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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Jean-Claude Bernardet

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.01.2020
08.1936 Europa / Bélgica / a definir / Charleroi
Jean-Claude Georges René Bernardet (Charleroi, Bélgica, 1936). Romancista, crítico de cinema, roteirista e cineasta. Vive em Paris até a adolescência, quando seu pai, pertencente à Resistência Francesa na Segunda Guerra Mundial, desiludido com o resultado das eleições de 1948, muda-se com a família para o Brasil e passa a residir na cidade de Sã...

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Biografia

Jean-Claude Georges René Bernardet (Charleroi, Bélgica, 1936). Romancista, crítico de cinema, roteirista e cineasta. Vive em Paris até a adolescência, quando seu pai, pertencente à Resistência Francesa na Segunda Guerra Mundial, desiludido com o resultado das eleições de 1948, muda-se com a família para o Brasil e passa a residir na cidade de São Paulo em 1949. Bernardet forma-se em artes gráficas no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Ainda jovem, se interessa por cinema e frequenta cineclubes, nos quais chega a assistir a três filmes por dia. No fim da década de 1950, conhece o crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes (1916 - 1977), que se torna importante em sua formação. Bernardet é convidado pelo crítico a escrever resenhas de filmes para o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo. Naturaliza-se brasileiro em 1964. No ano seguinte funda, também com Salles Gomes, o jornalista Pompeu de Souza (1914 - 1991) e o cineasta Nelson Pereira dos Santos (1928), o primeiro curso universitário de cinema no Brasil, na Universidade de Brasília (UnB), que é fechado pelo governo militar no fim de 1965. Interlocutor dos cineastas da geração do cinema novo, especialmente Glauber Rocha (1938 - 1981), Bernardet lança seu primeiro livro de crítica cinematográfica, Brasil em Tempo de Cinema, em 1967. Nesse ano colabora com o cineasta Luís Sérgio Person (1936 - 1976), redigindo o roteiro para o filme O Caso dos Irmãos Naves. Um ano depois, em 1968, começa a lecionar na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), pela qual se aposenta, em 2004. Na década de 1970, parte para um exílio em Paris, e estuda na École des Hautes Études en Sciences Sociales [Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais]. Torna-se importante crítico de cinema do Brasil, escreve obras como Cineastas e Imagens do Povo, em 1985, e Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro, em 1995, e sua estreia como romancista ocorre com o livro Aquele Rapaz, em 1990. Escreve também A Doença, uma Experiência, livro parcialmente ficcional em que relata sua vivência como portador do vírus da aids, lançado em 1996, após dois livros em colaboração com o crítico e professor Teixeira Coelho (1944), Os Histéricos e Céus Derretidos. No mesmo ano, dirige São Paulo - Sinfonia & Cacofonia e recebe o prêmio de melhor curta no festival de Montevidéo. Participa da chamada "retomada" do cinema brasileiro, sobretudo ao ser o corroteirista de Um Céu de Estrelas, de 1995, e Através da Janela, 1999, filmes da diretora Tata Amaral (1961). Recebe homenagem por seus 70 anos, reunida no livro Jean-Claude Bernardet, uma Homenagem, lançado em 2007.

Análise

A obra de Jean-Claude Bernardet, multifacetada, desdobra-se em ensaios críticos, prosa ficcional, roteiros e direção de cinema. Sua produção, tanto crítica quanto artística, é permeada pelas relações entre arte e sociedade, entre estética e política.

No que concerne à obra ensaística, dedicada em sua maior parte à crítica de cinema, percebe-se o constante estabelecimento de analogias entre as estruturas fílmicas e as sociais. Assim, Bernardet analisa momentos importantes do cinema brasileiro, como o cinema novo e o cinema marginal, procurando compreender e evidenciar os laços entre as formas artísticas e as condições materiais nas quais estão inseridas. Procura elaborar uma crítica de intervenção, por meio da qual o intelectual se insere, através do debate público, na sociedade em que as obras estão sendo produzidas.

Sua obra literária caracteriza-se pelo trânsito entre relato e ficção, entre memória pessoal e transfiguração estética dos acontecimentos vividos. No entanto, a dimensão autobiográfica dos romances não limita seu teor crítico sobre a sociedade, uma vez que os nexos entre as trajetórias do indivíduo e da história se fazem presentes, sobretudo em seu primeiro romance, Aquele Rapaz (1990).

Embora tenha se dedicado mais ao cinema, os romances de Bernardet, bem como sua produção crítica sobre outras artes, como o teatro, evidenciam sua luta contra a especialização excessiva, assim como sua procura por uma ampla compreensão dos fenômenos estéticos e culturais.

Espetáculos 3

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Exposições 3

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Fontes de pesquisa 2

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  • Programa da Leitura Dramática - A Procura de Emprego, 2011. Não Catalogado
  • Programa do Espetáculo - Um Céu de Estrelas - 1996. Não Catalogado

Como citar

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