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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Fernanda Takai

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 14.06.2016
25.08.1971
Fernanda Barbosa Takai (Serra do Navio, Amapá, 1971). Cantora, instrumentista, compositora e escritora. Na infância muda várias vezes até fixar residência em Belo Horizonte. Aos nove anos inicia aulas de violão e aos 12 compõe suas primeiras músicas. Dois anos depois, integra uma banda em que toca violão, guitarra e baixo e, posteriormente, assu...

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Biografia
Fernanda Barbosa Takai (Serra do Navio, Amapá, 1971). Cantora, instrumentista, compositora e escritora. Na infância muda várias vezes até fixar residência em Belo Horizonte. Aos nove anos inicia aulas de violão e aos 12 compõe suas primeiras músicas. Dois anos depois, integra uma banda em que toca violão, guitarra e baixo e, posteriormente, assume o vocal.

Entre 1988 e 1992, Takai faz parte das bandas Data Vênia, Fernanda e 3 do Povo e Sustados por 1 Gesto, que muda seu nome para Pato Fu. Banda formada por Fernanda Takai, John Ulhoa, Ricardo Koctus, Xande Tamietti e Lulu Camargo.

Com o Pato Fu (1992) grava oito discos autorais e três coletâneas. Produzem cinco DVDs de clipes, registros e making offs. Cada álbum autoral da banda, exceto Gol de Quem? e Toda Cura para Todo Mal, traz pelo menos uma composição de Takai ou em parceria. Em 2001, a repercussão de seu trabalho no Pato Fu lhe rende uma posição na lista das dez melhores cantoras do mundo da revista americana Time.

Em 2007, inicia carreira solo. Onde Brilhem os Olhos Teus surge do convite de Nelson Motta para realizar um projeto em homenagem à Nara Leão, com releituras do repertório da cantora. Esse álbum recebe o prêmio de melhor disco de MPB do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). O CD e o DVD Luz Negra (2009) resultam da gravação de um show com o repertório da homenagem acrescido de 5 Discos, música composta em parceria com John Ulhoa, e de canções de artistas de sua predileção, como Eurythmics (1985) e Duran Duran (1993). Luz Negra ganha como melhor DVD no 21º Prêmio da Música Brasileira, em 2010.

Fernanda Takai é apontada pela crítica como uma das cantoras de música popular brasileira mais talentosas de sua geração. O reconhecimento lhe rende prêmios, parcerias e participações em shows e discos de nomes conhecidos da MPB, como João Donato, Tom Zé, Roberto Menescal e Lô Borges. Também grava participação com a banda portuguesa Clã, e o disco Maki Takai No Jetlag (2009), com a cantora japonesa Maki Nomia, ex-Pizzicato Five.

Entre 2005 e 2011, colabora como colunista semanal de O Estado de Minas e do Correio Brasiliense. Os dois livros publicados, Nunca Subestime uma Mulherzinha (2007) e A Mulher que Não Queria Acreditar (2011), contêm seleções das crônicas e contos publicados na sua coluna.

Análise da Trajetória
Fernanda Takai se destaca no cenário musical dos anos 1990 como vocalista da banda mineira Pato Fu. O primeiro disco da banda, Rotomusic de Liquidificapum (1993), aposta na experimentação eletrônica e em letras irreverentes e divertidas que recorrem a temas de desenhos animados, citações musicais e paródias de sucessos do cancioneiro rock e pop. A partir do segundo disco, Gol de Quem? (1995), o grupo caminha na direção de uma sonoridade que mescla rock e pop melódico. São comparados aos antecessores Os Mutantes, de quem regravam Ando Meio Desligado, com Fernanda Takai no vocal.

Takai toca instrumentos variados e sua voz delicada atua como contraponto à estética sonora experimental do estilo Pato Fu. Nos primeiros shows da banda, a cantora assume um personagem moleque, observável no uso de tênis, bonés, camisas de times de futebol e nos trejeitos da performance no palco. Em Onde Brilhem os Olhos Teus (2007), Takai mostra-se herdeira do estilo de interpretação da bossa nova e de conceitos tropicalistas ao recriar o repertório de Nara Leão com suas referências pop. Já no CD e DVD Luz Negra (2009), registros do show do disco Onde Brilhem os Olhos Teus, privilegia seu lado intérprete. A opção pelo canto e gestual intimistas é notada em músicas como Insensatez (Tom Jobim, Vinícius de Moraes). Essa postura cede lugar a momentos descontraídos de interações bem humoradas com o público e ao ensaio de passos de dança em Com Açúcar, com Afeto (Chico Buarque). Sua performance é ambientada em um cenário de formas simples, em que um painel com círculos brancos justapostos muda de cor por meio de jogos de luzes de alto contraste. Esse estilo visual é salientado pela opção do preto e branco na gravação de alguns números musicais, que remete aos filmes noir americanos dos anos 1940.

Em suas composições, Takai investe no formato canção sem abrir mão dos efeitos eletrônicos, e emplaca sucessos como as baladas pop românticas Antes que Seja Tarde e Perdendo Dentes. As letras de suas canções discorrem sobre relacionamentos amorosos sob uma perspectiva confessional. 5 Discos, parceria com John Ulhoa, tematiza o final de um romance (Li 200 livros / 5 discos escute i/ Consultei 1.000 dicionários / Pra saber onde eu errei / Tanto tempo só pensando / Se outra chance eu vou ter). Também versam sobre questões de identidade e subjetividade: é o caso da balada Antes que Seja Tarde, composta na adolescência e adaptada em parceria com John Ulhoa e Tarcisio Moura. Esta canção aborda o sentimento de não pertencimento a um lugar específico, eco da trajetória da cantora, que na infância muda-se constantemente com a família (“olha, não sou daqui / me diga onde estou / não há tempo não há nada / que me faça ser quem sou [...] nunca sei o que se passa / com as manias do lugar / porque sempre parto antes que comece a gostar / de ser igual, qualquer um”).

 

Exposições 2

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