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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Giba Assis Brasil

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.01.2020
05.04.1957 Brasil / Rio Grande do Sul / Porto Alegre
Gilberto José Pires de Assis Brasil (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1957). Roteirista, diretor, montador e professor universitário. Forma-se em jornalismo pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1980. O interesse pelo cinema manifesta-se duarnte a faculdade, quando acompanha as at...

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Gilberto José Pires de Assis Brasil (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1957). Roteirista, diretor, montador e professor universitário. Forma-se em jornalismo pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1980. O interesse pelo cinema manifesta-se duarnte a faculdade, quando acompanha as atividades do Grupo de Cinema Humberto Mauro, no Clube de Cultura de Porto Alegre.

Integra o grupo de jovens cineastas gaúchos que, no final dos anos 1970, destaca-se pelas produções em formato Super-8. Ao lado de Nelson Nadotti (1959), filma o primeiro longa-metragem desse movimento, Deu pra Ti Anos 70 (1981), premiado no Festival de Gramado do ano seguinte. Em 1983, realiza dois curtas-metragens Expedicion Loch Nessi e Interlúdio. Em parceria com Carlos Gerbase (1959), dirige o longa Verdes Anos (1984), baseado no conto homônimo conto de Luiz Fernando Emediato (1951).

Entre 1982 e 1988, trabalha como assistente de direção para cineastas gaúchos. Em 1987, participa da criação da produtora Casa de Cinema de Porto Alegre da qual se torna o principal montador. Como outros participantes dessa produtora, Giba Assis Brasil realiza trabalhos para a televisão, redigindo roteiros de séries e minisséries, entre elas Anchietanos (1997) e Luna Caliente (1999), ambas para a TV Globo. 

Milita nas principais entidades de classe do estado – Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos/RS, Associação Brasileira de Documentaristas/RS e Fundação Cinema/RS. De 1984 a 2004 exerce atua como docente na UFRGS e, posteriormente, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Escreve periodicamente para um blog no site da Casa de Cinema de Porto Alegre, além de publicar artigos sobre cinema em livros e revistas.

Análise

A carreira de Giba Assis Brasil no cinema inicia-se entre os anos 1970 e 1980, com a participação no grupo de jovens cineastas gaúchos que se destacam pela produção em Super-8. Essa geração é relevante pela diversidade de seus trabalhos e pela formação de público e quadros técnicos que, nos anos seguintes, luta pela manutenção de um polo cinematográfico no Rio Grande do Sul.

Além de curtas, dirige dois longas-metragens expressivos para a história do cinema gaúcho, sobretudo por romper com os conceitos rurais e regionalistas até então dominantes. 

Deu pra Ti Anos 70 (1981) é dirigido em parceria com Nelson Nadotti e torna-se referência dos Super-8 gaúchos. É elogiado por diferentes críticos pela forma como aborda as experiências juvenis, na cidade de Porto Alegre, durante o regime civil-militar (1964-1985), sem dogmatismos. Verdes Anos (1984), codirigido por Carlos Gerbase (1959), representa um novo momento de sua geração que, profissionalizada, empenha-se na realização de filmes com maior apelo comercial. O crítico Luiz Carlos Merten (1945), aponta que o filme tem significativa repercussão de público e crítica, apesar de não provocar uma reflexão mais profunda sobre esse universo juvenil.

Com a criação da Casa de Cinema de Porto Alegre, em 1987, Giba Assis Brasil dedica-se à montagem de filmes e à elaboração de roteiros. Ganha vários prêmios nacionais e internacionais, sobretudo pela montagem dos filmes de Jorge Furtado (1959), parceiro também em trabalhos para televisão. Da militância em entidades de classe, acumula experiência em políticas de financiamento, inclusive junto ao Estado, fora do eixo Rio-São Paulo.

Sua filmografia é representativa do cinema produzido por jovens que, em poucos anos, passam do cinema amador ao profissional. Isso se deve à capacidade criativa e tenacidade em fazer filmes na contramão de tendências e de adversidades econômicas. 

Espetáculos 1

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Fontes de pesquisa 11

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  • ASSIS BRASIL, Giba. Autores, cenas, espaços. In: GUTFREIND, Cristiane Freitas, GERBASE, Carlos (Orgs.). Cinema gaúcho: diversidades e inovações. Porto Alegre: Sulinas, 2009. (Série Imagem - Tempo). p. 93-107.
  • ASSIS BRASIL, Giba. Hora de repensar. Cisco, São Bernardo do Campo, v. 1, n. 3, p. 24-26, abr. 1986.
  • ASSIS BRASIL, Giba. Receita de politica cultural. Sinopse: revista de cinema, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 20-22, fev. 2001.
  • BECKER, Tuio (Coord). Cinema no Rio Grande do Sul. Texto Fatimarlei Lunardelli et al. Porto Alegre: Unidade Editorial, 1995. 136 p. il. (Cadernos Porto & Vírgula, 8.).
  • CASA de Cinema de Porto Alegre. Site. Porto Alegre. Disponível em: http://www.casacinepoa.com.br/. Acesso em: 10 maio 2013
  • CISCO. No RS está formada a mais nova geração de cineastas. Cisco, São Bernardo do Campo, v. 1, n. 2, p. 14-7, dez. 1985/jan. 1986.
  • HAUSSEN, Luciane Fagundes. Deu pra ti, anos 70 e a festa nunca termina (24 hour party people) : juventude, cultura e representação do social no cinema. In: GUTFREIND, Cristiane Freitas, GERBASE, Carlos (Orgs). Cinema gaúcho: diversidades e inovações. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 65-81. (Imagem-Tempo.).
  • MERTEN, Luiz Carlos. A aventura do cinema gaúcho. São Leopoldo: Unisinos. 112 p. (Aldus, 3).
  • PRADO, Milton do. Uma viagem pessoal pelo trabalho de Giba Assis Brasil: dez cenas sobre o trabalho do montador gaúcho, a partir da experiência de ter trabalhado com ele, ou de simplesmente ver seus filmes. Teorema: crítica de cinema, Porto Alegre, n. 11, p. 29-33, set. 2007.
  • SOUZA, Fabiano de. Guris em close-up. Teorema: crítica de cinema, Porto Alegre, n. 1, p. 17-20, ago. 2002.
  • TEOREMA: crítica de cinema. Por um cinema humanista: entrevista Giba Assis Brasil. Teorema: crítica de cinema, Porto Alegre, n. 11, p. 20-28, set. 2007.

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