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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Humberto Teixeira

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 01.04.2020
05.01.1915 Brasil / Ceará / Iguatu
1979 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Correio da Manhã/Acervo Arquivo Nacional

Humberto Teixeira, s.d.

Humberto Cavalcanti de Albuquerque Teixeira. (Iguatu CE, 1931 - Rio de Janeiro RJ, 1979). Compositor, advogado, deputado federal. Membro de uma família politicamente influente do sul do Ceará, Humberto Teixeira recebe educação formal e musical desde a infância. Muda-se para Fortaleza para continuar os estudos, onde tem aulas de flauta com o maes...

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Biografia

Humberto Cavalcanti de Albuquerque Teixeira. (Iguatu CE, 1931 - Rio de Janeiro RJ, 1979). Compositor, advogado, deputado federal. Membro de uma família politicamente influente do sul do Ceará, Humberto Teixeira recebe educação formal e musical desde a infância. Muda-se para Fortaleza para continuar os estudos, onde tem aulas de flauta com o maestro Antônio Moreira.

Em 1932, ele segue com um irmão para o Rio de Janeiro para fazer faculdade, formando-se na Faculdade Nacional de Direito. Dois anos depois classifica o samba Meu Pedacinho em um concurso de músicas carnavalescas promovido pela revista O Malho. Em 1942, Lauro Borges e Ademilde Fonseca gravam em um disco de 78 rotações o seu samba Altiva América (parceria com Pijuca) e a marcha Racionamento (com Caio Lemos), ambas com temas relacionados a 2ª Guerra Mundial. Compõe em 1944 o samba fantasia Sinfonia do Café para o espetáculo Muiraquitã. Bem recebida pelo público, a canção é gravada no ano seguinte pelo cantor Déo e o Coro dos Apiacás. Em 1946, Ciro Monteiro grava Deus me Perdoe, parceria de Lauro Maia, com quem Humberto Teixeira compõe ainda diversas canções gravadas por Orlando Silva: Só uma Louca Não Vê, de 1945, e Samba de Roça, de 1945, Mariposa, de 1946, Seu erro não tem perdão e Poema Imortal, de 1947.

Em 1945 Humberto Teixeira conhece o compositor, cantor e acordeonista Luiz Gonzaga, nascido no sertão nordestino, a cerca de 150 km de sua cidade natal. Juntos criam a canção Baião, que anuncia em sua letra e título o nome do novo gênero de canção urbana inspirado na música popular tradicional do interior do Nordeste. A excelente recepção pelo público da primeira gravação, registrada em 1946 pelo quinteto Quatro Ases e um Coringa, abre caminho para Luiz Gonzaga tornar-se o principal intérprete de uma série de canções compostas com Humberto Teixeira, como os baiões Asa Branca, Juazeiro, Respeita Januário, e Paraíba, e os xotes (versão regional do schottish europeu) No Meu Pé de Serra, Assum Preto e Estrada de Canindé.

No final dos anos 1940, esses e outros gêneros inspirados na música rural nordestina passam a animar as festas juninas do Rio de Janeiro e a ocupar a programação das rádios. Registrada em diversos filmes nacionais, como em Bate o Bumbo, interpretado por Eliana (1951), Carnaval Atlântida (1952), Marcha do Sapinho, interpretado por Oscarito e Maria Antonieta Pons, a obra de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira conquista o exterior, sendo gravada em países como França, Itália e Japão.

A parceria se desfaz no início dos anos 1950, por conta de uma incompatibilidade de sociedades arrecadadoras. Nesse momento, Humberto Teixeira procura outros intérpretes para suas composições, como Carmélia Alves (Eu Sou o Baião e Baião em Paris) e Dalva de Oliveira, que grava em 1952 o baião Kalu, um dos maiores sucessos do compositor. Em 1954, Humberto Teixeira é eleito deputado federal pelo Ceará. No seu mandato, atua em favor da profissionalização da atividade de compositor, da defesa dos direitos autorais e da divulgação da música brasileira em outros países.

Depois de 10 anos de relativo ostracismo, a obra de Humberto Teixeira é reabilitada nos anos 1960 por jovens artistas como Geraldo Vandré e Caetano Veloso (que gravam Asa Branca) e Gilberto Gil (que grava 17 Légua em Meia, parceria com Carlos Barroso). Luiz Gonzaga volta a gravar canções inéditas do parceiro que dão nome aos discos Canaã (1968) e Chá Cutuba (1977).

O cancioneiro de Humberto Teixeira reúne mais de 400 canções, gravadas por dezenas de artistas: Kalu, por Dalva de Oliveira, Angela Maria, Simone e Gal Costa; Adeus Maria Fulô (parceria com Sivuca), por Miriam Makeba e Os Mutantes; parcerias com Luiz Gonzaga como Baião, por Laurindo de Almeida, Banda Black Rio e Alceu Valença; Asa Branca, por Hermeto Pascoal, Quinteto Violado e Banda de Pífanos de Caruaru; Paraíba, por Carmélia Alves, Wilson Simonal, Dominguinhos e Chico César; Juazeiro, por Radamés Gnattali e Os Cariocas.

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