Para Gustavo Rezende, a obra de arte acontece na relação entre sujeito e objeto, como foi destacado pelo francês Marcel Duchamp. “É como a teoria da perspectiva: é uma coisa que existe. Não tem como negar o aparelho óptico”, compara. O espectador, diz, vivencia uma “revelação” ao entender e descobrir as referências por trás da peça, num processo “proustiano” de uma ideia que leva a outra, em livre associação. “Essa revelação não tem a ver comigo. Não tenho que explicar”, acredita. Cada obra feita por Rezende, seja um mangá ou uma escultura, é constituída da linguagem pela qual o artista optou naquele momento. Uma fotografia com características publicitárias, por exemplo, aparece emoldurada em alumínio, referência às peças de propaganda. Outro interesse do mineiro é em criar novos lugares a partir da ocupação. Assim, a escultura de um homem se arrastando transforma-se em uma bancada, tornando-a um apoio que interage com a criação.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)