Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Liuba Wolf

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.02.2024
24.10.1923 Bulgária / a definir / Sófia
19.11.2005 Brasil / São Paulo / São Paulo

Composição III, 1970
Liuba Wolf
Relevo em bronze
100,00 cm x 105,00 cm

Liubov Anguelova Boyadjieva (Sófia, Bulgária 1923 - São Paulo, São Paulo, 2005). Escultora, desenhista, designer de joias. Em 1943, sua família muda-se da Bulgária para Genebra, Suíça. Liuba ingressa na Escola de Belas-Artes de Genebra, onde descobre a escultura. Em 1944, muda-se para Zurique, a fim de estudar com a escultora Germaine Richier (1...

Texto

Abrir módulo

Liubov Anguelova Boyadjieva (Sófia, Bulgária 1923 - São Paulo, São Paulo, 2005). Escultora, desenhista, designer de joias. Em 1943, sua família muda-se da Bulgária para Genebra, Suíça. Liuba ingressa na Escola de Belas-Artes de Genebra, onde descobre a escultura. Em 1944, muda-se para Zurique, a fim de estudar com a escultora Germaine Richier (1902-1959). Transfere-se com a família para Paris em 1946, e trabalha no ateliê parisiense de Richier. Viaja pela primeira vez aos Estados Unidos em 1947, e no ano seguinte sua família muda-se para o Brasil. A primeira viagem de Liuba ao Brasil ocorre em 1949, quando ela decide organizar um ateliê em São Paulo e manter o de Paris, onde continua residindo. Liuba Wolf naturaliza-se brasileira na década de 1950 e divide suas atividades entre São Paulo e a capital francesa. Ainda na década de 1950, a artista se afasta da figuração e inicia pesquisa com formas vegetais e animais, da qual a série de pássaros é a mais representativa e conhecida. Paralelamente, inicia experimentações com outros materiais, como a pedra e a madeira, porém mantém a predileção pelo bronze. Sua produção escultórica revela afinidades com as obras de Edward Mataré (1887-1965), John Flannagan (1944), Marino Marini (1901-1980) e Alexander Archipenko (1887-1964).

Análise
Com produção diversificada, Liuba Wolf cria desenhos, joias e relevos, como o bronze Composição III (1970) e Composição V (1971), feita em poliéster. Porém o que se destaca em sua obra são as esculturas, geralmente feitas em bronze. Essas peças situam-se no limite entre a figuração e a abstração. O artista e curador Emanoel Araújo (1940-2022) enxerga nelas a tensão silenciosa dos totens, numa simbiose entre o animal e o vegetal, plantas robustas e criaturas pré-históricas. Mesmo quando essas formas lembram pássaros captados no ato do voo – como em O Vôo (1963) – ainda assim estão fortemente ligadas ao chão e não pretendem disfarçar seu peso. Nessas obras, o tratamento estrutural de formas geométricas aparece como estágio para a organização de um mundo orgânico, em que a interação das formas acontece de modo harmônico, sem almejar ao aspecto monumental. Além da tensão entre o figurativo e o abstrato, a produção escultórica de Wolf caracteriza-se também pelo trânsito visual entre modernidade e arcaismo, com suas respectivas visualidades. Desse modo, para o crítico Antonio Gonçalves Filho, a primeira questão que essas esculturas propõem ao espectador não diz respeito ao seu aspecto formal, mas a uma justaposição de culturas de diferentes épocas. Tal abordagem traduz uma tentativa de aproximação com o universo arcaico que desconcerta a lógica científica do homem moderno.

Obras 6

Abrir módulo

Exposições 74

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 12

Abrir módulo
  • AMARAL, Aracy A. (org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. São Paulo: Techint Engenharia: Ex Libris, 1988.
  • BARDI, Pietro Maria. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989. (Arte e cultura, 12).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • ESCULTURA brasileira: perfil de uma identidade. Tradução David Coles, Eloisa Marques, Daril Collard. São Paulo, SP: Espaço Cultural Safra, 1997.
  • Falecimentos. O Estado de S. Paulo, Caderno Cidades/Metrópole, 22 de novembro de 2005., p.C6. O Estado de S. Paulo
  • GIUNTINI, Noeli. Liuba. Skultura, São Paulo, inverno de 1986. p. 43.
  • LIUBA. Esculturas, relevos, desenhos, jóias: 1963-1996. São Paulo, SP: Pinacoteca, 1996.
  • LIUBA. Esculturas. Rio de Janeiro, RJ: MAM, 1965.
  • LIUBA. Liuba: esculturas do IV centenário do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: MAM, 1965.
  • LIUBA. Sculptures et dessins. Paris: Galerie Hervé Odermatt, 1979.
  • PRIETRO, Sonia. Situação atual da escultura na cidade de São Paulo: pesquisa 5. São Paulo: SMC/Departamento de Informação e Documentação Artísticas/Centro de Pesquisa de Arte Brasileira, 1980. p. 114.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: