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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Hélio Ziskind

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 23.11.2023
06.09.1955 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico arquivo do artista

Hélio Ziskind, s.d.

Hélio Celso Ziskind (São Paulo SP 1955). Compositor, arranjador, multi-instrumentista, cantor, produtor musical. Começa a ter aulas particulares de violão com cerca de 7 anos. Por volta dos 17, familiarizado com o universo da música popular brasileira, conhece os irmãos Paulo e Luiz Tatit. Com eles funda o grupo Rumo, em 1974, e atua como flauti...

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Biografia

Hélio Celso Ziskind (São Paulo SP 1955). Compositor, arranjador, multi-instrumentista, cantor, produtor musical. Começa a ter aulas particulares de violão com cerca de 7 anos. Por volta dos 17, familiarizado com o universo da música popular brasileira, conhece os irmãos Paulo e Luiz Tatit. Com eles funda o grupo Rumo, em 1974, e atua como flautista, saxofonista, arranjador e, esporadicamente, compositor. No ano seguinte, ingressa no curso de composição da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), e se forma em 1980. Monta o próprio estúdio e começa a compor trilhas e jingles para rádio e televisão em 1983. Também dá aulas de música para crianças e cria, com fins didáticos, suas primeiras canções. Em 1986, produz em fita cassete (mais tarde reeditada em CD) O Som e o Sint, que acompanha o livro O Som e o Sentido, de José Miguel Wisnik. Em 1988, grava com o Rumo o quinto disco do grupo, Quero Passear, dedicado ao público infantil. Nele é incluída sua canção A Noite no Castelo, vencedora do Prêmio Sharp de melhor canção infantil. Participa, em 1993, da concepção e implementação do Laboratório de Linguagens Sonoras do programa de pós-graduação em comunicação e semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), trabalhando com música eletrônica. No período entre 1985 e 1993, compõe para diversos programas da TV Cultura e se torna especialmente conhecido por seu trabalho na grade infantil, com os programas Glub-Glub, Cocoricó, Castelo Rá-Tim-Bum e X-Tudo. Algumas das canções criadas para esses programas são compiladas em seu primeiro disco infantil, Meu Pé Meu Querido Pé (MCD, 1997), vencedor do Prêmio Sharp 1998 de melhor CD infantil e melhor canção infantil para Sono de Gibi. O segundo CD, O Gigante da Floresta: Uma Viagem Musical de Hélio Ziskind, destinado às crianças, lançado em 2000, também pela MCD. No ano seguinte, realiza o projeto Lá Vem Pipoca, do qual resultam um site, uma coleção de discos e diversos shows. Lança o CD Cantigas de Roda (MCD/Lua Discos) em 2004, e volta a se reunir com o Rumo para uma série de shows. Dois anos depois, sai seu quarto CD infantil, Trem Maluco e Outras Cantigas de Roda (MCD). Grava com a cantora Fortuna o CD Na Casa de Ruth (selo Sesc), em 2008, para o qual musica poemas de Ruth Rocha. Lança com o Rumo o CD Sopa Concha (Biscoito Fino) em 2010.

 

