Fernando Otávio Fuentes Lindote (Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, 1960). Artista visual. Dedica-se à pintura, performance, vídeo e instalações. Seus trabalhos, de caráter experimental, parecem investigar sistematicamente cada suporte expressivo. Como nota o crítico de arte Agnaldo Farias (1955), em sua produção o corpo é colocado como problema a ser recorrentemente investigado, por exemplo, por meio dos gestos e da sua capacidade de modificação do mundo.

Na série Mordidas (1996), placas de borracha são cortadas por mordidas e os fragmentos são expostos ao público. Em outra obra desse ano, manchas de cor, espalhadas em todas as paredes de uma sala, são obtidas por meio de lambidas de tinta. Organizadas em séries, seu ritmo visual é dado pelos deslocamentos do artista.

Já em obra produzida em 2002, a ação de Lindote transforma a percepção do espaço arquitetônico onde ela está instalada. Ele cobre as paredes e o chão de uma sala com linhas sinuosas e contínuas de giz, num trabalho realizado durante horas, e que é apagado parcialmente pelos espectadores, e novamente refeito. O artista questiona, assim, o efêmero das ações humanas.