questões que permeiam a condição da mulher na sociedade patriarcal.

Graduada em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e com mestrado em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sua produção em pintura, iniciada em 1995, incorpora retalhos de tecidos e outros objetos brancos, que remetem alegoricamente à construção sociocultural da feminilidade e da identidade feminina. A artista utiliza o vestido de noiva como instrumento para investigar as articulações simbólicas das relações afetivas, amorosas e domésticas. Na instalação Forro de Sonhos Pálidos (1996), recobre toda a extensão do teto da Capela do Morumbi, em São Paulo, com uma grande quantidade de vestidos de noiva esticados e entrelaçados.

A performance Memórias do afeto (2000), é realizada em 25 de novembro, no Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher. A obra consiste em um manifesto que reúne 150 mulheres voluntárias vestidas de noiva. As participantes seguem em cortejo e caminham ao longo da avenida Paulista, em São Paulo, despetalando rosas do buquê que trazem nas mãos. Para finalizar a ação, os galhos com espinhos são enterrados em praça pública. O trabalho se desdobra em outras performances encenadas com a participação de muitas mulheres, que se mobilizam e se dispõe a realizar as ações em vias públicas.

Diluídas em água é uma performance encenada nas cidades espanholas de Zaragoza (2008) e Salamanca (2009), em São Paulo (2011 e 2015) e Panamá (2013 e 2016). A obra reúne quarenta mulheres, vinte delas provenientes de abrigos para vítimas de violência doméstica que recebem da artista vestidos brancos sobre os quais são incentivadas a escrever, no avesso da roupa, em vermelho, um curto relato dos abusos que sofreram. As outras vinte participantes vestem os trajes com os escritos e caminham, com um pedaço de sabão nas mãos, até o local onde a ação se encerra. O ato final da performance se realiza com a retirada das vestimentas e a lavagem das roupas em bacias de água.

Na obra Removing pain (2010), a artista reúne vinte mulheres vestidas de branco que aplicam maquiagem em seus rostos, representando os hematomas e as marcas da violência sofrida. Elas caminham até um lugar pré-determinado, se colocam em círculo e começam a limpar os rostos uma das outras. Ao final, todas jogam um punhado de arroz para o alto.

Nas proposições de Beth Moysés, a experiência estética se dá por meio da mobilização social coletiva. As ações ritualizam a expiação dos reveses e abusos praticados contra as mulheres.

 

Exposições 46

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