Biografia
Lea Van Steen(São Paulo, São Paulo, 1965). Videoartista, documentarista, produtora audiovisual, publicitária. Manifesta interesse em trabalhar comaudiovisual desde criança. Na adolescência, consegue seu primeiro estágio na área de produção de cinema. Já como profissional, na década de 1990, assume o cargo de gerência de Promo da MTV Brasil durante os primeiros anos em que a emissora se estabelece no país.

Acumula experiência em produção e direção de peças publicitárias e constrói, em paralelo ao trabalho comercial, uma carreira artística em que se expressa por meio de curtas-metragens, documentários, obras de videoarte e instalações audiovisuais. Participa de mostras e exibições no Brasil e no exterior. Seu curta-metragem Brincadeira de Criança é premiado no Festival de Cuiabá, em 2001. No mesmo ano, recebe o prêmio Sérgio Motta de Cultura na categoria de Menção Honrosa pela obra de vídeodança Paisagens (2000), realizada em parceria com a dançarina Lara Pinheiro.

Com Paula Alzugaray (1966) produz, em 2006, o documentário de média-metragem A Cidade Não Te Há de Esquecer, realizado ao longo das filmagens do drama  biográfico Noel Rosa – o Poeta da Vila, de Ricardo van Steen (1958).

Em 2008, com o obra Disco, recebe 2º lugar no Prêmio HTTPVideo, festival online de videoarte patrocinado pelo Instituto Sergio Motta, que utiliza o YouTube como plataforma de exibição.

Análise da Trajetória
Além das formas tradicionais de produção e exibição de peças audiovisuais, Van Steen cria experiências que ultrapassam a exibição usual de uma obra de videoarte: a projeção em tela. Assim, sua obra, que se constrói com base na linguagem audiovisual, desdobra-se por meio do contato com outros artistas e linguagens, como a dança, os games e a arquitetura.

É o caso de Paisagens, em parceria com Lara Pinheiro, obra de videodança que explora ritmos populares e utiliza a cidade como suporte e espaço expositivo. A dança e seu caráter performático é efêmera, perdura pela documentação em vídeo. O objetivo da documentação é o registro e a criação de uma obra que se desenvolve a partir de ambas as linguagens, fazendo convergir, a performance da bailarina e a da videografista.

Com a artista multimídia Raquel Kogan (1955) produz Memo_ando (2008), um game controlado por celular. A obra pode ser definida como um jogo de memória, cuja interface de interação – um aparelho de telefone celular – ocupa uma função de controle remoto ou joystick por meio do qual o público pode escolher itens e formar pares. De frente para uma parede com diferentes telas, o usuário tem a sua disposição um conjunto de itens dinâmicos composto por vídeos em que se vê bocas proferindo frases. O jogo permite brincar com a construção de frases, que compõem sentidos variados conforme as escolhas do espectador.

A parceria com Raquel Kogan também ocorre em Ponte (2008), uma instalação site-especific que utiliza projeções em vídeo sobre espaços arquitetônicos. A obra cria uma nova camada sobre os espaços de circulação, sobrepondo vídeos de pessoas em situações cotidianas em lugares não programados para estas atividades. Isso cria situações inusitadas, pois dá ao espectador uma sensação de presença, como se as projeções fossem pessoas reais.