Comentário crítico

Hélio Ziskind tem apenas três canções gravadas pelo Rumo: Satélite e Um Beijo (ambas no disco Rumo, de 1981) e Sob o Domínio do Frevo (parceria com Luiz Tatit, gravada no álbum Diletantismo, de 1982). A participação no grupo, no entanto, influencia profundamente sua maneira de compor e arranjar. Desde o início, a banda evita criar ou imitar um estilo específico. Em vez disso, procura encontrar a "essência" de cada composição, para só então elaborar seu arranjo e interpretação. Do mesmo modo, as obras de Ziskind não se vinculam a nenhum movimento ou tendência musical, mas à preocupação em transmitir determinado conteúdo, valendo-se para isso dos mais variados estilos. O canto falado, outra característica do Rumo, também é utilizado em várias composições, como a abertura do programa X-Tudo ou as canções Sono de Gibi e Porque Sim Não É Resposta. Por outro lado, ele critica o aspecto rítmico das composições do grupo, cuja ênfase na melodia entoativa acaba por menosprezar a importância do bit (batida constante). As excessivas e bruscas mudanças de compasso e de andamento nos discos do Rumo (uma clara influência da música de vanguarda do século XX, que apregoa não só o fim do tonalismo, mas também da regularidade rítmica) dificultam uma fruição corporal, não intelectualizada das canções. Nutrindo enorme admiração pelo minimalismo de compositores norte-americanos como Philip Glass e Steve Reich - sobre quem produz uma série de programas na Rádio Cultura FM, em 1985 -, Ziskind procura, em sua carreira solo, reconciliar-se com o bit, compondo jingles e canções em que o pulso constante é bastante evidente.

A preocupação rítmica reflete-se também em sua produção para o público infantil. Ziskind acredita que a maior contribuição que a música pode oferecer às crianças não é seu conteúdo, mas o autoconhecimento que ela promove pelo domínio da voz e da pulsação (capacidade de sentir o bit da música). Daí sua insistência em explorar a diversidade rítmica dos gêneros musicais cultivados no Brasil, sejam eles nacionais ou estrangeiros, em trabalhos como a moda de viola A Metamorfose das Borboletas, a marcha A Janelinha, o Rap do Reciclar, o Rock do Ratinho Escovando os Dentes ou o blues Era um Dia Desses.

Os primeiros trabalhos de Ziskind para o público infantil estão atrelados ao surgimento, na TV brasileira, de uma nova concepção de programa educativo, que deixa de ser uma "aula televisionada" para se tornar um espetáculo que valoriza igualmente a fruição e o aprendizado. Nesse tipo de programa, a trilha musical ganha destaque, estabelecendo um vínculo afetivo entre a criança e o conteúdo trabalhado. É nesse contexto que a canção Hora do Banho ("Tchau preguiça / tchau sujeira / Adeus cheirinho de suor") torna-se um enorme sucesso, transcendendo o programa em que é exibida (Castelo Rá-Tim-Bum) para ser uma canção autônoma, cujo verso mais conhecido, "Meu pé meu querido pé", é o título do primeiro álbum do compositor. Mais tarde, o interesse de Ziskind se volta para as escolas, já que muitos professores, de diversas disciplinas, adotam suas composições como recurso didático, sobretudo no ensino fundamental. É para esse público adulto que ele passa então a compor. De visitas, shows e palestras realizados para educadores de diversos lugares do Brasil, resulta o livro-CD Banho É Bom, editado em 2003 pela Salamandra.

Na TV Cultura, Ziskind cria ainda chamadas institucionais e aberturas de programas voltados não só para o público infantil, mas também para adultos, como Roda Viva, Nossa Língua Portuguesa, Repórter Eco e Opinião Nacional.

Obras 1

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Espetáculos 3

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Exposições 4

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Fontes de pesquisa 4

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  • DICIONARIO Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Helio Ziskind. Disponível em: <www.dicionariompb.com.br/helio-ziskind>. Acesso em: 13 nov. 2010.
  • OLIVEIRA, Laerte Fernandes de. Em um porão em São Paulo: o Lira Paulistana e a produção alternativa. São Paulo: Annablume, 2002.
  • ZISKIND, Helio. Entrevista ao programa Letras e Leituras, da Rádio Eldorado. São Paulo, 18 mar. 2009. Disponível em: <www.letraseleituras.com.br/entrevistas/?a=helio_ziskind>. Acesso em: 20 nov. 2010.
  • ZISKIND, Helio. Entrevista concedida pelo músico ao site Gafieiras. São Paulo, 21 set. 2004. Disponível em: <www.gafieiras.com.br>. Acesso em: 18 nov. 2010.

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